sábado, 22 de agosto de 2009

Santa Casa da Misericórdia de Valpaços

Sexta-feira, 03 de Julho de 2009
Provedor da Misericórdia recebe ilegalmente
Valpaços
Especialistas em direito administrativo não têm dúvidas:

Eugénio Morais, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços, recebe indevidamente uma remuneração mensal desde 2007"O provedor da Misericórdia de Valpaços está, desde 2007, a receber uma compensação anual “por tempo perdido” de 15 mil euros, contrariando os estatutos da instituição, que não prevêem que os elementos da mesa administrativa da instituição sejam remunerados. O jurista da Misericórdia e o presidente da Assembleia Geral sustentam que a decisão foi tomada com base num parecer da União das Misericórdias. Mas dois especialistas em direito administrativo contactados pelo Semanário TRANSMONTANO entendem, porém, que a compensação é ilegal. E que contraria a Lei, que diz que o exercício de cargos nos corpos gerentes destas instituições é gratuito, podendo apenas serem pagas despesas dele derivadas.
A Misericórdia de Valpaços está a incorrer numa prática que uma inspecção da Segurança Social levada a cabo na instituição já considerou irregular. Em causa estava então o recebimento por parte do provedor de uma quantia fixa mensal de 600 euros que, por configurar uma remuneração, foi considerada irregular, ainda que aprovada numa Assembleia-Geral.
No entanto, a verdade é que, mesmo sem os estatutos terem sido alterados, o provedor continua a receber. Aliás, agora mais do dobro. A proposta de alteração dos estatutos chegou a ser elaborada, mas acabou por ser abandonada. A Assembleia-Geral (AG) entendeu que não seria necessário. Além do mais, a alteração obrigaria a que a mesma fosse rectificada pela Diocese de Vila Real e a nova publicação, o que poderia ou não acontecer. A solução encontrada pela Mesa Administrativa e pela AG, que rectificou a proposta, foi a atribuição ao provedor de uma “compensação anual por tempo perdido” no valor de 15 mil euros líquidos.
Dois especialistas em direito administrativo contactados pelo Semanário TRANSMONTANO consideram, porém, que a ilegalidade se mantém, uma vez que contraria o espírito do Decreto-Lei nº119/83, de 25 de Fevereiro, no que diz respeito às condições do exercício dos cargos nos corpos gerentes das Instituições Privadas de Solidariedade So-cial, onde se inclui a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços.
De acordo com o nº 2 do artigo 18º do referido decreto, os corpos gerentes só podem ser remunerados “quando o volume do movimento financeiro ou a complexidade da administração das instituições exijam a presença prolongada de um ou mais membros dos corpos gerentes,” e “desde que os estatutos o permitam”.
Não é o caso da Misericórdia de Valpaços, uma vez que a alínea a) do artigo 30º dos seus estatutos diz que “não podem ser membros da Mesa Administrativa os irmãos que estiveram ao serviço remunerado da instituição”. Por sua vez, o ponto nº 1 do mesmo artigo do Decreto-Lei 119/83 estabelece que o “exercício de qualquer cargo nos corpos gerentes das instituições é gratuito” e que pode apenas “justificar o pagamento de despesas dele derivadas”. Ora, também neste caso, entendem os especialistas contactados, que a compensação fixa atribuída ao provedor não tem enquadramento legal. “Dá-me a impressão que não se pode aceitar isso de fixar uma compensação anual. Deveria ser compensado conforme a despesa feita. Por exemplo, fez uma viagem a Lisboa, ao entregar as facturas aos serviços da Misericórdia, seria pago”, defende o advogado Rui Polónio Sampaio, considerando ainda que esta compensação “foge ao preceito da Lei, que diz que o cargo é gratuito”.
“O que é gratuito não é remunerado. A pessoa só vai para lá se quiser. Parece-me claro”, observa, para concluir que a solução encontrada não é diferente de uma remuneração. “O que interessa receber 600 euros mensais ou ter uma compensação anual? É só o nome que muda”.
António Fonseca de Sousa, director dos Cadernos de Justiça Administrativa e Professor na Faculdade de Direito na Universidade do Minho, tem uma opinião semelhante. Desde logo porque entende que “o montante fixo não é compatível com o conceito de despesas”. “As despesas são pagas a posteriori. Quando se fixam está-se a fazê-lo a priori”, defende o professor, considerando que se trata de um “ordenado” e que contraria a gratuitidade do exercício do cargo previsto na Lei. “A situação é abusiva, não está coberta pela Lei”, conclui.
Confrontado pelo Semanário TRANSMONTANO, o provedor, que dispõe de uma viatura da instituição 24 horas por dia e também dispõe de um cartão de crédito da Misericórdia, remeteu explicações para o jurista da instituição, Coelho Marques.
Este alega que a decisão é “legal”, que “foi aprovada em assembleia-geral”, que “é do conhecimento dos irmãos” e que é do conhecimento da União das Misericórdias.
O presidente da Assembleia-Geral da Misericórdia, Amílcar Almeida, é da mesma opinião. “É legal. Houve até o cuidado de se falar com a União das Misericórdias, havendo também um parecer da Direcção-Geral de Finanças. Ambos os pareceres devem estar anexos às actas”, frisa Amílcar Almeida.
O presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos, corrobora a legalidade da compensação, embora admita que era “preferível que estivesse previsto nos estatutos”. “Mas, do meu ponto de vista, não vejo ilegalidade nenhuma nessa situação. Foi votado em assembleia-geral. É transparente. Quando muito pode ser considerado um erro de forma, que fica sanado se os estatutos forem alterados”, diz, lembrando que a “compensação não é uma remuneração”.
Manuel Lemos alega também que o grande defensor da tese da compensação tem sido o padre Vítor Melícias."

