sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Santa Casa da Misericórdia do Porto

Santa Casa quer Prelada à imagem de Serralves
Porto Misericórdia projecta um parque público ligado àcultura para quinta. Barreira da VCI ultrapassada por túnel
00h30m
CARLA SOFIA LUZ

A Santa Casa da Misericórdia do Porto está a projectar um parque público para a quinta da Prelada, onde funcionou o parque de campismo durante 45 anos. À imagem de Serralves, será um espaço de lazer com ligação à cultura.

O lema para o novo equipamento já está determinado: Solidariedade com a Natureza. E a Misericórdia propõe-se a devolver à cidade um espaço com herança de Nicolau Nasoni, encerrado há quase dois anos - desde que o parque de campismo fechou no último dia do ano de 2006. A ferida da Via de Cintura Interna (VCI) que dividiu a quinta ao meio não será resolvida, mas o efeito barreira deverá atenuar-se com o aproveitamento do túnel pedonal que faz a ligação entre as duas margens da quinta portuense.

"O maior crime foi construir a VCI naquele local, a atravessar uma quinta classificada. Nessa altura, ninguém se pronunciou. O parque terá a dupla componente cultural e de lazer. Será uma mistura de Parque de Serralves e de Parque da Cidade", explica, ao JN, António Tavares, da Santa Casa da Misericórdia do Porto. Encontrado o conceito, ultima-se o projecto a concluir até ao final de Março do próximo ano, com a calendarização das intervenções e os meios financeiros definidos.

Neste momento, a Misericórdia mantém conversas com várias entidades para avaliar possíveis parcerias no desenvolvimento de actividades na quinta. A Santa Casa gostaria que, além de espaço de passeio, pudesse ser um local para a prática de desportos informais, como a corrida, e com animação cultural. Certo é que os jardins serão preservados e que a Casa da Prelada acolherá o arquivo da Misericórdia, exposições, conferências e um núcleo do museu da Misericórdia (o museu principal ficará instalado na sede da Santa Casa, na Rua das Flores).

"Queremos devolver um pulmão verde à cidade. É um projecto de uma instituição privada e será colocado à utilização dos cidadãos em condições ainda a definir", sublinha António Tavares, apontando para a eventual criação de bilhetes de acesso anual e/ou de assinaturas "numa lógica de amigos da Prelada", tal como sucede em Serralves. O acesso ao parque deverá ser pago.

O futuro parque público ganhará maior dimensão com a integração do terreno municipal com 63 mil metros quadrados, contíguo à Cidade Cooperativa da Prelada, no património da Santa Casa. Tal como noticiou o JN, a Misericórdia já aceitou trocar cinco propriedades - duas ocupadas pelas instalações desportivas dos clubes Académico, em Costa Cabral, e do Estrela e Vigorosa Sport, nas Antas - pelo terreno camarário, avaliado em 4,3 milhões de euros. Será apenas uma troca de parcelas de igual valor, sem implicar a entrega de dinheiro.

A permuta, negociada com a Câmara que pretende libertar os clubes do pagamento de rendas e ajudá-los no acesso a fundos nacionais e comunitários para renovar as instalações, será discutida na próxima reunião do Executivo, agendada para terça-feira.

Jornal de Notícias
31-10-2008

Misericórdia de Santarém

Arquivada queixa da Misericórdia de Santarém contra ex-funcionárias

O provedor da Santa Casa refere que a instituição está a estudar com o seu advogado a possibilidade de requerer a abertura da instrução do processo.


O pedido de indemnização cível apresentado pela Santa Casa da Misericórdia de Santarém contra seis ex-funcionárias da cozinha central, despedidas com justa causa pela instituição, foi arquivado pelo Ministério Público.

Oito funcionárias da cozinha da Misericórdia foram despedidas após a realização de um inquérito interno que apurou que todas praticavam furto continuado de alimentos. A 13 de Novembro de 2005, deu-se pela falta de 25 quilos de frango e alguns croquetes, que se previa confeccionar para as refeições das diversas valências da instituição (ver edições 6 Setembro 2007, 5 Maio 2006 e 11 Janeiro 2005).

Duas funcionárias aceitaram a rescisão do contrato e a Misericórdia não fez impender sobre elas qualquer queixa. Das seis restantes, que interpuseram processos no Tribunal de Trabalho de Santarém, três obtiveram sentença condenatória da Misericórdia com o pagamento de indemnizações (ver edição de 17 de Julho).

Em notificação de 8 de Outubro, o procurador-adjunto do Ministério Público de Santarém decidiu-se pelo despacho de arquivamento do processo em que a Misericórdia pretende ser ressarcida. O magistrado argumenta que o crime de furto simples, imputado pela ex-entidade patronal às ex-funcionárias, necessita de apresentação de queixa para abrir procedimento criminal. O que não aconteceu. E mesmo que o tivesse sido, estaria fora de prazo, dado que a queixa deveria ter sido apresentada até seis meses (até Maio de 2006) a contar da data em que a Misericórdia teve conhecimento dos factos e dos seus autores.

A situação reporta a Novembro de 2005 e o processo entrou no Ministério Público em Maio de 2008. O procurador conclui ainda que as testemunhas arroladas pela Misericórdia não definiram no tempo o desaparecimento dos ditos produtos.

Em editorial publicado no boletim trimestral da Misericórdia, António Garcia Correia lamenta e questiona a justiça das condenações do Tribunal de Trabalho pelo facto de nos três processos já decididos terem exigido que a Misericórdia ou o provedor indicassem os dias, as horas, os momentos, as quantidades, os géneros, os locais dos objectos subtraídos, etc...

A O MIRANTE, o provedor da Misericórdia de Santarém refere que a instituição está a estudar com o seu advogado a possibilidade de requerer a instrução do processo, dispondo de 20 dias a contar da data de notificação do arquivamento pelo Ministério Público. “Havia uma confiança quase ilimitada naquelas pessoas que subtraíram em seu proveito géneros pertencentes a uma instituição de solidariedade. E ainda temos de pagar indemnizações”, lamenta o provedor.

Quanto aos restantes processos, continuam a correr no Tribunal do Trabalho, sem que a Misericórdia de Santarém se faça representar por advogado.


Juiz desiste de queixa

contra antiga mandatária

da Misericórdia

O juiz do Tribunal do Trabalho de Santarém desistiu da queixa de difamação contra a primeira advogada da Misericórdia de Santarém nos processos interpostos por seis das oito ex-funcionárias da instituição naquele tribunal. Luís Ramos Lopes tinha apresentado queixa de Cristina Saldanha no Tribunal de Santarém, considerando difamatórios alguns dos argumentos da causídica no recurso do primeiro processo perdido no Tribunal do Trabalho e enviado para a Relação de Évora.

Nesse recurso, a advogada escreveu que o juiz teria tido um comportamento de condução e condicionamento das testemunhas e de agressividade com as mesmas durante as audiências. O processo tinha sessão marcada para 15 de Setembro no Tribunal de Santarém mas a marcação foi anulada.

O Mirante
30-10-2008

Santa Casa da Misericórdia de Guimarães

O percurso museológico do Convento de Santo António dos Capuchos, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, é inaugurado às 19h00 de hoje, numa cerimónia que inclui a comunicação de Miguel Loureiro, da União das Misericórdias Portuguesas, sobre o tema "As Misericórdias Portuguesas e o apoio do gabinete do património". Às 22h00, há um concerto inaugural do órgão ibérico, a cargo de Giampaolo di Rosa.
Foto,
Publicado a 31-10-2008
Diário do Minho

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Santa Casa da Misericórdia de Ponte da Barca

Filho do provedor ganha concurso da misericórdia
00h30m
LUÍS HENRIQUE OLIVEIRA
Um concurso aberto pela Santa Casa da Misericórdia de Ponte da Barca para a criação de um "site" da instituição na internet viria a ser ganho por candidato que é, por sinal, filho do provedor daquela entidade, situação que motivou a contestação de um dos candidatos derrotados, que afiança que a Santa Casa "não deveria envolver-se neste tipo de situações".

Em resposta, o provedor da misericórdia barquense, António Bouças, garante que não teve "nenhuma interferência" na decisão do júri, "que foi constituído para o efeito", considerando que a contestação movida pelo candidato derrotado "assemelha-se a atitude de mau perdedor".

Para o candidato derrotado, Sérgio Lopes, na origem da contestação está "o facto de haver pessoas a concorrer e a ganhar concursos, pessoas essas que são próximas, senão mesmo da família dos elementos da Direcção".

Sérgio Lopes refere ainda que, ao tomar conhecimento das propostas pré-seleccionadas, contestou a decisão, "uma vez que uma delas (um trabalho diferente do formulado pelo filho do provedor) é da autoria de sócio de um dos elementos do júri". Em resposta, dada perto de mês e meio depois, a presidente do júri, Carla Barbosa, assevera que o argumento "não constitui fundamento suficiente para que o referido cidadão fosse impedido de se apresentar a concurso, a título individual".

Sobre a contestação movida por Sérgio Lopes, o provedor da SCMPB acrescenta que o trabalho vencedor "também não poderia ser penalizado pelo facto de se tratar de um familiar", garantindo que o processo "não foi arbitrário". A propósito, assegura que nunca integrou o júri e que a decisão desse órgão "é soberana".

Jornal de Notícias

Santa Casa da Misericórdia do Porto

Câmara faz troca de propriedades com a Misericórdia
Instalações desportivas do Académico e Vigorosaestão nos terrenos que Santa Casa vai ceder à Autarquia
00h30m
CARLA SOFIA LUZ
A Santa Casa da Misericórdia do Porto e a Câmara portuense acordaram uma permuta de terrenos. A troca visa libertar o Académico e o Vigorosa, que têm instalações em propriedades da Santa Casa, do pagamento de rendas.

O objectivo municipal é ajudar dois clubes históricos da cidade, que se dedicam à formação em actividades desportivas amadoras. A Misericórdia receberá um terreno contíguo à Cidade Cooperativa da Prelada e ao antigo parque de campismo. Tem 63 mil metros quadrados e foi avaliado em 4,3 milhões de euros por uma comissão composta pelas duas entidades. Em troca, entregará cinco terrenos à Autarquia, em particular as propriedades ocupadas pelas instalações do Estrela e Vigorosa Sport (11 mil metros quadrados nas Antas, no valor em 2,4 milhões) e do Académico (5114 metros quadrados em Costa Cabral, no valor de 1,4 milhões).

O acordo encerra condições. A Misericórdia exige que os terrenos, hoje ocupados pelos clubes, não percam vocação desportiva. Já a Autarquia não permite que à propriedade municipal, classificada como zona verde de utilidade pública no Plano Director Municipal, seja dada outra utilização. A permuta será votada, na terça-feira, em reunião do Executivo. A Santa Casa já decidiu aceitar, em assembleia-geral, a troca com o Município. Depois do aval da vereação, faltará a autorização da Assembleia Municipal.

"A Santa Casa da Misericórdia do Porto quer dar uma utilização pública ao terreno [a ceder pela Câmara]. Poderá ter apenas pequenas construções de apoio a algum equipamento enquadrável naquele espaço. As conversas começaram devido à necessidade de resolver o problema dos dois clubes. Mas esta permuta potencia o projecto da Santa Casa para aquele local", esclareceu o vereador Gonçalo Gonçalves.

Concretizada a permuta, o Município portuense cederá, em direito de superfície, os terrenos aos dois clubes que deixarão de pagar renda. No caso do Vigorosa, que enfrenta dificuldades financeiras, aliviará o orçamento mensal. No caso do Académico, essa cedência é indispensável para a concretização da velha aspiração de construção de um novo pavilhão. Para beneficiar dos apoios financeiros nacional e/ou comunitário, o clube tem de ser proprietário, pelo menos em direito de superfície, do terreno onde vai erguer o novo equipamento.

Jornal de Notícias

Santa Casa da Misericórdia do Fundão

MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGA SANTA CASA
Passivo da Misericórdia atinge os sete milhões
De entre os casos denunciados está a falta de rigor na admissão de utentes ou o movimento de contas não justificado



As situações que levaram à condição em que a Santa Casa da Misericórdia do Fundão se encontra e que conduziram a que esteja a ser gerida por uma Comissão Administrativa, estão a ser investigadas. Foi feita uma queixa ao Ministério Público, estando actualmente a decorrer o inquérito, que está em segredo de Justiça.

O dado foi avançado segunda-feira, pela Comissão Administrativa, num encontro em que foi dada conhecer a situação encontrada depois de ter tomado posse há 10 meses.

