sábado, 31 de janeiro de 2009

Santa Casa da Misericórdia de Alcoutim

Alcoutim lança programa para acabar com a surdez

Domingos Viegas
*29-1-2009 |

A população mais idosa que sofre com problemas de surdez no concelho de Alcoutim vai ver a sua qualidade de vida melhorada. A câmara municipal está a desenvolver um programa de combate à surdez, em parceria com a Santa Casa da Misericórdia local, que inclui o pagamento das respectivas próteses.


“As pessoas são observadas e, posteriormente, encaminhadas para clínicas em Faro, onde lhes são implantadas as próteses auriculares”, explicou ao Jornal do Algarve o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Francisco Amaral. “As próteses são muito caras, custam mais de mil euros, e estamos a falar de pessoas com reformas muito baixas, que não têm possibilidade de as adquirir”, acrescenta o autarca, revelando que a Câmara de Alcoutim pagará 95 por cento do aparelho, enquanto os restantes cinco por cento ficarão a cargo da Santa Casa da Misericórdia.


Este programa de combate à surdez teve uma fase experimental na freguesia de Vaqueiros, na qual foram abrangidas 20 pessoas. Após o êxito desta experiência piloto, a câmara “vai alargar o projecto a todo o concelho”, revelou Francisco Amaral, adiantando que agora serão abrangidas “cerca de uma centena de pessoas” e que o investimento da autarquia será de “100 mil euros”.


Refira-se que se trata de uma população envelhecida, residente em cerca de uma centena de povoações dispersas e isoladas, uma situação agravada pelo isolamento dentro da própria casa provocado pela surdez. A juntar a esta situação e ao facto de o Estado não pagar as referidas próteses, está também o facto de muitos destes idosos serem muitas vezes ludibriados por vendedores de aparelhos.


“As pessoas são constantemente contactadas por indivíduos sem escrúpulos, que lhes querem impingir umas coisas manhosas, caras e que não resolvem o problema”, diz o autarca. Francisco Amaral, médico e presidente da autarquia, recorda que “há muitos tipos de surdez” e que “é preciso fazer exames” para que “possa ser aplicada a prótese adequada a cada situação”.

Jornal do Algarve

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