Semanário Transmontano

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Santa Casa da Misericórdia de Valpaços


22-05-2009

Segurança Social vai investigar Misericórdia
O Instituto da Segurança Social vai investigar a Misericórdia de Valpaços por denúncias de trabalhos pesados realizados por alguns utentes em propriedades da instituição, publicadas pelo "Jornal de Notícias".
O departamento de fiscalização do Instituto da Segurança Social (ISS) abriu um processo de averiguações à Misericórdia de Valpaços. A deligência foi desencadeada pela notícia do JN sobre o facto de alguns utentes estarem a executar trabalhos, árduos, para a instituição. Ao que foi possível apurar, os inspectores do ISS deverão visitar a Misericórdia a qualquer momento.A participação ao departamento de fiscalização do ISS foi feita pelo Centro Regional de Segurança Social de Vila Real após a publicação da notícia, no passado dia 24 de Abril. "A matéria já chegou e vai ser averiguada", confirmou, ao JN, fonte do departamento de fiscalização do ISS. A confirmar-se, a Misericórdia deverá ser obrigada a "corrigir" a situação.A notícia em causa dava conta do facto de quatro homens, com idades compreendidas entre os 40 e os 52 anos, executarem, com regularidade diária e há vários anos, trabalho para a Santa Casa. Dois utentes, de 40 e 52 anos, trabalham, sobretudo, na quinta que a Misericórdia possui em Valverde, onde fazem todo o tipo de trabalho, desde cavar vinhas ao cultivo de todo o tipo de hortícolas. Outros dois utentes estariam a trabalhar no bar e na barbearia. Ao que foi possível apurar, após a publicação da notícia, só terão deixado de trabalhar os utentes que estavam no bar e na barbearia. Os outros dois continuaram a ir diariamente para a quinta.Na altura, o provedor da Misericórdia, Eugénio Morais, apesar da dureza de algumas tarefas, falou em "entretenimento". "Não obrigamos ninguém, eles é que querem. Se não trabalham, não se sentem realizados. É isso. Não escravizamos ninguém", considerou."Os utentes não devem trabalhar para as instituições e não o fazem. As mulheres podem fazer bordados, os homens outro tipo de coisas para se entreter ou se sentirem mais ágeis, mas de forma voluntária e sempre como actividade considerada ocupacional", defendeu, em "abstracto", por sua vez, o coordenador do Centro Distrital de Segurança Social de Vila Real, Rui Santos, que acabou por enviar uma cópia da notícia para a fiscalização do ISS.