O presidente da Comissão, padre Américo Encarnação Vaz, lembrou que "nos deparamos com uma situação económica e financeira extremamente com-plicada", uma vez que "as finanças e a tesouraria encontravam-se profundamente debilitadas e desequilibradas e o orçamento para o exercício de 2008 baseado em pressupostos de receita absolutamente irreais".

Américo Encarnação Vaz recorda também que "verificámos ter sido nos últimos exercícios que esta situação deficitária sofreu sucessivos e progressivos agravamentos, até chegar ao ponto do exercício de 2007 apresentar um prejuízo de cerca de 500 mil euros", sendo que "com este elevadíssimo deficit do último ano, o passivo da Santa Casa ultrapassa, nesta hora, os sete milhões de euros".

O encontro de segunda-feira teve como objectivo dar a conhecer "um conjunto de situações que, no mínimo, qualificamos de incorrectas".

Entre estas está "a existência de uma conta aberta em nome da Santa Casa, em 1993, e fechada em 2005, que foi movimentada por alguns membros da Mesa Administrativa, então vigente, até 2001". Conta esta "paralela, que de facto não reflectia nas contas anualmente apresentadas aos irmãos, foram movimentados, a crédito e débito, dinheiros da instituição de montantes superiores a 500 mil euros, beneficiando de grande parte deste valor pessoas sem qualquer vínculo à instituição e que, segundo informações recebidas, não lhe prestaram qualquer serviço, em contrapartida, que justificasse tais pagamentos".


Donativos e imobiliário por registar

Outro ponto focado tem a ver com os custos do Lar Nossa Senhora de Fátima. Neste caso é adiantado, entre outras questões, que os custos de construção e fiscalização da obra "apresentam-se manifestamente desajustados, por excesso, se atendermos ao volume e à qualidade da obra".

Jorge Gaspar, da Comissão, a adianta que "representam 25 por cento da obra". Construção que como é destacado não foi a melhor, porque o Lar abriu em 2006, mas "a capela ameaça ruir, pelo que já foi vedada, e há infiltrações".

(…) A notícia continua na íntegra na edição impressa do Jornal.


29-10-2008
Gazeta do Interior

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Santa Casa da Misericórdia de Águeda

Amorim de Figueiredo é candidato a Provedor
por SP em Outubro 27,2008

O médico Amorim de Figueiredo vai candidatar-se a provedor da Santa Casa da Misericórdia de Águeda. A assembleia eleitoral vai decorrer a 14 de Novembro.

“Não duvidamos que nos anos passados, todos os corpos sociais têm dado o seu melhor, mas os últimos que tiveram como provedor o engº. Adolfo Roque ultrapassaram as expectativas. Mas há, contudo, tarefas que estão em desenvolvimento e que devem ser continuadas sob a mesma mística, o mesmo fio condutor.

Os trabalhos efectuados na Casa de Repouso Dr. Breda e Lea Breda, são um exemplo nas misericórdias do Portugal de hoje”, comentou o candidato, sublinhando que “os trabalhos no Lar Conde de Sucena já efectuados e que continuam em efectivação necessitam de continuidade, com a mesma filosofia de servir”.
A assembleia eleitoral vai decorrer a partir das 20 horas de 14 de Novembro, na sede da Misericórdia.



Soberania do Povo
28-10-2008

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira

Sidónio Pardal é também nome de rua
Autarquia inaugurou, no sábado passado, a rua Sidónio Pardal, sanjoanense ilustre. O novo arruamento situa-se na zona das Corgas


S. João da Madeira tem uma nova rua com o nome de um munícipe. A Rua Sidónio Pardal, paralela à linha do Vale do Vouga, liga o Complexo Desportivo Paulo Pinto (entrada para as piscinas interiores) à passagem de nível, na Rua da Estação. A inauguração desta nova rua deu-se no passado sábado, 18, com o descerramento da placa toponímica.

“Um gesto simples de reconhecimento, que significa ‘muito obrigado’”. Foi assim que o presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira justificou a atribuição do nome de Sidónio Pardal a uma rua da cidade. O objectivo é também perpetuar a memória do benemérito da cidade. Castro Almeida disse sentir-se “honrado por poder ser o procurador dos sanjoanenses, que são gratos, sabem reconhecer quem nos faz bem, quem trabalha para nós, quem faz mais do que a sua obrigação”. Sidónio Pardal afirmou não ter feito mais do que se cumprir a si próprio. Agradeceu o reconhecimento prestado pela cidade e mostrou-se preocupado com a conjuntura de crise que assola o mundo. “Mas a sábia orientação de Castro Almeida dá-nos esperança que o progresso desta terra não pare com a crise”, afirmou Sidónio Pardal.

Sidónio de Pinho Álvares Pardal, nasceu em 1921 e tem estado ligado à história do concelho. Ocupou, durante 30 anos, vários cargos na Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira. Foi provedor desta instituição durante um mandato, três anos anos (1999-2001). Recebeu a condecoração de “Mérito e Dedicação” pela União das Misericórdias Portuguesas. A Unidade de Cuidados Continuados da Santa Casa foi nomeada após o benemérito. Sidónio Pardal foi ainda uma figura importante na construção do Pavilhão dos Desportos da Associação Desportiva Sanjoanense.

Em Setembro de 2006, a autarquia decidiu, por unanimidade, atribuir a Sidónio Pardal a Medalha de Mérito Municipal em Ouro. Na acta da reunião onde esta atribuição foi decidida pode ler-se que o cidadão em causa teve “uma vida de grande dedicação a S. João da Madeira, nos domínios das causas sociais e da saúde, na promoção do desporto e da cultura, com espírito empreendedor e aceso bairrismo”. O discurso de Castro Almeida citado nessa reunião refere ainda que Sidónio Pardal “foi dirigente de várias instituições sanjoanenses”.


A rua Sidónio Pardal foi oficialmente aberta com um desfile de carros antigos. 112 clássicos do automobilismo passaram em frente aos muitos sanjoanenses que acorreram à inauguração. O cortejo abriu com um carro de bombeiros dos anos 30, de marca Lancia. Um Jaguar XK 120, um Rolls Royce anterior a 1940, um Plymouth e dois Cadillac encheram a vista aos presentes.

Por: Liliana Guimarães

Jornal Labor

Mise4ricórdia de Óbidos

Padroeira de Óbidos desfila ao som de música e poesia

Numa procissão suis generis e semelhante às cerimónias marianas espanholas, onde são recitados cânticos e poesias, a imagem da padroeira de Óbidos, Nossa Senhora da Piedade, vai sair em procissão pelas ruas da vila, amanhã, a partir das 16 horas.

Realizada no âmbito do programa Descobrir Óbidos, a cerimónia terá início na Igreja da Misericórdia e percorre depois, dentro de uma charrete, as principais ruas e praças intra-muros.

De acordo com Carlos Orlando, presidente da Associação de Defesa do Património do Concelho de Óbidos (ADPCO), ao longo dos séculos de história de Óbidos, a até antes da nacionalidade, o povo evocou a “Mãe de Deus como padroeira de todos os lugares, modelo de todas as virtudes e advogada de todas as necessidades”.

O seu culto remonta a D. Afonso Henriques que se serviu da vitória do assenhoreamento de Óbidos aos mouros para evocar Nossa Senhora da Piedade, que se encontra no Cruzeiro da Memória de S. João. Ali é possível ver uma “escultura em pedra, muitíssimo danificada, em forma de cruz com Cristo na face dianteira e, na traseira, a Virgem Dolorosa, ou Nossa Senhora da Piedade, contemplando o seu filho morto, que tem sobre os joelhos”.

A imagem desta santa também se encontra na entrada principal, no oratório da Porta da Vila, e num altar na igreja paroquial de S. Pedro.

A recuperação desta tradição surge do estudo e valorização do património tradicional realizado pela ADPCO, à semelhança do que já aconteceu, no passado, com as procissões da Ordem Terceira, dos Fugaréus e o auto do Descimento da Cruz.

Esta iniciativa é realizada pelas paróquias de São Pedro e Santa Maria, autarquia e empresa municipal Óbidos Patrimonium, Associação de Defesa do Património de Óbidos e com o apoio da Santa Casa da Misericórdia da Vila de Óbidos e museu termal das Caldas da Rainha.

Fátima Ferreira

Gazeta das Caldas
24-10-2008

Misericórdia de Álvaro

Igreja de Álvaro quase pronta
A Igreja de Misericórdia de Álvaro está como nova. As obras de requalificação estão quase concluídas e a inauguração poderá estar para breve.


As obras de requalificação da Igreja da Misericórdia, em Álvaro, estão quase concluídas. De acordo com o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Álvaro, apenas falta o arranjo do pavimento daquele imóvel. Num investimento de cerca de 300 mil euros, as obras foram financiadas pela Câmara de Oleiros e pelo Programa Aldeias de Xisto. “Só com o apoio da autarquia, que assumiu a componente financeira que cabia à nossa instituição, é que foi possível recuperar-se a Igreja”, esclarece José Mateus Nunes.

O provedor da Santa Casa recorda que a “Igreja data de 1597. Esta intervenção permitiu o restauro completo do imóvel. Desde a talha, às imagens, ao tecto e cobertura, até ao pavimento da igreja, tudo foi restaurado”.

Tradicionalmente, a Igreja é utilizada na Semana Santa e faz parte da cultura de uma aldeia que já foi sede de Concelho. O Provedor da Santa Casa assegura que a inauguração será feita em data a indicar pela Câmara de Oleiros, o que acontecerá depois do “chão da igreja ter sido colocado de novo”.

Entretanto, e enquanto a Igreja não abre portas oficialmente, a Santa Casa da Misericórdia de Álvaro realiza o seu tradicional magusto, no próximo dia 8 de Novembro. A iniciativa decorrerá junto à albufeira de Álvaro.


Por: João Carrega

Jornal Reconquista Castelo Branco
24-10-2008

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Misericórdia de Vouzela

Crise leva Misericórdia a baixar rendas das casas
Instituição justifica decisão com a vontade de ajudar famílias em dificuldades
00h30m
TERESA CARDOSO
A Misericórdia de Vouzela, o maior empreendor imobiliário do concelho, decidiu manter ou baixar as rendas pagas pelos seus inquilinos no próximo ano. As reduções variam entre os 30 e os 60 euros/mês por família.

A decisão da instituição privada de solidariedade social (IPSS), extensiva a todos os arrendatários, representa uma perda de receitas superior a cinco mil euros no próximo ano.

"Quando fiz a proposta à mesa, aprovada por unanimidade, já sabia que este gesto solidário teria custos. Mas num momento de profunda crise económica e financeira como o que atravessamos, era preciso dar um sinal às famílias. Foi isso que nos motivou", explicou, ao Jornal de Notícias, Eugénio Lobo, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vouzela (SCMV).

O plano aprovado no dia 10 deste mês será posto em prática tendo em conta os valores das rendas em vigor que, em alguns casos, rondam os 400 euros.

Segundo o provedor da SCMV, foram estabelecidas duas modalidades, ambas com efeito a partir de 1 de Janeiro do próximo ano: reduções entre 30 e 60 euros (que em alguns casos podem até ser mais elevadas) para os arrendamentos mais caros; e a não aplicação do coeficiente de actualização nas rendas mais baixas.

"As situações estão a ser avaliadas caso a caso. Na certeza, antecipada, de que todos os inquilinos, quer os que passarão a pagar menos, quer aqueles que verão congelado o aumento previsto na lei, sairão beneficiados", garante Eugénio Lobo

Fora deste processo estão os arrendatários de prédios que a instituição tem no país, nomeadamente em Lisboa, que não terão quaisquer alterações.

"Estamos a falar de casos em que as rendas mensais oscilam entre os sete, oito e 11 euros. É claro que nestas circunstâncias aplica-se a actualização legal", explica Eugénio Lobo.

"Estamos a cumprir o nosso dever. Esperamos que este exemplo possa ser seguido por outras entidades", desafia o provedor.

"Já fui informada de que a renda de 305 euros mensais que estou a pagar vai ser reduzida em 75 euros. Será uma grande ajuda nesta altura do campeonato", reconheceu uma moradora que habita uma fracção da rua doutor Gil Cabral.

Um casal e dois filhos, de 12 e 24 anos, residente no bloco junto ao complexo da Misericórdia, mostrou ao JN a carta, datada de 14 de Outubro, em que ficou a saber que em 2009 não teria aumento de renda, "tudo o que é para pagar menos é bom. Nem que fosse apenas um euro. No nosso caso, vamos ficar a pagar o mesmo".

A residir em casa do irmão, com a avó, Susana Filipa rejubila. "A Misericórdia está a cumprir a sua missão".

O presidente da Câmara de Vouzela, Telmo Antunes, espera que o "exemplo" da Misericórdia seja seguido por outras entidades a nível nacional.

"Estão a abdicar de receitas, necessárias às instituições sociais que têm em funcionamento, para ajudar quem precisa. E, infelizmente, há cada vez mais pobres também nesta zona do país", reconhece o autarca.

Telmo Antunes desabafa: "Temos distribuído alimentos por pessoas que não têm comida para pôr na mesa. Há muita fome envergonhada. Esta é uma realidade à qual nenhum de nós pode ser indiferente".

Jornal de Notícias
23-10-2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Misericórdia de Braga

Misericórdia de Braga associa a sua história aos 500 anos do Hospital de São Marcos


A Comissão Executiva das Comemorações dos 500 Anos do Hospital de São Marcos apresenta a 29 de Outubro o livro “A Misericórdia de Braga – A Assistência no Hospital de São Marcos”, obra de investigação histórica de Maria de Fátima Castro, então apresentada por Maria Antónia Lopes, docente da Universidade de Coimbra.

De acordo com o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga, que assina o prefácio, estamos perante o quarto volume da história da instituição, um trabalho que vem sendo executado por Fátima Castro e através do qual esta se associa à comemoração do quinquagentésimo aniversário da unidade hospitalar bracarense.


Em declarações ao departamento de comunicação do município bracarense, Bernardo Reis recorda que o Hospital de São Marcos foi fundado em 1508 pelo arcebispo D. Diogo de Sousa, ficando sob a administração da Câmara Municipal de Braga até 19 de Outubro de 1559, altura em que a gestão foi transferida para a Irmandade e Misericórdia de Braga, por deliberação do arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Mártires.


Dois outros arcebispos – D. Rodrigo de Moura Teles e D. Frei Caetano Brandão – estão «fortemente» ligados à história da instituição, «como impulsionadores do seu crescimento e desenvolvimento, tendo o primeiro sido Provedor da Misericórdia no período de 1709 a 1712».


Nacional | Agência Ecclesia| 22/10/2008 | 10:38 | 1312 Caracteres | 6 | Diocese de Braga

Encontro Diocesano de Agentes da Pastoral Social - Diocese de Setúbal

Diocese de Setúbal
Encontro Diocesano de Agentes da Pastoral Social

O Secretariado da Acção Social e Caritativa, da Diocese de Setúbal, organiza o Encontro Diocesano de Agentes da Pastoral Social, no próximo dia 9 de Novembro (Domingo), no Salão da Paroquial de S. Paulo (igreja jubilar), sito no Bairro de Vanicelos, em Setúbal.

Este evento tem como objectivos, o aprofundamento das motivações fundamentais do testemunho eclesial da caridade, a formação teológica e pastoral dos agentes sociocaritativos e a vivência do ano Paulino a partir dos ensinamentos deixados pelo Apóstolo às suas comunidades cristãs.
Podem inscrever-se elementos dos grupos paroquiais da acção social e caritativa (Conferências Vicentinas, Cáritas Paroquiais, grupos sociocaritativos em geral), dirigentes, funcionários e voluntários das instituições sociais da Diocese (Centro Sociais e Paroquiais, Misericórdias e outras) e todos os cristãos sensíveis à prática organizada da caridade.
O programa está disponível em www.caritas.pt/setubal, bem como o impresso de inscrição que deve ser enviado através de Fax (265599099) ou pelo mail anapcaritas.setubal@mail.telepac.pt, até ao dia 3 de Novembro.
Com a representação de todas as comunidades cristãs e das instituições interparoquiais de acção social e caritativa, espera-se fazer deste encontro diocesano um momento para assinalar, dignamente, o jubileu do nascimento de S. Paulo o “cantor” do Hino da Caridade.

22.10.2008 - 12:26

Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim

200 mil euros ameaçam centro
00h30m
ANA TROCADO MARQUES
A Misericórdia da Póvoa precisa de 200 mil euros para adaptar o Centro de Estudos e Apoio à Paramiloidose. Só assim o único espaço de apoio à doença não acaba. Por garantir está a consulta externa e apoio domiciliário, que abrangem quase 400 utentes/ano.

Quatro meses depois de ter anunciado o encerramento do CEAP, no final do ano, depois de 17 anos a acumular prejuízos de mais de 2,33 milhões de euros, a Santa Casa da Misericórdia poveira chegou, agora, a acordo com a ARS/Norte.

A instituição, que gere o único espaço no país de apoio aos doentes da vulgarmente conhecida como "doença dos pezinhos", recebeu agora "luz verde" para que o CEAP seja equiparado a uma unidade de Cuidados Continuados Integrados (CCI), mas para tal terá, explicou, ao JN, o provedor, Silva Pereira, que fazer obras de adaptação, orçadas em 150 mil euros, a que acresce uma viatura de transporte de doentes, no valor de quase 50 mil euros.

O investimento será comparticipado a 75% pelo Ministério da Saúde, mas caberá à Misericórdia da Póvoa de Varzim encontrar financiamento para os restantes 50 mil euros.

Silva Pereira já pediu uma "reunião urgente" com o presidente da Câmara da Póvoa, Macedo Vieira, a fim de pedir o apoio do município para fazer face às despesas.

Recorde-se que, tal como o JN noticiou, no final de Junho, em conferência de imprensa, a Misericórdia poveira anunciava o fim do Centro de Estudos e Apoio à Paramiloidose. Impotente para fazer face aos custos de funcionamento, a Santa Casa ameaça encerrar o centro, caso o Ministério da Saúde não aumentasse as comparticipações estatais.

O Centro de Estudos e Apoio à Paramiloidose presta apoio, "completamente gratuito", a 30 doentes internados de todo o país, quase todos com a doença em estado avançado. Com a equiparação a CCI, fica assegurado o internamento, mas não as restantes valências: consultas externas e planeamento familiar, o apoio domiciliário e transporte a consultas pré e pós-transplante hepático.

"Não se enquadram nos Cuidados Continuados. Terá que haver um protocolo autónomo para manter a consulta externa e o apoio domiciliário, ou não conseguiremos mantê-los", avisa Silva Pereira.

Jornal de Notícias
22-10-2008

Santa Casa da Misericórdia de Penafiel

Misericórdia acusada de cortar na comida aos utentes idosos


ROBERTO BESSA MOREIRA, Paredes
Penafiel. Provedor refuta acusações

Misericórdia acusada de cortar na comida aos utentes idosos

Algumas funcionárias da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel acusam a administração de servir pouca comida aos utentes beneficiários do apoio domiciliário. Emília Pinto e Natalina Ferreira denunciam o corte de quatro para três no número de pães distribuídos aos idosos que dependem da Misericórdia para tomar o pequeno-almoço, o almoço e o jantar. "Os recipientes de levar a comida são pequenos", refere Emílio Pinto, há 16 anos ao serviço da instituição.

Denúncias corroboradas por uma utente de 76 anos que paga 175 euros por mês para ter direito a duas refeições por dia. "No mês passado tiraram-me um pão. Em algumas ocasiões a comida é pouca e noutras ainda é menos", declara. Esta idosa avança, igualmente, que o marido foi aliciado a doar a casa à Misericórdia para beneficiar de um lugar no lar da instituição.

Emília Pinto e Natalina Ferreira, porta-vozes de outras funcionárias que preferem manter o anonimato com medo de represálias, acusam ainda as directoras técnicas de "revistar as carrinhas" utilizadas no apoio domiciliário "à procura de comida a mais" e dizem-se alvo de perseguições. "Somos postas de castigo e colocadas nos piores sítios. Se há uma funcionária que não seja querida é capaz de andar nas limpezas um mês seguido", referem.

Estas acusações são confirmadas pelo delegado sindical António Teixeira, que já reuniu com a administração da Misericórdia para tentar resolver questões relacionadas com o não pagamento de horas extraordinárias. "Fizemos uma proposta para que a Misericórdia pagasse cerca de cinco mil euros a cada uma das funcionárias, mas não foi aceite. Agora, vamos para tribunal", sublinha.

Ao DN, o provedor da instituição nega todas as acusações. Fernando Gonçalves defende que as queixas resumem-se a "duas funcionárias" que viram mudado o seu local e horário de trabalho. "Já estão a ser alvo de processos disciplinares", revela, enquanto sustenta que o corte do pão foi feito por indicação dos próprios utentes. "Eles é que disseram que era comida a mais", afirma. O provedor diz ser muito estranho que em 449 anos de história e entre 150 funcionários "só estas duas é que se queixam".

Fernando Gonçalves esclarece ainda que a Misericórdia não pode devolver dez mil euros pagos por Joaquim Pereira para que a esposa ficasse num dos lares da instituição e que agora são reclamados pelo idoso. Apesar de a mulher ter falecido 11 dias após ter dado entrada no lar, o provedor defende que os dez mil euros correspondem a um donativo à Misericórdia e não ao pagamento dos serviços prestados à utente.|

Diário de Notícias
22-10-2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime

Casino de Vilamoura recebe gala de solidariedade

O Rotary Clube de Loulé promove a 8ª gala de solidariedade no Casino de Vilamoura em beneficência da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime, no próximo sábado, 25 de Outubro, pelas 20:30 horas.

No evento, os participantes vão poder assistir ao espectáculo em cartaz no Casino de Vilamoura, intitulado “Ivan, o Bobo”, pelo Ballet Russo. No momento dedicado ao fado, actua a fadista Cremilde, acompanhada à guitarra por José Pinto e à viola por Ricardo Anastácio.

CE / RS
09:42 terça-feira, 21 outubro 2008
Região Sul

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Misericórdia de Beja

Misericórdia de Beja quer avançar com hospital de retaguarda

Está em “águas de bacalhau” o projecto do hospital de retaguarda de serviços continuados planeado pela Santa Casa da Misericórdia de Beja (SCMB).
Projectado há anos, o futuro hospital tem conhecido muitos entraves, sobretudo burocráticos, situação que causa algum desconforto aos responsáveis pela instituição.
“Cada vez que se mexe nisto falta um papel, falta um parecer, falta sempre uma coisa qualquer…”, confidencia ao “Correio Alentejo” o provedor António Chícharo, revelando que o projecto está de momento “em stand-by” uma vez que a SCMB ainda não conseguiu resolver a questão do terreno onde pretende implantar a infra-estrutura.
Explica Chícharo que o grande entrave da Misericórdia tem sido o processo burocrático decorrente da desanexação dos cerca de quatro hectares de terreno que a instituição possui junto aos bairros do Refúgio e dos Moinhos.
Quando concretizada esta pretensão, é vontade da SCMB lotear grande parte da área para casas de habitação, sendo que as receitas serão depois aplicadas na construção do hospital, que ficará na área não comercializada do mesmo terreno.
Avaliado em cerca de 3,5 milhões de euros, o futuro hospital de retaguarda será vocacionado para dar resposta aos doentes com necessidades de internamento a longo prazo ou reabilitação.
Nesse sentido, adianta António Chícharo, o equipamento disponibilizará, numa primeira fase, um total de 20 camas e criará entre 25 a 30 novos postos de trabalho.


segunda-feira, 20 de outubro de 2008 - 09h44
Correio Alentejo

Santa Casa da Misericórdia de Borba

Igreja da Misericórdia, Hospital do Espírito Santo
Igreja e Hospital da Santa Casa da Misericórdia