Fonte:JN

Santa Casa da Misericórdia de Valpaços

Valpaços
Propriedade destinava-se à construção do novo lar
Misericórdia perdeu 25 mil euros por desistir de comprar terreno

Santa Casa perdeu o valor do sinal entregue ao proprietário de um terreno que depois desistiu de comprarUm acto de aparente precipitação levou a que a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços tivesse perdido 25 mil euros, o valor do sinal entregue ao proprietário de um terreno que depois desistiu de comprar. A propriedade em causa, situada na estrada para Lagoas, a menos de um quilómetro do campo de futebol de Valpaços, destinava-se à construção do novo lar que a Misericórdia pretende construir, no âmbito de uma candidatura de financiamento ao programa do Governo para o alargamento da rede de equipamento sociais. Aliás, terá sido por estar em cima do fim do prazo da entrega das candidaturas que terá levado à precipitação do negócio. Ao que o Semanário TRANSMONTANO (ST) conseguiu apurar junto do proprietário do terreno, a venda ficou acordada pelo valor de 150 mil euros.
“Eu nem queria um tostão de sinal porque confiava neles, foram eles que insistiriam para pegar no cheque de 25 mil euros”, contou o dono da propriedade, desgostoso com a “partida”, tanto mais que, garante, não pretendia vender o terreno. “Só o vendi porque insistiram muito e por ter consideração por eles”, nota.
Ao que foi possível apurar, a Santa Casa terá desistido da compra por ter encontrado um terreno mais barato. A propriedade em causa, junto ao cruzamento de Valverde, com cerca de 27 mil metros quadrados custou, segundo confirmou o proprietário ao Semanário TRANSMONTANO, 75 mil euros.
No entanto, também não será neste local que a Misericórdia vai construir o novo lar. O equipamento será erguido num terreno no centro da cidade, que, entretanto, um cidadão do concelho ofereceu à instituição.
Contactado pelo ST, o provedor da Santa Casa da Misericórdia, Eugénio Morais, recusou dar qualquer justificação sobre a desistência da compra do terreno junto ao campo de futebol e a consequente perda dos 25 mil euros dos sinal, alegando estar a ser “perseguido” pelo jornal. Referia-se à sequência das notícias que tem vindo a ser publicadas e que envolvem a Misericórdia. Uma delas dava conta da compensação anual de 15 mil euros recebida por Eugénio Morais desde 2007, que não está prevista nos estatutos e que dois especialista em direito administrativo contactados pelo ST consideraram ilegal. Outra denunciava o facto de alguns utentes estarem a trabalhar para a instituição (o que já não estará a acontecer, após uma inspecção da Segurança Social). “Eu sou uma pessoa honesta, nunca fiquei com um tostão a ninguém”, disse apenas Eugénio Morais.
Por: Margarida Luzio
Semanário Transmontano

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Greve na Misericórdia de Gaia

Eduarda Vasconcelos, O Primeiro de Janeiro [2007-03-08]
Cerca de 150 trabalhadoras dos lares da Santa Casa da Misericórdia de Gaia vão fazer greve no dia 23 de Março em protesto contra o alegado não cumprimento do Contrato Colectivo de Trabalho.
As funcionárias estiveram ontem reunidas em plenário desde o início da manhã e tentaram no edifício-sede da instituição ser recebidas pelo provedor Pinto Brandão para eventual negociação, o que não veio a suceder. Em declarações ao JANEIRO, Francisco Figueiredo, do sindicato do sector garantiu que Pinto Brandão recusou qualquer reunião o que demonstra “autoritarismo”. “O sr. provedor tem-se escusado a dialogar, o que mostra que não pretende qualquer concertação”, frisou, sustentando que o sindicato e as trabalhadoras estarão disponíveis apenas até dia 19 para negociação e tentativa de chegar a acordo. É que vigora a partir desse dia a alteração no regime de diurnidades que “foi decidido unilateralmente”, afiançou o dirigente sindical. Assim, as funcionárias deverão ainda, antes da greve cujo pré-aviso o sindicato deu já ontem entrada, reunir novamente em plenário antes do dia 19 ou nesse mesmo dia. Francisco Figueiredo adiantou que a proposta de alteração de horários “obriga a que algumas pessoas tenham uma carga horária de 10 e 11 horas”. Também as mudanças nos turnos com rotação ao fim de quatro meses estão a indignar de sobremaneira as trabalhadoras. A não actualização de salários, garantem, não aconteceu, com a actual Mesa Administrativa que tomou posse em Janeiro do ano passado. As queixas de que a Misericórdia de Gaia não está a cumprir o Contrato Colectivo de Trabalho estendem-se também a alegados congelamentos das carreiras e categorias profissionais. Francisco Figueiredo especificou que a instituição se recusa ainda a conceder dois dias de folga semanais e o descanso compensatório dos feriados.
Jornal Porto XXI