A Misericórdia de Borba teve como antecedente a irmandade do Santo Espírito de Nossa Senhora, fundada em 1379 no alpendre da igreja de Santa Maria do Castelo e da qual dependia uma albergaria (SIMÕES, 2006, p. 27). Muito embora já anteriormente fosse referida como Misericórdia, a conversão da irmandade do Santo Espírito de Nossa Senhora ocorreu apenas a 18 de Junho de 1524. Muito se tem discutido, também, sobre qual teria sido a sua sede, admitindo-se como mais provável a igreja de Santa Maria do Castelo (IDEM, p. 64).
Permanece igualmente desconhecido o ano em que tiveram início os trabalhos para a construção da igreja, embora vários factores determinem que estes devem ser balizados entre 1511 e 1526. A primeira data é referente à tomada dos bens da irmandade por parte do delegado do Duque de Bragança, em cujo tombo não é referida qualquer capela. A outra corresponde ao mais antigo documento conhecido em que é mencionada a igreja da Misericórdia.
Nas centúrias seguintes, o templo foi objecto de múltiplas intervenções, todas elas identificadas documentalmente na mais recente monografia dedicada à igreja e à história da própria confraria, cujas conclusões aqui seguimos (cf. SIMÕES, 2006).
Trata-se de uma igreja de planta longitudinal, com nave única coberta por duas abóbadas polinervadas, sem transepto e sem capelas laterais e com capela-mor mais baixa e também com abóbada polinervada, inscrevendo-se no ciclo do tardo-gótico alentejano (IDEM, p. 65). A primeira obra documentada é a da construção do coro, em 1579, sob a direcção do mestre Diogo Rodrigues. Seguiu-se a construção do Consistório, entre 1604 e 1605, de dois pisos a Sul da igreja, e onde se situa a sacristia, a portaria, escada para o coro, o antigo arquivo e a sala das Sessões. Nos mesmos anos executou-se ainda a janela da tribuna e o púlpito. De 1638-39 é a balaustrada de mármore do coro. Com as Guerras da Restauração as campanhas artísticas da igreja da Misericórdia sofreram uma interrupção, para regressar em força no período de acalmia que se lhe seguiu.
Assim, logo na década de 1680, e certamente inspirada na igreja de São Bartolomeu, a Mesa decidiu revestir o templo com azulejos polícromos, escolhendo o mesmo padrão conhecido por maçaroca. Poucos anos antes, entre 1676 e 1677 os tectos haviam recebido pintura a fresco, hoje desaparecida (IDEM, p. 155-56).
Já no século XVIII, uma nova campanha artística renovou os retábulos de talha com o retábulo-mor contratado com o entalhador Manuel de Mures, em 1731. Todavia, a sua linguagem mais próxima do proto-barroco motivou alguns acrescentos e alterações, de características barrocas e mais actualizadas em relação ao que se fazia na capital (IDEM, p. 163-64).
Na segunda metade da centúria executou-se nova tribuna, dourada por António de Sequeira; o coreto do órgão, em 1762 e o próprio órgão, em 1771 pelo mestre organeiro Pascoale Oldivino. No mesmo ano o mestre Francisco Miguel realizou o janelão de mármore do coro e que se situa sobre o portal principal, na fachada da igreja.
Um dos aspectos mais significativos que os estudos recentes apontam é o papel da arte e das campanhas artísticas ao serviço da propaganda e da legitimação das Mesas, principalmente na segunda metade do século XVII, quando houve mais corrupção e problemas ao nível dos partidos, com alternância entre os mais conservadores e os mais liberais, com reflexos imediatos no gosto conservador ou actualizado da encomenda artística (IDEM).
(Rosário Carvalho

IPPAR

Santa Casa da Misericórdia de Braga

Restaurar a Igreja de Jesus a partir da Eucaristia


Reabertura da Igreja de S. Marcos
Congregamo-nos para a reabertura ao culto da Igreja de S. Marcos. A primeira atitude é de acção de graças pela renovação global de todo o espaço sagrado. Para estarmos aqui, uma longa caminhada foi percorrida desde 2000. Tratou-se duma remodelação total nas estruturas, retábulos e pintura, dando consistência e qualidade à última grande intervenção efectuada entre 1905/1908, ou seja, quase há um ano.

Merece um pouco de atenção, a solicitude que a Santa Casa da Misericórdia colocou no restauro e valorização do “ex libris” desta igreja, ou seja, o Mausoléu de S. João Marcos. Este Mausoléu encerra um caixão de madeira com as relíquias do referido “Santo” e um túmulo de mármore, construído em Itália e mandado fazer por D. Rodrigo de Moura Teles, para onde foram transladadas as referidas relíquias, em cerimónia de grande pompa e solenidade, em 26 de Abril de 1718. Este mausoléu substituiu o túmulo original que agora está conservado em frente.

Estando em ambiente de Lausperene e considerando que este terá sido instituído por D. Rodrigo de Moura Teles, em 1710, é de supor que a Igreja de S. Marcos terá sido totalmente renovada, também por este motivo, na intervenção concluída em 1718.

Terei oportunidade, no Dia do Hospital, de regressar a esta história. Importa, porém, referir que a colocação duma imagem nova do Beato Bartolomeu dos Mártires, ao lado de tantas outras com longa história de veneração, evoca o facto de ter sido este Beato a entregar à Santa Casa da Misericórdia de Braga a Administração do Hospital de S. Marcos.

Esta coincidência com o Lausperene pode levar-nos a interiorizar a importância da arte na sua relação com a Eucaristia. O Santo Padre, na sua Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, pode ajudar-nos na reflexão. Diz ele:

“A profunda ligação entre a beleza e a liturgia deve levar-nos a considerar atentamente todas as expressões artísticas colocadas ao serviço da celebração. Uma componente importante da arte sacra é, sem dúvida, a arquitectura das Igrejas, nas quais há-de sobressair a coerência entre os elementos próprios do presbitério: altar, crucifixo, sacrário, ambão, cadeira. A este respeito, tenha-se presente que a finalidade da arquitectura sacra é oferecer à Igreja que celebra os mistérios de fé, especialmente a Eucaristia, o espaço mais idóneo para uma condigna realização da sua acção litúrgica; de facto, a natureza do templo cristão define-se precisamente pela acção litúrgica, a qual implica a reunião dos fiéis (ecclesia), que são as pedras vivas do templo (1 Pd 2, 5).

O mesmo princípio vale para toda a arte sacra em geral, especialmente para a pintura e a escultura, devendo a iconografia religiosa ser orientada para a mistagogia sacramental. Um conhecimento profundo das formas que a arte sacra conseguiu produzir, ao longo dos séculos, pode ser de grande ajuda para quem tenha a responsabilidade de chamar arquitectos e artistas para comissionar-lhes obras de arte destinadas à acção litúrgica; por isso, é indispensável que, na formação dos seminaristas e dos sacerdotes, se inclua, entre as disciplinas importantes, a História da Arte com especial referimento aos edifícios de culto à luz das normas litúrgicas. Enfim, é necessário que, em tudo quanto tenha a ver com a Eucaristia, haja gosto pela beleza; dever-se-á ter respeito e cuidado também pelos paramentos, as alfaias, os vasos sagrados, para que, interligados de forma orgânica e ordenada, alimentem o enlevo pelo mistério de Deus, manifestem a unidade da fé e reforcem a devoção.” (S.C. n.41)

Fixemo-nos nas palavras finais onde se afirma que todos os elementos “alimentam o enlevo pelo mistério de Deus, manifestam a unidade da fé e reforçam a devoção”. Se a arte sacra deve alimentar o enlevo, ou seja, o encanto, o deleite, o deixar-se extasiar, cativar… gostaria de manifestar uma intenção que deveria nortear a arte sacra tornando-a meio ou instrumento para um encontro com Cristo.

S. Paulo, aludindo à sua experiência, afirmava que considerou tudo inútil, lixo, para poder conhecer Jesus Cristo. Tinha um passado marcado pela fidelidade à tradição judaica. Sentiu de a deixar, correndo, com alegria, para esta maravilha de querer conhecer Cristo. Daí que os Lausperenes, como momento de contemplação e adoração, deveriam suscitar esta necessidade interior de silêncio para um encontro com a pessoa de Jesus, como centro da nossa fé. Ao lado da reflexão silenciosa poderemos colocar o encontro dialogante com os outros ou a participação de momentos/ cursos de aprofundamento da fé. Torná-la mais racional naquilo que ela encerra de conteúdos compreensíveis, que nunca ignora a dimensão do mistério, é a tarefa prioritária que deveria situar todos os cristãos deste tempo da modernidade laica. Há muita coisa para deixar, permitindo o encontro com Jesus como acontecimento essencial da vida.

Este encontro com Jesus, conhecido como amizade verdadeira, revoluciona a vida. É perdão pelas infidelidades mas apela a não voltar a pecar. Onde está um conhecimento profundo de Cristo, encontramos a urgência duma fidelidade renovada. Cristo entrando na vida, não permite que ela continue com os comportamentos de sempre ou de todos.

Os Lausperenes deveriam, deste modo, proporcionar muita reflexão e muita vontade de mudar de vida. Deixar para trás o que só significa tradição para entrar numa aventura de “tocar” o amor de Deus que purifica as palavras e os pensamentos. Ele não condena ninguém. Só que o erro das pessoas é sempre denunciado para que a fidelidade apareça. Esta conversão deverá acontecer e mostrar que Deus não coabita com a injustiça, a imoralidade, o adultério, o aborto, a eutanásia.

Esta Igreja de S. Marcos, profundamente renovada, estando integrada no conjunto do Hospital, deveria ser como que um apelo à dignidade da vida e da vida com dignidade, um compromisso com a cultura da vida e uma aceitação do imperativo de cuidarmos da vida em todas as dimensões. Propriedade da Santa Casa da Misericórdia, recorda-nos que Deus quer testemunhar, por nosso intermédio, o Seu rosto misericordioso numa vivência de obras de cariz corporal e espiritual.

A ocorrência da reabertura ao culto deste espaço histórico em dia de Lausperene permite-me sublinhar a importância da Eucaristia e pedir a todos os cristãos da Arquidiocese uma leitura meditada da última Exortação Apostólica, Sacramentum Caritatis, do Papa Bento XVI. Na verdade, não podemos contentar-nos com os comentários parciais, e talvez marginais, que a comunicação social tem veiculado.

Teremos de penetrar em todos os conteúdos. Gostaria de sublinhar, por hoje, o subtítulo: A Eucaristia como fonte e cume da missão da Igreja.

Como “Fonte”, a nossa participação na Eucaristia terá de promover atitudes e comportamentos de coerência com o que vivemos e celebramos na vida pessoal, familiar e profissional. A Eucaristia precisa de ser “vista” no nosso quotidiano.

Como “Cume”, não a podemos olhar como dom inacessível, com pensamentos e atitudes rigoristas dum renovado jansenismo. Devemos restituir-lhe a qualidade e dignidade dos templos e de tudo quanto ela exige de material, criando condições para uma celebração em espaços marcados pela beleza. Também a celebração, na variedade responsável dos serviços e ministérios, terá de corresponder às exigências da presença de Cristo. Só uma preparação séria das celebrações e uma vivência conscienciosa é digna do dom que Ele nos faz.

Sintamo-nos gratos por mais este enriquecimento do Património Religioso da nossa cidade e ultrapassemos os muros dos templos para testemunhar, como recordava o Papa, a “unidade de fé”, ou seja, acolhemos uma doutrina exigente e patenteada em Cristo e levamos essa doutrina para o concreto numa autenticidade de vida audaz e desavergonhada. Permanecer no louvor a Deus é o Lausperene, e isto significa trabalhar todas as dimensões da vida onde a beleza manifestada pela arte nos obriga a fugir ao banal e repetitivo.

Obrigado à Santa Casa da Misericórdia de Braga por este testemunho de Igreja. Tornemos a igreja viva mais bela pelo testemunho da coerência e da unidade como presenciamos no conjunto desta intervenção.

Que Deus seja louvado e recompense quem permitiu esta inauguração.



+ Jorge Ferreira da Costa Ortiga,

Arcebispo Primaz


D. Jorge Ortiga | Arquidiocese de Braga
26-03-2007

domingo, 19 de outubro de 2008

Santa Casa da Misericórdia de Ponte da Barca

Misericórdias preocupadas


Na recente entrevista de “O Povo da Barca” a António Bouças, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Ponte da Barca, é manifestada desilusão e preocupação. De facto há motivos para a preocupação das Misericórdias. A nível concelhio não foi aprovada a candidatura ao programa PARES para a instalação de um Lar de Idosos em Paço Vedro de Magalhães, o que foi contra todas as expectativas dos responsáveis da Misericórdia. A nível nacional surgiu recentemente a notícia de que existem lares que vendem as vagas em troca de avultados donativos, deixando em lista de espera os idosos mais carenciados (http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=341011&visual=26&rss=0). Edmundo Martinho, presidente do Instituto da Segurança Social veio para os meios de comunicação dizer que o controlo dessas situações é difícil, e que “os familiares têm medo de fazer queixa porque temem que o seu pai ou a sua mãe venham a sofrer represálias dentro das instituições". Tempos difíceis atravessam as Misericórdias. A nível concelhio o provedor anda desiludido com o chumbo desta candidatura ao funcionamento PARES, com a falta de verbas para obras no Lar Condes da Folgosa e com a ausência de “subsídio de âmbito central ou local”. A nível nacional a comparticipação do Estado por cada idoso de cerca de 330 euros mensais faz com que muitos lares troquem vagas por donativos. Apesar da tristeza da Misericórdia de Ponte da Barca devido a falta de dinheiro, felizmente que essas “poucas vergonhas” reveladas a nível nacional não se passam por aqui. “Tesos, mas sérios”, deve continuar a ser a postura a nível concelhio, pois felizmente (supomos todos) a situação na nossa terra permite a cada leitor deste blog dizer: “Não conheço nenhum caso desses donativos aqui nos nossos lares”. Segundo as notícias nacionais, muitos desses donativos não ficam registados, ficando no segredo dos “deuses”, por isso não é demais lembrar aos leitores que caso algum dia tenha conhecido ou venha a conhecer realidades destas, "a pressão para dar donativos em troca de uma vaga é completamente ilegal e constitui um crime de burla". É o presidente do Instituto da Segurança Social que o diz!

Misericórdia na Golegã

Semana da Misericórdia na Golegã



A XIII Semana da Misericórdia da Golegã vai decorrer entre 20 e 24 de Outubro com diversas actividades destinadas aos utentes das várias valências da instituição. Segunda-feira é do Dia da Criança, com a representação de peças de teatro pelos utentes do jardim-de-infância e do centro social pelas 10h30 na Zona de Lazer Martins Correia. Terça-Feira é Dia da Poesia, com actividades a partir das 10h30 no Centro de Férias para Pessoas Idosas.

O Dia da Comunidade assinala-se quarta-feira com venda de artesanato no mercado semanal (09h00) e na Oficina de Artes de São Caetano (15h00). Quinta-feira é Dia do Colaborador, estando programada uma palestra subordinada ao tema “Cuide com Optimismo…”, pelo dr. Miguel Pereira Leite, às 10h30 no salão nobre da Misericórdia. À tarde há música ao vivo a partir das 14h30 na Zona de Lazer Martins Correia. O programa encerra sexta-feira, 24, Dia dos Seniores, com missa na Capela Nossa Senhora dos Anjos pelas 11h30.

Santa Casa da Misericórdia de Ponte da Barca

Breve Histórial da Santa Casa da Misericórdia de Ponte da Barca



A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Ponte da Barca é uma Associação Pia de Beneficência e Assistência, com o objectivo de satisfazer as carências sociais e praticar actos de culto católico.

Surgiu no séc. XVI, na sequência de uma iniciativa de D. Leonor, rainha viúva de D. João II e irmão do rei D. Manuel I: lançar uma “obra de gente boa e cristã, para atender todas as necessidades dos mais pobres, em verdadeiro espírito de caridade evangélica, com o apoio do rei e no quadro da igreja”.

A primeira a ser substituída foi a de Lisboa, em 15 de Agosto de 1498. Quanto à Misericórdia de Ponte da Barca, não se sabe ao certo a data da sua fundação. Diz a tradição que ela remonta aos princípios do séc. XVI, provavelmente a 1534. Mas a verdade é que não há o documento fundacional.

De acordo com o Cónego Professor Avelino de Jesus da Costa, ilustre catedrático da Universidade de Coimbra, o documento mais antigo passado em nome da Misericórdia “ é uma procuração de 7 de Janeiro de 1584, em que António de Magalhãis de Meneses, quinto senhor da Terra da Nóbrega, assina como Provedor”1.

Por esta época terá sido também construída a primitiva Igreja da Misericórdia. È seguro que, em 1627, Constantino de Magalhães Menezes e esposa D. Isabel Manuel de Aragão, mandaram reconstruir e ampliar a capela-mor, doando-a à Irmandade.

Desde então sofreu diversas vezes obras de restauro e ampliação. A frontaria actual foi construída em 1822 e a tribuna com o altar-mor data de 1830. O interior da igreja foi quase todo modificado de 1822 a 1844.

A construção, em 1860-1861, da estrada nacional 101 “ obrigou a demolir o torreão, escadas do coro, casas do servo e capela do Santíssimo, que se encontravam do lado Sul. A Mesa da Misericórdia resolveu, por isso, em 1861, construir casa para o servo por trás da capela-mor, a cornija nova da igreja do lado da estrada e colocar o torreão onde actualmente se encontra “2.

Foi um centro de piedade, sobretudo durante a semana santa. Actualmente, o capelão da Irmandade e pároco de Ponte da Barca celebra aí a Eucaristia todos os domingos e, sempre que a Matriz não está disponível, a Igreja da Misericórdia continua a ser o templo alternativo para os actos de culto.

O exercício de todas as obras de misericórdia corporais e espirituais constitui, desde a primeira hora, a vocação destas Irmandades. O seu trabalho, no campo social, diversifica-se por acções de assistência à 3.ª Idade, à Infância e à Juventude.

Dando continuidade a uma tradição de assistência aos habitantes da terra a aos viajantes, sobretudo peregrinos de Santiago de Compostela, a Misericórdia fundou o Hospital “a 10 de Setembro de 1748, como consta da respectiva escritura, lavrada no Cartório do 1º ofício desta comarca”3.

Começou de uma forma muito humilde, apenas com duas camas, e viveu momentos difíceis. Nos finais do séc. XIX, registou-se, entretanto, um salto qualitativo. O Provedor de então, Padre José do Barral, “propôs, na reunião da Mesa de 7 de Março de 1891, que, naquele ano, se não fizesse a Procissão dos Paços, por o dinheiro a gastar nela ser preciso para fazer ‘a nova casa para o hospital, em razão do velho hospital não estar em condições de poder funcionar‘ ”4.

O projecto foi escolhido em 13 de Abril de 1897 e as obras prolongaram-se por vários anos. Com a ajuda de grandes beneméritos, o novo hospital acabou por ser inaugurado em Janeiro de 1911, admitindo doentes nas enfermarias do lado Norte. No entanto, o edifício só ficou concluído em 1928.

Dirigido durante muitos anos pelas Irmãs Franciscanas, constitui um marco importante, no historial do seu crescimento, a instalação, em 1952, de um serviço operatório de alta cirurgia. Na década de sessenta, o hospital sofreu uma profunda remodelação e, desde 1972, passou a funcionar nas suas instalações o Centro de Saúde.

Com a inauguração, em 1995, do novo Centro de Saúde, o Hospital da Misericórdia foi desactivado, dando-se início a obras de profunda remodelação do imóvel

Os trabalhos concluíram-se três anos mais tarde. O renovado Hospital da Misericórdia reabriu então as suas portas à comunidade com um projecto muito ambicioso. Das suas valências fazem parte uma unidade de internamento hospitalar (com capacidade para 10 utentes), um lar de acamados (preparado para acolher 25 utentes), e ainda um conjunto diversificado de consultórios médicos de várias especialidades: Clínica Geral, Cirurgia geral, Ginecologia e Obstetrícia, Medicina no Trabalho, Nefrologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Pediatria. Uma Clínica Laboratorial e Hemodiálise completam o leque de ofertas disponibilizado pelo novo hospital.

O Lar de Acamados funciona em ligação com o Lar de Idosos Condes da Folgosa. Trata-se de um equipamento fundado em 1922, por testamento de António Sousa e Sá, Conde da Folgosa. Este benemérito legou à Santa Casa da Misericórdia, para a fundação de um Asilo para inválidos de ambos os sexos, bens valiosos que possuía em Lisboa, cem títulos de cinco obrigações cada um do empréstimo brasileiro chamado Porto-Rio, e ainda as suas casas e quintais da então rua de Santo António, em Ponte da Barca.

“Como as obras eram demoradas, o Asilo abriu provisoriamente com cinco inválidos, a 14 de Janeiro de 1926, na casa cedida gratuitamente por D. Joaquina de Sousa e Costa”5. A inauguração oficial só viria a acontecer em 27 de Abril de 1952.

Nos finais da década de setenta, o imóvel sofreu obras de remodelação e ampliação, inauguradas em Novembro de 1981. Nessa altura, era provedor da instituição o Comendador José Carneiro Bouças, sucedendo-lhe no cargo o actual provedor, Gonçalo Lobo Bouças. À dinâmica das suas direcções muito se deve o crescimento que a Santa Casa tem conhecido nas últimas décadas.
Presentemente, o Lar Condes da Folgosa, sediado na rua com o mesmo nome, tem capacidade para 80 idosos. São pessoas sem retaguarda familiar nem condições dignas para permanecerem no seu meio.

Para os idosos que continuam a residir nas suas casas a Misericórdia mantém em serviço, desde 1991, o Apoio Domiciliário, a quem são distribuídas refeições e é garantido o tratamento da roupa e, caso o solicitem, a própria higiene pessoal e habitacional. Mais importante do que tudo isto é, no entanto, o convívio estabelecido e a relação afectiva construída entre os idosos e os técnicos de apoio. A solidão torna-se menos penosa e a vivência mais humanizada.

No que diz respeito aos mais novos, a Santa Casa da Misericórdia começou a dar apoio à Infância em 1976.

Sete anos mais tarde, foi inaugurado o Jardim-de-infância e Creche “José C. Bouças”. O edifício tem 7 salas e acolhe com idades compreendidas entre os três meses e os seis anos.

Posteriormente, a área de intervenção da Misericórdia de Ponte da Barca alargou-se à Prevenção Primária das Toxicodependências e à dinamização de Grupos de Auto-Ajuda. Trata-se de mais um passo decisivo resultante da atenção e preocupação constantes que a Instituição mantém para com as novas realidades emergentes da sociedade em que vivemos.

No âmbito do Programa Prevenir, o Projecto “ Vive Connosco “, entrou em funcionamento de um Centro Juvenil, dinamizando programas de estudo acompanhado e múltiplas actividades de ocupação sadia dos tempos livres.

A violência e maus-tratos de que algumas crianças são vítimas constitui outro motivo de preocupação. O contributo da Santa Casa da Misericórdia na abordagem a este grave problema traduz-se na participação de dois seus representantes na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens.

Em 1997, a convite da técnica local do Serviço Regional da Segurança Social, a Instituição tornou-se parceira no Rendimento Mínimo Garantido, com um representante no N.E. e na Comissão Local de Acompanhamento.

Actualmente a acção assistencial da Misericórdia de Ponte da Barca, diversifica-se em algumas áreas muito importantes, apresentando-se em algumas, como o único agente prestador do serviço.





1 AVELINO de JESUS da COSTA, Subsídios para a História da Terra da Nóbrega e do Concelho de Ponte da Barca, vol. I, Ed. Do Centro Cultural Frei Agostinho da Cruz e Diogo Bernardes, Ponte da Barca, 1988, p.104. Esta é a obra que seguiremos de perto no levantamento da informação histórica sobre a Santa Casa da Misericórdia.

2 Ibidem, p.106

3 Ibidem, p. 108

4 Ibidem, p. 109

5 Ibidem, p.115

Misericórdia do Porto

Flores Igreja da Misericórdia do Porto
A Igreja da Misericórdia do Porto situa-se na Rua das Flores, na cidade do Porto, tendo sido construída inicialmente em 1559 de estilo renascentista com reminescências góticas, desta igreja só se aproveitou a capela-mor, em virtude de um relâmpago que terá destruiudo a fachada em Abril de 1621.

História da Igreja

A Santa Casa da Misericórdia do Porto foi instituída em 1502, na sequência duma carta que o rei D. Manuel I terá escrito em 1499 às pessoas mais influentes da cidade, na qual lhes recomendava a criação duma confraria semelhante à de Lisboa, instituída no ano anterior. Inicialmente, a Confraria de Nossa Senhora da Misericórdia instalou-se na capela de S. Tiago, no claustro velho da Sé do Porto; em 1555, atendendo ao movimento da Rua das Flores, aberta por D. Manuel alguns anos antes, mudaram para lá a Casa do Despacho, iniciando nesse mesmo ano a construção da sua igreja, que seria benzida em 13 de Dezembro de 1559, por D. Rodrigo Pinheiro, ainda incompleta: a capela-mor foi construída apenas em 1584, recebendo o Santíssimo em 1590.

Em 1628, foi revestida interiormente de azulejos feitos em Lisboa, poucos dos quais chegaram até à actualidade.

A igreja ficou posteriormente desprezada e durante imenso tempo ameaçou ruína. Só durante o século XVIII é que as atenções se viraram para a reconstrução da igreja. No dia 7 de Fevereiro de 1740, a Mesa da Santa Casa da Misericórdia consulta vários peritos, entre os quais Nasoni, para darem o seu parecer sobre o estado de segurança da igreja.