Misericórdia do Nordeste comemora 97º aniversário

Escrito por Redacção
Quarta, 13 Maio 2009 14:37
A Misericórdia de Nordeste comemorou ontem o seu 97º aniversário com uma Missa de Acção de Graças, em Achada, presidida pelo Vigário Episcopal, Pe. Dr. Octávio Medeiros e que foi concelebrada por mais quatro sacerdotes do Concelho. No final da Eucaristia “coroou”, como é tradicional nas Domingas em louvor do Divino Espírito Santo, uma utente com 88 anos, Salomé Amaral, natural de Achada. Antes das tradicionais Sopas servidas aos utentes e aos convidados foi descerrada uma placa, assinalando o aniversário e registando os benfeitores da instituição, pela utente de Achadinha, Maria José Correia, com a provecta idade de 97 anos, tantos quantos celebrava aquela Misericórdia. Presentes o Presidente da Câmara, José Carlos Carreiro, o Presidente da Assembleia Municipal, Autarcas e membros dos órgãos da instituição que ainda tiveram oportunidade de apreciar um momento de animação, iniciativa de um grupo de utentes. A concluir o Provedor, Eduardo de Medeiros, enalteceu “o importante papel que a Misericórdia desempenha no Nordeste, o dinamismo que se tem procurado imprimir nas actividades que desenvolve”, dando a conhecer o projecto do Centro Comunitário da Salga, obra que se prevê possa arrancar ainda no corrente ano. A celebração daquele aniversário encerra na próxima Sexta-Feira com uma conferência por João César das Neves, docente da Universidade Católica Portuguesa, que abordará o tema “Os Meios de Comunicação Social na Promoção dos Valores”.
Diário dos Açores

Exposição retrata Santa Casa da Misericórdia de Santo António da Lagoa

Escrito por Redacção
Sexta, 14 Agosto 2009 11:44
“Um olhar sobre a Santa Casa da Misericórdia de Santo António de Lagoa” é o tema subjacente à exposição que está patente ao público Centro Paroquial D. Maria Pia, em Água de Pau até à próxima segunda-feira, dia 17 de Agosto.Uma iniciativa organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Santo António de Lagoa que decorre durante as festas em honra de N. Sra. dos Anjos, eu surge numa perspectiva de divulgação do trabalho da Santa Casa da Misericórdia daquele concelho, junto da comunidade local e população em geral.Nesta exposição, para além de se apresentar todo o trabalho desenvolvido pela Santa Casa da Misericórdia em nove anos de existência, mostra-se também a origem e fundação da Santa Casa da Misericórdia de, demonstrando igualmente o trabalho desenvolvido por esta instituição através das várias valências que dispõe. Assim questões como o que é uma Santa Casa da Misericórdia? Quais as origens das Santas Casas da Misericórdia? Como nasceu a Santa Casa da Misericórdia? São questões abordadas e respondidas nesta exposição. O propósito consiste em caracterizar a vida e percurso da Santa Casa, desde a criação das suas sedes que se localizam em Santa Cruz, bem como apresentar as suas valências desde o Lar de Santo António; o Lar de Jovens em Risco; os Centros de Convívio de Idosos e os Centros de Actividades de Tempos Livres. Similarmente, nesta exposição são apresentados os projectos futuros que esta instituição lagoense pretende levar a efeito, com a colaboração de entidades governamentais e autárquicas respectivamente, como por exemplo a edificação de uma creche, a construção de um Centro de Actividades Operacionais para cidadãos portadores de deficiência, uma Unidade de Cuidados Continuados e uma biblioteca. De forma a completar esta exposição estão também patentes os símbolos da Santa Casa da Misericórdia de Santo António - Lagoa, desde a sua bandeira, báculo, capa, coroa e bandeira do Divino Espírito Santo.O objectivo inerente à realização desta exposição assenta, sobretudo, em dar a conhecer o trabalho social que a Santa Casa da Misericórdia de Santo António de Lagoa desenvolve, contribuindo para o bem estar da população sénior lagoense e, similarmente, para a educação de muitas crianças que frequentam os seus ateliers de tempos livres.
Diário dos Açores