Mas a igreja só foi reedificada por Nasoni em 1748 em estilo barroco com formas de rococó, na sequência da queda da abóbada da igreja, contando com várias propostas do artista, tendo sido escolhida a mais simples, mas mesmo assim umas das mais luxuriantes a nível de escultura.

Não existe na cidade do Porto outra fachada com um efeito tão cenográfico quanto a da frontaria da Igreja da Misericórdia, pois não se torna possível visualizar o templo na rua para além da sua fachada. Com a decoração ostentosa e pesada, assenta sobre três arcadas que abrem o andar inferior, apoiadas em altos pedestais. O arco central, porta de entrada para o vestíbulo, é rematado por uma cartela com um legenda bíblica e a data de 1750 no entablamento com um frontão circular partido e profusamente decorado; os arcos laterais encontram-se rematados por vieiras. O segundo piso, assente no entablamento divisório, termina também num frontão circular, partido, luxuriantemente decorado; compõem o conjunto três janelões de recorte ondulado (sendo o central de maiores dimensões), encimados por frontões ricamente decorados. Rematando a fachada, encontra-se um grande frontão, com o emblema da Misericórdia e a coroa real, e sobre a cornija encurvada erguem-se quatro fogaréus e, no topo, uma magnífica cruz de pedra trabalhada.

No interior, a igreja é constituída por uma só nave com abóbada de tijolo recoberto de estuques e as paredes encontram-se revestidas de azulejos azuis e brancos, que substituíram, em 1866, os primitivos, que serão provavelmente os que se encontram na parede da escada de acesso à tribuna e na sacristia. A capela-mor é coberta por uma abóbada barroca-jesuítica decorada, em granito, e as paredes, igualmente em granito bem trabalhado, dividem-se em dois frisos: o superior decorado com colunas coríntias e janelas com grades de ferro dourado (do século XIX); no inferior, com colunas jónicas, abrem-se vários nichos com imagens dos evangelistas do século XVI, em madeira, mas pintadas em 1888 por Marques Pinto, a imitar mármore.

A decoração interior tem alguns aspectos valiosos, nomeadamente a sanefa de talha dourada neoclássica do arco cruzeiro, onde figuram as armas reais e a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia. De destaque são ainda as capelas (na da esquerda encontram-se duas urnas de mármore com os restos mortais de João Teixeira Guimarães e D. Lopo de Almeida) e os altares laterais, com painéis e imagens valiosos, o coro, assente num belo arco abatido e recortado, da autoria de Nasoni, e o guarda-vento com uma vistosa talha rococó.

Esta igreja ainda é na actualidade propriedade da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia do Porto, fundada em 14 de Março de 1498, e o grande mecenas desta igreja, através do seu legado, foi D. Lopo de Almeida, aqui sepultado.

Misericórdia de Mogadouro

Arquivo: Edição de 30-09-2008

SECÇÃO: Informação Regional

Técnicos contratados pelo IGESPAR iniciaram os trabalhos pelas pinturas secas do altar-mor

Igreja da Misericórdia de Mogadouro restaurada

As pinturas do altar-mor da igreja da Misericórdia de Mogadouro, que se ergue no centro histórico da vila, estão a ser alvo de uma acção de restauro levada a cabo por técnicos especializados contratados pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGSPAR).
Segundo Ana Lopes, técnica de restauro, a intervenção começou pela limpeza, consolidação e estabilização das argamassas dos painéis. Ao passo que a segunda fase incidiu na reintegração pictórica de toda a obra.
“As pinturas apresentavam-se bastante degradadas, pelo que foi necessário alguma perícia. No início não se viam as imagens porque estavam opacas e escurecidas e algumas tapadas com cimento. Além disso, também se encontravam destacadas de todo do seu suporte”, explicou Ana Lopes.
De acordo com os técnicos que executam o trabalho de restauro, as pinturas remontam ao século XVIII. No entanto, é possível deduzir que houve outras que remontariam a séculos anteriores.

Obra vai beneficiar toda parte cultural do concelho de Mogadouro

“Estas pinturas poderiam ter sido executadas através de estampas já existentes, ou seja modelos pré- definidos que circulavam um pouco por todo lado. Embora pareçam pinturas de feição do século XVII, estas já são do século seguinte”, avançou a técnica.
Por seu lado, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro, João Henriques, congratula-se com o facto do IGESPAR ter disponibilizado dezenas de milhares de euros para a intervenção.
“ Esta obra vai beneficiar toda parte cultural do concelho de Mogadouro. Acreditamos que após a conclusão da intervenção efectuada nos painéis laterais, os secos existentes no tecto da capela-mor representarão o passo seguinte”, avançou o provedor.
A capela da Misericórdia de Mogadouro, em conjunto com a torre sineira do século XXIII, e o castelo medieval da vila formam uma beleza única do ponto de vista arquitectónico.


Por: Francisco Pinto


Nordeste

Misericórdia de Azambuja

Igreja e Edifício da Misericórdia de Azambuja


A Igreja e edifício da Misericórdia da Azambuja, também conhecida por Igreja do Espírito Santo enquadra-se na Categoria da arquitectura religiosa, tipologia de Igreja, está classificada como Imóvel de Interesse Público (IIP) pelo Decreto n.º 31/83, DR 106, de 09-05-1983.



“A vila de Azambuja, inicialmente denominada por "Vila Franca", foi fundada por D. Sancho I em 1200, que concedeu a povoação a D. Rolim, um cruzado flamengo. Na segunda metade do século XIII, a vila era governada pelo alcaide Rui Fernandes, que em conjunto com a sua mulher D. Elvira Esteves, executou em 1272 o primeiro foral, que consignava a regulamentação da vida da comunidade, tanto no centro urbano como no seu termo. “


O primeiro hospital da vila foi instituído em 1304 por Pedro Estevães do Sobral e sua mulher, Esteva Fernandes, entregue à irmandade do Espírito Santo, que edificou capela própria no espaço adjacente.


Em 1552 os irmãos do Espírito Santo decidiram fundar uma irmandade da Misericórdia em Azambuja, com sede na sua capela. À semelhança do que aconteceu em muitas localidades do país, a Misericórdia foi autorizada posteriormente por provisão régia, passando a administrar os organismos de assistência já existentes na vila. Desta forma, tanto a Irmandade do Espírito Santo como o seu hospital passaram para a alçada da Misericórdia, cujo templo terá sido transformado posteriormente, talvez já no início do século XVII, segundo um projecto de gosto maneirista. Os espaços da capela e do edifício da irmandade estão dispostos de forma contígua, desenvolvendo-se longitudinalmente.


O templo apresenta um modelo estrutural muito semelhante às igrejas de Misericórdia construídas na mesma época, com planta de nave única, formando um espaço unitário articulado com a capela-mor. A fachada, cuja estrutura apresenta um registo único, possui ao centro um portal de moldura rectangular ladeado por pilastras e encimado por frontão esculpido em 1701, segundo data inscrita no mesmo, rematado por cruz e pináculos e enquadrando o escudo de Portugal ladeado por duas esferas armilares.


Do lado esquerdo da fachada foi colocada a sineira, também rematada por frontão triangular. A fachada lateral do templo apresenta no registo superior duas janelas de sacada, com guarda de ferro e moldura rectangular rematada por friso. O interior, de nave única, possui coro-alto e púlpito, do lado do Evangelho. O espaço é coberto por tecto de dois panos. Junto ao arco triunfal, decorado com talha dourada, foram edificados os altares colaterais, de talha rococó policroma. A capela-mor, coberta por abóbada de berço, alberga ao centro o altar principal, de talha barroca dourada.


No espaço exterior à igreja subsiste ainda o claustro hospitalar, de planta rectangular com apenas um piso, aberto por arcada de volta perfeita assente sobre colunas toscanas.”


Fonte: IPPAR

Luta pela Caridade

Luta pela Caridade



A Igreja Católica e as Misericórdias estão em pé de guerra. Tudo por causa da natureza jurídica das Santas Casas que para os bispos são instituições públicas e eclesiásticas e para a União da Misericórdias Portuguesas (UMP) são associações particulares de fiéis, de cariz eclesial. As Misericórdias foram criadas pela sociedade civil (1498) e não pela Igreja.
PATRIMÓNIO INCALCULÁVEL DAS MISERICÓRDIAS

289 igrejas e capelas e inúmeras peças de arte sacra constituem o valiosíssimo património religioso das Misericórdias.
350 lares de 3.ª idade, para além de outros tantos centros de dia são forte marca da acção social das santas casas.
610 creches, jardins-de-infância e centros de actividades de tempos livres. Ao todo, acolhem cerca de cem mil crianças.
68 hospitais são das Misericórdias. Entre eles há 19 de agudos. Há ainda 70 unidades de cuidados continuados.
45 farmácias de venda directa são uma das maiores fontes de rendimento das Misericórdias. Há quatro desactivadas.
34 praças de touros.( É uma das curiosidades no imenso património das Misericórdias.)

A seguir ao Estado (administração central e autarquias), as Misericórdias são o maior empregador do País, com mais de 50 mil funcionários.

A maioria das receitas provém de subsídios do Estado



Posto isto assim, já percebemos do que estamos a falar e de como o vil metal se torna importante na caridade organizada e subsidiada pelo Estado.

Organizar a caridade e manter os pobres contidos com o mínimo e em simultâneo impedir reivindicações desregradas e descontroladas só se pode fazer bem, tendo subjacente essa velha máxima que, ser pobre dá entrada directa no reino dos Céus, e aí obterão a felicidade eterna. Amém.

Mas, o que mais espanta é que ,subjacente à tolerância do grande líder, laico, socialista e neoliberal para com este organizar da caridade e esta luta fratricida, está a necessidade que o Estado têm de se desresponsabilizar pelas questões sociais e de encontrar quem as assuma,de alguma forma, não lhe interessando como, nem porquê. O que interessa ao grande líder é o aliviar tensões socais sabendo que estas instituições conseguem deixar satisfeito quem nada recebeu , cumprindo à risca o seu papel de "amortecedor social". As Misericórdias apresentaram sempre uma grande compaixão pelos deserdados da sorte porém, só lhes garantem o mínimo e nunca o necessário .

Vai ser uma luta de morte que se irá desenvolver no silêncio, na calada das rezas, pelo controle jurídico das mesmas e consequentemente pelo controle do seu imenso património, dos subsídios estatais, da influência e do dinheiro que ainda vão poder ganhar com os pobrezinhos.
Tudo a bem da Nação !

in blog Menina Idalina

sábado, 18 de outubro de 2008

Santa Casa da Misericórdia de Faro

Misericórdia de Faro reduz refeições sociais e aponta o dedo à Segurança Social

05-Out-2007
A Santa Casa da Misericórdia de Faro veio apontar dedo aos organismos públicos algarvios, particularmente à Segurança Social, garantindo que irá ser forçada a “reduzir significativamente” o número de refeições sociais asseguradas às pessoas mais necessitadas.
Em causa estará a alegada redução ou cessação dos apoios concedidos ao Refeitório Social daquela instituição, uma valência implantada em Janeiro de 1985 no seu edifício sede que disponibiliza em complementaridade balneários e vestuário aos necessitados, com o objectivo de “servir o próximo”, dando expressividade da uma das 14 Obras de Misericórdia: “dar de comer a quem tem fome”.