Misericórdia de Alcochete candidata-se à Rede Nacional de Cuidados Continuados

11-Fev-2009
A Santa Casa da Misericórdia de Alcochete apresentou uma candidatura para a construção de uma unidade da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados em Alcochete, com 35 a 40 camas, segundo revelou ao Jornal de Alcochete, Joaquim Pereira, provedor da instituição.
Esta unidade será construída no terreno sito nas traseiras do Lar Barão de Samora Correia, junto à Biblioteca Municipal de Alcochete e ao jardim que está projectado para o local. A obra, adiantou Joaquim Pereira, “está orçada em cerca de 250 mil euros e, caso a candidatura seja aceite, será comparticipada em 75 por cento pelo Estado”.
Este responsável frisou que se a candidatura vier a ser recusada, a Misericórdia “manterá o mesmo projecto, mas adaptando-o à valência de lar”. Nesse caso, a sua construção seria adiada, pois a instituição não tem disponibilidade financeira para avançar de imediato com a obra.
A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, segundo o Portal da Saúde, do Ministério da Saúde, constitui-se como um novo modelo organizacional criado pelos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social e da Saúde, e “é formada por um conjunto de instituições públicas e privadas, que prestam cuidados continuados de saúde e de apoio social. Estas novas respostas promovem a continuidade de cuidados de forma integrada a pessoas em situação de dependência e com perda de autonomia”.
A Rede tem por objectivos a “prestação de cuidados de saúde e de apoio social de forma continuada e integrada a pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situação de dependência”, sendo que “os cuidados continuados integrados estão centrados na recuperação global da pessoa, promovendo a sua autonomia e melhorando a sua funcionalidade, no âmbito da situação de dependência em que se encontra”.
No distrito de Setúbal existem quatro unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Em Setúbal, a Liga dos Amigos da Terceira Idade tem uma Unidade de Média Duração e Reabilitação; no Montijo, a União Mutualista Nossa Senhora da Conceição gere uma Unidade de Longa Duração e Reabilitação; em Santiago do Cacém, o Hospital do Litoral Alentejano tem uma Unidade de Cuidados Paliativos; e em Santiago do Cacém, a Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém gere uma Unidade de Longa Duração e Reabilitação.