O provedor da Misericórdia de Faro garante “nos primeiros anos houve organizações públicas, nomeadamente a Segurança Social, o Governo Civil de Faro, a autarquia, e mais recentemente, a paróquia de São Pedro de Faro, que contribuíram, em parceria, com a Santa Casa no custeamento das despesas”.
No entanto, José Candeias Neto, lamenta agora que, “apesar dos indicadores estatísticos expressarem que um em cada cinco portugueses vive em situação de pobreza, já não incluindo nessa estatística, os cidadãos estrangeiros (passantes e residentes) cujo número tem vindo a aumentar significativamente, estas entidades reduziram ou cessaram a sua comparticipação como é o caso da Segurança Social”.
“É certo que a pobreza e a exclusão social, provenientes de casos estruturais não se resolvem com gestos de generosidade esporádicos ou com sobras, mas também é verdade que se podem atenuar com gestos em prol dos cidadãos desafortunados da nossa sociedade”, refere aquele responsável.
Candeias Neto, que é simultaneamente o representante da União das Misericórdias no Algarve, lembra que “a Santa Casa da Misericórdia de Faro vive de quotizações de associados, de donativos, do voluntariado, do seu património e dos contratos celebrados com o Estado e utentes” e que “sem apoios de outras organizações, quer públicas, quer privadas, não pode continuar a sua acção de bem-fazer”, estando em causa a sua sustentabilidade.
O provedor assegura ainda que “as obras que a instituição leva a efeito na Unidade de Cuidados Continuados, no património imobiliário degradado, no apoio a famílias carenciadas e a manutenção do quadro de pessoal, o qual ultrapassa os 250 trabalhadores (incluindo avençados), exige uma gestão muito rigorosa e equilibrada no planeamento institucional”.
A instituição refere ainda que, “atendendo às exigências do Estado, no que concerne à higiene e à segurança alimentar”, contratou uma empresa do ramo alimentar para o fornecimento da alimentação a cada utente, a mesma que é fornecida aos trabalhadores da Misericórdia.
Segundo a Misericórdia de Faro, durante este ano de 2007, a instituição forneceu já 5170 refeições. Segundo a provedoria, apenas o Governo Civil de Faro, a Câmara de Faro e a paróquia de São Pedro de Faro, continuam a apoiar o fornecimento de algumas refeições, sendo a maioria custeadas pela Santa Casa.
De acordo com os números fornecidos pela Misericórdia de Faro, mesmo entre as entidades apoiantes, existem mesmo alguma disparidade no apoio por parte dos organismos oficiais. Por exemplo, em determinados meses, o número de refeições apoiadas pela Câmara de Faro é inferior ao da paróquia de São Pedro de Faro.
Confrontado pela FOLHA DO DOMINGO com esta situação, o Instituto Distrital de Solidariedade e Segurança Social do Algarve (IDSSA), através da sua directora de unidade, confirmou que até 2001/2002 a Segurança Social tinha o mesmo procedimento que os restantes organismos no pagamento das senhas de alimentação.
Ana Linhares, refere, no entanto, que “foi feita uma proposta à mesa da Misericórdia de Faro, no sentido de transformar aquele espaço numa resposta social tutelada por nós, designado Refeitório Social, e cujo sistema de financiamento seria uma comparticipação mensal em função do número de refeições ou de utentes beneficiados”.
O projecto chegou mesmo a estar inscrito em Orçamento de Programa da Acção Social para celebração do acordo em 2001, 2002 e 2003 mas “sempre caiu”, porque “a Misericórdia tinha um projecto de candidatura a um programa de investimento para construção de um refeitório social, de um balneário público e de um banco de distribuição de roupa que, por motivos alheios à própria instituição, não foi avante”, refere.
Aquela responsável confirma então que “o serviço de fornecimento de refeições da Santa Casa não é uma valência que tenha acordo firmado” com o IDSSA e “por isso a Segurança Social não poderá comparticipar”.
Ana Linhares garante que “não há acordo porque, face à legislação e aos normativos em vigor, existem várias exigências, ao nível de instalações e funcionamento, que neste momento a Santa Casa não consegue reunir porque estão a desenvolver a actividade num edifício centenário”.
“Se fossem feitas obras de acordo com a legislação em vigor a Segurança Social colaboraria nesse sentido”, acrescenta ainda, assegurando que “a Segurança Social está na disponibilidade, como sempre o fez relativamente à Misericórdia e a todas as outras instituições, a estudar alternativas e soluções para estas situações”.


Fonte: Samuel Mendonça

Misericórdias suspendem acordo com estado

Misericórdias suspendem acordo com estado

A União das Misericórdias suspendeu a assinatura de qualquer acordo com o Estado para integrar a Rede de Cuidados Continuados Integrados (RCCI) por não respeitar o acordo firmado
As Misericórdias afirmam que os textos da portaria recentemente publicada em Diário da República e das minutas de acordo enviadas pela Unidade de Missão para a Rede de Cuidados Continuados Integrados (UMCCI) "não são compatíveis entre si, o que, desde logo, compromete a assinatura e aplicação pelos agentes da Administração Pública", ou seja, presidentes das Administrações Regionais de Saúde e directores Distritais da Segurança Social.

Os textos da portaria implicam uma "clarificação dos conceitos de monitorização e controle, invadindo assim a autonomia de gestão das Instituições prestadoras", defendem. A portaria e as minutas de acordo "colocam em causa a credibilidade e confiança que as Misericórdias Portuguesas (que representam mais de 77 por cento da Rede) merecem da sociedade portuguesa, violando assim os princípios de boa fé e a prática já muito consolidada de cooperação entre o sector social e o estado português".

A decisão foi tomada após um encontro em Fátima, esta terça-feira, 11 de Setembro, que reuniu as Misericórdias "que já integram e as que se propõem a integrar a RNCCI". Na agenda dos trabalhos esteve a apreciação da "legislação entretanto publicada a este respeito" e "a versão final das minutas dos Acordos enviadas pela UMCCI".

A criação da Rede de Cuidados Continuados foi decidida em Conselho de Ministro em Março do ano passado. Na altura o governo realçava que a iniciativa tinha por objectivo preencher uma das mais graves lacunas do Serviço Nacional de Saúde. O ministro da Saúde recusou, entretanto, comentar a decisão da União das Misericórdias, alegando desconhecer a matéria.


Lucília Oliveira | FÁTIMA MISSIONÁRIA
11-09-2007 • 22:31

Provedor pede ao ministro que corrija a situação

Provedor pede ao ministro que corrija a situação

Hospitais misericórdias cobram taxas ilegais




A cobrança de taxas adicionais aos utentes dos estabelecimentos de Saúde convencionados com o Estado é ilegal. Essa é, pelo menos, a opinião do provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues, que já solicitou ao ministro da Saúde, Correia de Campos, que resolva, com celeridade, o problema.







Os utentes que têm de recorrer a estabelecimentos convencionados, para além da taxa moderadora, ainda se vêem confrontados com o pagamento das comparticipações unilateralmente fixadas.

O provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues, considerou, ontem, ilegal a cobrança de taxas adicionais aos utentes dos estabelecimentos de Saúde convencionados com o Estado e pediu ao ministro da Saúde, Correia de Campos, que resolva o problema, segundo refere um comunicado da Provedoria.
"A Provedoria apurou que estabelecimentos de Saúde convencionados, nomeadamente os Hospitais das Misericórdias, cobram aos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) importâncias adicionais", refere o documento, acrescentado que, para Nascimento Rodrigues, essa cobrança "é ilegal".

Provedor solicita a célere
resolução do problema

Nascimento Rodrigues solicitou a Correia de Campos que "proceda de forma célere à resolução do problema" respeitante ao pagamento de comparticipações adicionais, que não estão previstas nos protocolos entre o SNS e os estabelecimentos convencionados.
Segundo o provedor, esta situação "manifesta uma desigualdade (...) para os utentes que se vêem obrigados a recorrer a estabelecimentos convencionados, onde, além da taxa moderadora, pagam as comparticipações unilateralmente fixadas".
Estes estabelecimentos de Saúde alegam falta de verbas que permitam a sua sustentabilidade financeira e que os valores pagos pelo Estado são baixos, não sofrendo alterações desde 1997.

Santa Casa da Misericórdia de Valpaços

A Voz de Chaves
Arquivo: Edição de 15-06-2007
Hospital de Valpaços
Funcional para uns, ilegal para outros

O Hospital de Valpaços está longe de reunir consensos e até os próprios sócios da Lusipaços, três no total, com 33% cada, já entraram em discordância. Da Misericórdia, particular legal ou ilegal, continua a ser o velho problema que se arrasta há anos.

Já lá vão nove anos, quando a Lusipaços deu início à sua parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços, mas nem o tempo, nem o elevado número de utentes que por ali passaram apagaram a imagem de suspeição que continua a pairar sobre a forma como aquele hospital é gerido.

Se, para alguns, continua a ser um Hospital da Misericórdia com gestão privada, daí a comparticipação do Estado, para outros, tudo não passa de um Hospital privado que, através de “negociatas”, se serve da Misericórdia para aceder a dinheiros do Estado.

Desde o primeiro dia que os rumores nunca pararam, mas desde que os três sócios se desentenderam a situação complicou-se.

Dário Barros é um dos três accionistas da Lusipaços e, também, muito provavelmente, o mais contestatário à forma como o Hospital de Valpaços é gerido “Pediu-se um parecer aos juristas da Misericórdia de Lisboa, onde dizia que, não só o dinheiro que dá a Santa Casa à Lusipaços está mal empregue, como a mesa administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços pode ter de devolver todo o dinheiro que cobrou ao Ministério da Saúde. Ao aperceberem-se, na Misericórdia, celebraram um novo acordo com a Lusipaços e esta passou a pagar 6 mil euros por mês à Santa Casa (desde Maio de 2006), mas, para mim, isto é ilegal, pois é um aluguer encoberto. A Santa Casa faz as cobranças ao Estado (Ministério da Saúde), retira 6 mil euros e entrega o restante à Lusipaços,” salientou o accionista espanhol Dário.

Hospital Privado apenas na Gestão

Luís Fraga, o administrador do Hospital que representa a Lusipaços, explica: “Este Hospital é privado apenas na gestão. Não podemos confundir o acesso do doente com quem gere. Dou o exemplo do Hospital Amadora Sintra que, apesar de ser público, é gerido por um banco privado. Para mim, o princípio prende-se sempre com o acesso do doente, ou seja, ir ao médico e pagar ou não pagar. Se é gerido por uma entidade pública ou privada, penso que até para o próprio doente é irrelevante.

Neste caso concreto, é um Hospital de uma Misericórdia, em que o acesso ao Serviço Nacional de Saúde, em grande parte das valências, é gratuito e noutras há o princípio da comparticipação. O Estado está precisamente a ir por aí, pois, o Estado não pode ser regulador, financiador e prestador, porque se não fica tudo no mesmo saco e não permite uma grande transparência. Como o Estado somos todos nós, deviam regular e depois fiscalizar, agora se presta a Misericórdia, um banco ou uma empresa «xpto» isso, quanto a mim, é indiferente”.

Aluguer Disfarçado

Dário Barros vai mais além e levanta uma forte suspeição sobre o suposto “aluguer”. “No momento em que a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços “aluga” o hospital, a Lusipaços não pode trabalhar para o Ministério da Saúde, pois, a Misericórdia não tem absolutamente nada a ver com a assistência sanitária, nem com a gestão do hospital. Os direitos da Misericórdia continuam a pertencer única e exclusivamente à Misericórdia e a Lusipaços tem que funcionar como um entre muitos outros privados, cobrando apenas de forma privada e não como se tem feito, pois o que a Lusipaços faz, a meu ver, é ilegal. Eu, como um dos três sócios com 33% da Lusipaços não estou de acordo e quero que se reponha a legalidade. Como estou em desacordo, faço que conste nas actas de todas as reuniões o meu desacordo e que não me faço responsável pelos actos que se estão a cometer. Disse mesmo na última reunião, e está em acta, que lhes vou exigir aos outros dois sócios responsabilidades sobre tudo o que possa acontecer. Uma coisa que fique bem clara. Eu não estou a participar na gestão da empresa. Se a Misericórdia tivesse parceria era uma coisa, assim, com um “aluguer” disfarçado a história é bem diferente”.

Princípio da Comparticipação

Luís Fraga garante que esta é uma prática comum das Misericórdias dizendo: “Este é um Hospital da Misericórdia que tem um acordo com o Serviço Nacional de Saúde, e, em alguma actividade, como é comum em todas as Misericórdias, há o princípio da comparticipação”.

Grande parte das queixas sobre aquele estabelecimento de saúde prendem-se com a forma como o privado é ali camuflado, pois apesar do Estado comparticipar, e do utente ter de pagar a consulta, o recibo não é a Lusipaços que o emite, mas continua a ser a Misericórdia, beneficiando assim dos benefícios fiscais que estas instituições têm. Luís Fraga, que não escusou nenhuma das questões que lhe colocámos, frisou: “Relativamente aos cuidados continuados, e segundo um despacho do senhor Ministro, chegou-se à conclusão que o que pagam não dá para suportar os custos. Para uma consulta de especialidade, o Estado paga apenas seis euros e eu pergunto, ainda que o hospital entregue os seis euros ao médico, como é que se conseguia trazer especialistas a Valpaços para prestar serviço? O princípio da comparticipação nas Misericórdias existe e muitas vezes foi posto em questão se é legítimo ou não, mas o que é certo é que há alguns despachos do próprio ministério da saúde e do IGF (Instituto de Gestão Financeira) que falam no princípio da comparticipação e se assim é, quer dizer que alguém paga uma parte.