Paulo Morais
Correio do Montijo

Misericórdias: Vila Verde e Arganil são exemplos de empreendedorismo e inovação

Misericórdias: Vila Verde e Arganil são exemplos de empreendedorismo e inovação

autor
Lusa

As Santas Casas da Misericórdia de Vila Verde, em Braga, e Arganil, em Coimbra, são dois exemplos de empreendedorismo e inovação a apresentar no Congresso da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que se inicia quinta-feira no Funchal.O caso de Vila Verde é considerado uma prova de que as Misericórdias podem ser grandes geradoras de emprego na área social, enquanto Arganil é uma das Santas Casas que aderiu a um projecto de inovação tecnológica no apoio aos idosos.A Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde arrancou há dez anos com 54 trabalhadores e hoje tem 307 funcionários e mais 90 trabalhadores com prestação de serviço, num contínuo crescimento de actividade e de emprego, referiu à Lusa o provedor Bento Morais.Apontada como exemplo de empreendedorismo, a Santa Casa da Misericórdia começou a alargar a sua actividade, criando empresas e serviços, como uma unidade de cuidados continuados e um hospital, a par de uma farmácia, uma loja de produtos paramédicos, um lar para deficientes profundos, um centro de actividade ocupacional para deficientes e várias empresas que dão trabalho a deficientes, como uma lavandaria, uma padaria/pastelaria e uma unidade de jardinagem.'Estamos atentos, não visamos o lucro, visamos servir os utentes, criando trabalho e satisfação às pessoas que nos rodeiam', referiu, com orgulho, Bento Morais.No entanto, este crescimento não tem sido isento de dificuldades, nomeadamente no que diz respeito a apoios por parte do Estado.'Temos dificuldades. Neste país não se apoia o empreendedorismo, não se apoia quem trabalha', lamentou o provedor, referindo que há dois anos que espera por acordos de cooperação para a construção de mais creches e jardins-de-infância, com 150 crianças a aguardar pelas obras.'Na Saúde também aguardamos os novos protocolos que estão em discussão eternamente, que nunca se concretizam. Esperemos que a tutela olhe para quem faz alguma coisa neste país', desabafou.As necessidades de quem acorre à Misericórdia aumentaram nos últimos anos, disse, razão pela qual foi sextuplicada a capacidade de resposta na creche, de 50 para 300 crianças, enquanto os apoios a idosos aumentaram em 100 por cento.A inovação tecnológica é o orgulho da Santa Casa da Misericórdia de Arganil, distrito de Coimbra, que aderiu a um projecto apoiado pelo programa Progride.Trata-se do chamado Atendimento Permanente, uma solução tecnológica que consiste na instalação em casa dos utentes de aparelhos ligados a um centro de atendimento nacional que faz a triagem das necessidades e encaminha para as respectivas Misericórdias.Com este Atendimento Permanente a idosos isolados cumpre-se um dos grandes objectivos, explicou à Lusa José Coimbra, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arganil: 'retardar ao máximo a ida do idoso para lares ou residências assistidas, mantendo-o no seio da família e junto dos amigos, nas suas comunidades de origem'.Em caso de necessidade, seja de saúde, seja de alimentação, higiene ou mesmo um simples problema com um televisor, o utente contacta o centro de atendimento, explica o que pretende e os serviços da Misericórdia são accionados para dar resposta.Neste momento há cerca de 150 utentes ligados ao sistema da Misericórdia de Arganil, que envolveu um investimento de 800 mil euros.'Este projecto desenvolveu-se ultimamente mais na Saúde, como apoio domiciliário integrado. Nos primeiros tempos só fazíamos o apoio domiciliário na refeição e higiene diária do utente, mas verificámos que era necessário avançarmos mais no domínio da Saúde', referiu José Coimbra, indicando que actualmente o utente tem ao seu dispor, entre outros, serviços de enfermagem, de fisioterapia, de nutrição e de psicologia, além de compra de medicamentos.
Correio do Minho

Misericórdias contra o aumento da taxa contributiva

Instituições do Distrito de Vila Real temem pela sua sobrevivência

O projecto do Governo em adoptar um novo código contributivo para a Segurança Social que vai uniformizar os actuais 41 regimes diferentes, está a levantar fortes críticas por parte das Misericórdias. Dos actuais 19,5% de taxa social única por cada trabalhador passam a pagar 22,3%. O descontentamento já chegou ao Presidente da República, a quem foi pedida a sua intervenção. No distrito de Vila Real, as preocupações são também patentes junto da maioria das instituições. O Ministro-adjunto da Presidência desdramatiza e garante que “o novo Código é equilibrado e permite às Santas Casas da Misericórdia e IPSS cumprirem o seu papel”. O provedor da Santa Casa de Misericórdia de Vila Pouca de Aguiar, Domingos Dias, é um dos dirigentes que está revoltado com a proposta do Governo. “Todos os provedores das Misericórdias, bem como aqueles que são dirigentes das IPSS deste país estão preocupados com esta alteração da taxa Social Única, porque é um modo de diminuir as receitas destas instituições em quase três por cento, o que é extremamente significativo. Sabe-se que estamos numa época de crise em que as famílias estão sem dinheiro e as instituições que prestam solidariedade vêem as receitas diminuídas. Ou seja, o Governo revela com esta atitude, que diz uma coisa e executa outra. Somos bastante penalizados como será a Misericórdia de Vila Pouca, à semelhança de todas as outras”. Este responsável prevê que tal disposição poderá pôr em causa postos de trabalho. “Há instituições com alguma sobrecarga de trabalhadores, que irão, com certeza, proceder ao despedimento de pessoas e diminuir os seus recursos humanos”. Numa outra vertente, Domingos Dias chama a atenção para a própria disponibilidade de serviços por parte das Misericórdias. Isto irá ter repercussões sociais muito graves. Aliás, já há serviços praticamente gratuitos que as Misericórdias e as IPSS prestam às pessoas carenciadas, que poderão ficar diminuídos, chegando mesmo a colocar em risco as próprias instituições. Terá que haver mais voluntariado, mas não deixa de ser uma medida que deve ser lamentavelmente criticada”.Este eco de descontentamento tem sido transmitido quer pela União das Misericórdias Portuguesas, quer pela CNIS. Ambas já manifestaram ao Governo as suas preocupações, já foram ouvidas por Cavaco Silva a quem foi feito “um apelo para a sua intervenção sobre esta matéria”. “Somos Instituições que não têm fins lucrativos e não faz sentido estar a agravar esta situação. Em causa está uma área muito sensível e lutaremos para que o aumento não se concretize”, concluiu Domingos Dias. Caso o Governo mantenha o aumento de 2,7 pontos percentuais para a Segurança Social, as Misericórdias avançam com contrapartidas ao Estado, exigindo o aumento das comparticipações para financiar os serviços que prestam na área da infância, terceira idade e saúde. Também o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Vila Real, padre José Gomes, manifestou, ao Nosso Jornal, o seu descontentamento e alinhou no mesmo diapasão. “Estou solidário com as posições dos meus colegas responsáveis pelas Misericórdias, sabendo do quão nefasto é para o funcionamento e sobrevivência das nossas instituições com o aumento da taxa contributiva. Com este cenário, prevejo muitas dificuldades que colocam em risco a nossa própria sustentabilidade. O Governo deveria ter em atenção o papel social que as Misericórdias desempenham”. Sabendo nós da importância desta temática, abordamos pessoalmente o representante das Misericórdias do distrito de Vila Real, Belmiro Vilela, actual provedor da Santa Casa de Misericórdia de Murça. Este surpreendeu-nos ao garantir “desconhecer o novo código contributivo previsto para as Instituições” e não tecendo qualquer comentário.O ministro-adjunto da Presidência, Pedro Silva Pereira, foi confrontado pelo Nosso Jornal sobre esta matéria e na sua resposta deixou transparecer que o Governo não alterará a sua posição. “Nós temos com as Misericórdias parcerias muito consistentes, como nunca existiram no passado. Tudo aquilo que estamos a fazer ao nível das políticas sociais, nos equipamentos, quer para idosos, quer nas Unidades de Cuidados Continuados, e nas Creches, está a ser feito em parceria com as Misericórdias. Portanto, estas sabem que poderão contar com o Governo para desempenharem as suas tarefas. Neste momento, o código contributivo que está na Assembleia das Misericórdias foi amplamente discutido e penso que ele tem soluções equilibradas para todos. Permite às instituições particulares de solidariedade social continuar a cumprir a sua missão e a beneficiar também desta parceria reforçada com o Estado e com o Governo”, concluiu. Caso a taxa seja adoptada, poderá haver o aumento das contribuições de cerca de 200 mil funcionários. Sendo que cerca de 150 mil são do universo da CNIS e 50 mil pertencem à União das Misericórdias Portuguesas (UMP). De referir que quase 400 misericórdias pagam cerca de 490 milhões de euros em salários por ano e há algumas que atravessam uma situação económica/financeira difícil. Cerca de 30 instituições já comunicaram à CNIS que estão em sérias dificuldades financeiras. Esta associação congrega 1490 creches (48 mil crianças), 41900 lares (para 4.900 idosos) e 1670 ATL, frequentados por 90 300 crianças e jovens.Perante este cenário, aguardam--se, com alguma expectativa, as negociações entre as Misericórdias, IPSS e o Governo que deverão estar concluídas até final de Julho.
José Manuel Cardoso
A Voz de Trás-os-Montes