Também sei, e isto já é falado há pelo menos nove anos, que o Estado iria rever os valores que paga à Misericórdia. Numa cirurgia, por exemplo, às amígdalas, o Estado paga 210 euros. Como é que é possível fazer uma cirurgia onde estão dois Otorrinolaringologistas, o anestesista, um enfermeiro instrumentista, um enfermeiro circulante, o restante pessoal auxiliar, toda a envolvente da cirurgia e o internamento por este dinheiro?

Era impraticável. Apesar de haver muita contestação, por terem de comparticipar, os próprios pacientes sabem que se não fosse assim era impraticável e isso era o fim das Misericórdias”.

Quanto aos lucros, Luís Fraga referiu que “Os lucros, obviamente, são para ambas as partes. Quando se faz um contrato com alguém há varias formas de contratualizar o serviço. Uma é pagarem um valor fixo por mês, pelo serviço que prestamos à Misericórdia, outra é nós gerirmos e sobre o que ficar há uma participação nos resultados. É uma modalidade de pagamento não de nós à Misericórdia, mas sim da Misericórdia a nós, porque quem recebe é a Misericórdia”.

A questão dos benefícios fiscais também foi abordada e Luís Fraga garante que “ninguém foge aos impostos, pois quer a empresa, quer a Misericórdia estão isentas de IVA. A Misericórdia porque é uma IPSS e a Lusipaços porque presta serviços de saúde e, ao abrigo do nº2 do Artigo 9º do Código do IVA, as empresas que prestam serviços de saúde e similares têm isenção”.

Luís Fraga sabe que nem todos vêem o Hospital de Valpaços com bons olhos e boatos é o que não falta, mas os seus números, e o que a Lusipaços tem feito por Valpaços, segundo ele, deviam ser levados em linha de conta: “Criamos 70 postos de trabalho e vem muita, mesmo muita gente a Valpaços. Vão aos restaurantes, os médicos, alguns deles, que vêm de Espanha, dormem em Valpaços e levam azeite e vinho e só em 2003 fizemos perto de 400 cirurgias do hospital de Viseu. Trouxemos muita gente a Valpaços e tínhamos de ser apoiados. Criticar o que de facto é criticável, mas criar sinergias para potenciar a região deveria ser o caminho”.



Tudo está bem explícito

Apesar de tentarmos encontrar respostas para todas as dúvidas, no seio da população a suspeição continua e o mesmo utente, que até tem familiares a trabalhar no Hospital, daí querer manter o anonimato, levantou um elevado número de suspeições que segundo ele já mereciam uma investigação: “Não é no mínimo estranho que uma empresa como a Lusipaços não tenha funcionários contratados e que os médicos e enfermeiros estejam todos a recibos verdes?” Questionou o utente.

Segundo o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços, Eugénio Morais, que também foi confrontado com toda esta situação, nada de estranho ali se passa e tudo está bem explícito nos contratos celebrados. “Elaborámos um contrato de acordo de parceria, com duração de 15 anos com a empresa Lusipaços, para combater a falta de médicos com que nos debatíamos em Valpaços, mas o dono do espaço físico continua a ser a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços, com divisão dos lucros em 50% para cada lado. Quanto ao pessoal e à forma como a Lusipaços o gere, é da sua única responsabilidade, pois as despesas e encargos também são exclusivamente da sua responsabilidade,” frisou o Provedor.

Para concluir, o mesmo utente, deixou uma outra questão no ar: “Se houver um problema grave neste Hospital quem é o responsável.?A Santa Casa da Misericórdia de Valpaços ou a Lusipaços?

Segundo o Provedor, a resposta para essa questão é fácil. “O responsável seria, sem qualquer dúvida, o Director Clínico”.

A questão da facturação foi também um dos temas abordados junto do Provedor e este garantiu desconhecer que os recibos das comparticipações e das consultas particulares, que ali se fazem, são emitidos pela Santa Casa. “Sei que também se faz neste hospital medicina privada, mas desconheço que, nestes casos, o recibo seja emitido pela Santa casa”.


Um caso

Um utente do lar da Santa Casa da Misericórdia teve de permanecer internado no hospital alguns dias e, para o deixarem sair, depois da alta, exigiram-lhe o pagamento da taxa moderadora, pelo que surgiu a questão “Se o hospital realmente é da Misericórdia, e se o senhor até está no lar, para que é que exigiram o dinheiro? São estas coisas que não conseguimos entender neste hospital. Quando não interessa, o hospital é da Misericórdia, quando interessa, já é privado,” frisou um valpacense utente daquela unidade de saúde que por Valpaços ser um meio muito pequeno e todos se conhecerem preferiu manter o anonimato.

O administrador do Hospital não escondeu que, de facto, isso aconteceu e fez questão de explicar: “Para nós é extremamente complicado não cobrar as taxas de imediato, pois, como imaginam, são muitas as pessoas que vão embora e não pagam. Esse dinheiro é muito difícil de se receber, e, por exemplo, não iremos meter em tribunal uma pessoa que esteve internada sete dias e que deve 70 euros, pois o valor é irrisório. Mas se estes 70 euros se multiplicarem por muitos, o prejuízo é grande. Muito mais quando se trata de taxas moderadoras na ordem dos 3 ou 4 euros.

De facto, demos instruções aos enfermeiros, que são quem entregam as altas, que tentem receber estes valores. O problema é que não só um doente, mas sim milhares, e todas as semanas enviamos cartas a pedir três, quatro, cinco e seis euros.

De facto, a enfermeira disse ao senhor que só podia ter alta depois de pagar as taxas moderadoras e o senhor ligou para o lar e disse que não o deixavam sair sem pagar. Do lar, ligaram para aqui a dizer que o doente era de lá e que eles depois pagavam e o senhor teve imediatamente alta e não, como se diz, que teve de aqui ficar mais um dia. Se calhar, houve precipitação da nossa parte e, de facto, em vez de termos comunicado esta situação ao utente, deveríamos ter comunicado ao Lar”.

Santa Casa da Misericórdia de Braga

Igreja do Hospital mostra os "500 anos do S. Marcos"
Espólio da Misericórdia à espera do Palácio do Raio

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga manifestou ontem o desejo de instalar «o mais breve possível no Palácio do Raio» o «valioso espólio» da instituição.
Segundo Bernardo Reis, que falava aquando da inauguração da exposição 500 anos ao serviço da vida – Arte e História”, que pode ser visitada até 30 de Outubro na restaurada igreja de S. João Marcos do Hospital, a criação do museu da Misericórdia de Braga, no Palácio do Raio, actualmente ocupado com estruturas dos ministérios da Saúde e Justiça, continua a ser preocupação e desejo da instituição.
Texto, José António Carneiro
Foto,
Publicado a 18-10-2008
Diário do Minho

Santa Casa da Misericórdia de Constância

Creche de Constância será a primeira no concelho



A Misericórdia de Constância deu esta semana por concluídos os trabalhos de construção e recheio de uma creche na sede de concelho, “o único município do distrito que até hoje não era servido por este tipo de infra-estruturas”, disse hoje à Agência Lusa o seu Provedor.

Com um investimento de 550 mil euros e capacidade para 60 crianças, a nova infraestrutura foi construída no Bairro do Chão da Feira, junto à Escola EB 2,3/S Luis de Camões, sendo sua proprietária a Santa Casa da Misericórdia de Constância, entidade que fará também a sua gestão.

Segundo disse à Agência Lusa o provedor da Santa Casa, “este era um equipamento que fazia muita falta, não só aos pais e encarregados de educação do concelho de Constância mas também a muitos outros de freguesias e municípios vizinhos”.

“Este é mais um desafio para a Misericórdia, pois até agora tem trabalhado essencialmente com a terceira idade nas valências de Centro de Dia, internamento e apoio domiciliário”, afirmou Vasco Botelho de Sousa.

Segundo disse, “atendendo à relação privilegiada que a instituição mantém com a autarquia, que incentivou e impulsionou a constituição desta parceria estratégica, decidimos avançar com esta ideia atendendo às reais necessidades da população”.

“O município cedeu o terreno para a construção do equipamento e pagou o respectivo projecto de execução, sendo que os 550 mil euros do custo total da obra foram comparticipados em 54 por cento através do FEDER, 36% através do PIDDAC e os restantes 10 por cento foram assegurados pela Santa Casa da Misericórdia de Constância”, afirmou.

A nova creche, a inaugurar brevemente, terá capacidade para 60 crianças divididas por seis salas e contará com cerca de 30 funcionários, entre os quais 12 educadoras de infância.

Um dos três núcleos que constituem a nova infraestrutura é composto por salas destinadas a berçário e parque de crianças dos 12 meses aos 3 anos de idade, duas salas de actividades dos 12 aos 24 meses e outras duas salas de actividades para crianças dos 24 aos 36 meses.

“Todas as salas estão equipadas com instalações sanitárias à medida das crianças e respectivas idades”, afirmou o responsável.

Num segundo núcleo, destinado a serviços administrativos, “já foram colocados e equipados os gabinetes para as educadoras, para o serviço de secretariado, de direcção administrativa, de direcção técnica e a sala de reuniões”.

No terceiro núcleo foram instaladas as áreas de serviços, tais como refeitórios, salas polivalentes, cozinha, despensa, armazém e tratamento de roupas.

O exterior do edifício contempla pátios cobertos e áreas descobertas, “devidamente preparadas para a realização de actividades lúdicas”, afirmou o Provedor.

Para Vasco Botelho de Sousa, “com a conclusão física da obra o principal está feito, sendo que falta apenas que o Estado defina a comparticipação financeira para cada uma das crianças para o equipamento entrar em funcionamento o que, acredito, acontecerá em breve”.

“É um pequeno pormenor mas é de extrema importância que o Ministério defina a respectiva dotação para podermos iniciar a actividade”, afirmou.

Segundo disse à Agência Lusa o presidente da Câmara de Constância, “este era o único concelho do distrito que ainda não tinha uma creche a funcionar, uma valência que muita falta nos fazia no âmbito das politicas de apoio à familia e que vai entrar ao serviço da comunidade muito em breve”.

“Esta é uma obra que em muito honra o concelho e que oferece excelentes condições para que os pais possam agora colocar aqui os seus filhos, numa lógica de apoio continuado às famílias”, afirmou António Mendes.

O Mirante
17-10-2008

Santa Casa da Misericórdia de Mirandela

Misericórdia inaugura loja + Saúde
Presente na inauguração da loja + Saúde, o provedor da Santa Casa, Manuel José Araújo, explicou que este estabelecimento tem objectivos diferentes de qualquer outra loja, uma vez que pertence ao sector social e a uma instituição de solidariedade.
“O nosso objectivo não é o lucro, é servirmos o melhor possível as pessoas. Queremos servir os utentes, servir o público em geral a preços muito mais acessíveis porque não temos fins lucrativos”, afirmou o provedor.
A Santa Casa da Misericórdia tem à sua responsabilidade mais de 700 idosos que serve diariamente com a ajuda de oito enfermeiros que utilizam diariamente artigos de enfermagem e que agora têm preços muito mais acessíveis.
Além deste facto, a + Saúde vai estar aberta ao público em geral pelo que tudo o que esta Parafarmácia conseguir lucrar servirá para suportar os medicamentos dos idosos que não têm capacidade económica de os comprar.
“É esse o grande objectivo do sector social, procurar servir os mais necessitados, aqueles que não têm suportes familiares para poder aguentar despesas principalmente de medicação”, refere Manuel José Araújo.
Não querendo revelar números, o provedor acrescenta ainda que esta loja em Mirandela foi um grande investimento que a Santa Casa da Misericórdia suportou na totalidade, “desde os móveis, aos produtos necessários para encher as prateleiras, aos contactos com fornecedores, à parte informática, tudo isso ficou a nosso cargo e é caro”.
José Silvano, presidente da Câmara Municipal de Mirandela, considera que esta é uma forma da própria Misericórdia satisfazer as necessidades dos utentes com mais rapidez e que permite a sua auto sustentabilidade.
“A Misericórdia precisa de arranjar actividades que não sejam só gastadoras de dinheiro mas que também sejam geradoras de receitas e uma das actividades é esta”, afirma o autarca.
A instituição vai agora procurar divulgar este novo equipamento social junto do público em geral.

Terra Quente
17-10-2008