Secretário de Estado visita Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Misericórdia de Vieira do Minho
“Os cuidados com saúde são do Estado e não das instituições da Igreja”
“Eu nem quero pensar no que possa acontecer quando os vieirenses descobrirem que a única Unidade de Internamento do Concelho já está toda ocupada pelos doentes de outras localidades”.
A dúvida foi levantada pelo Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Vieira do Minho, Alfredo Ramalho durante a visita particular do secretário de Estado Adjunto da Saúde, Francisco Ramos aquela Instituição, no passado dia 18.
Após uma visita relâmpago às instalações da nova Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Saúde, onde já se encontram, desde o dia 28 de Outubro, 13 doentes, e numa breve intervenção, já que a Direcção da Irmandade da Santa Casa resistiu às pressões da ARSN para “cortar a fita” da inauguração daquelas instalações, o secretário de Estado foi confrontado, pelo Provedor da Irmandade, com as despesas correntes com os utentes daquela unidade, dos riscos de colapso financeiro, de mais endividamento da Santa Casa de Misericórdia e mesmo do possível fecho daquela unidade de saúde.
Depois de uma breve síntese do historial do Hospital da Torre, fundado pelo vieirense João Batista Vieira de Araújo, das obras de remodelação sofridas com a retoma do edifício do pós- 25 de Abril, das condições em que se fechou o internamento hospitalar, e depois de ter oferecido ao secretário de Estado a Monografia Vieirense do P.e Alves Vieira, com marcador nas páginas 275, Alfredo Ramalho, recordando as recentes manifestações contra o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente, face ao tipo de utentes que estão a chegar aquela unidade, nem quer “pensar no que possa acontecer quando os vieirenses souberem que têm aqui 20 camas ocupadas e nelas não está nenhuma pessoa do concelho de Vieira do Minho.“Hoje está de parabéns, depois vamos tratar do seu alívio” respondeu-lhe Francisco Ramos que considerou o empreendimento “de excelência”, com “instalações magníficas”.
Depois de referir que «o financiamento da Rede de Cuidados Continuados não é estrangulante, dado que um dezasseis avos do lucro dos jogos sociais é canalizado para esta rede”, o secretário de Estado apontou como solução financeira para esta Unidade da Misericórdia, a via da “solidariedade concelhia e da gestão de rigor”, bem como, “com o próprio correr do tempo, poder baixar os custos financeiros com o envio de doentes de custos mais baixos para ajudar a equilibrar os custos”.
Albino Carneiro, presidente do Município, que acompanhou a visita e se escusou a intervir na breve “sessão oficial”, em declarações aos jornalistas, lamentou que “as Instituições de Solidariedade Social ainda tenham que mendigar ao Estado o financiamento para uma actividade que deveria ser financiada a 100 por cento pelo Governo”. “Não podemos esquecer que cabe ao Estado cuidar da saúde do cidadão e que este não faz favor nenhum quando apoia uma instituição que o “substitui”_ afirmou Albino Carneiro.
“Câmara sem dinheiro para mais apoios”
Em resposta ao secretário de Estado e Adjunto da Saúde, que advogou a solução financeira do empreendimento e sua gestão pela via da ”solidariedade concelhia” o presidente da autarquia vieirense não poupou o Governo, chegando mesmo à indignação:“Não nos peçam mais apoios, porque a Câmara não tem mais dinheiro para atribuir, para além daquele que já deu, e a Misericórdia vieirense não pode endividar-se mais do que já fez para pôr de pé uma das poucas unidades do distrito de Braga que integram a rede de cuidados continuados de saúde, considerada exemplar pelo
in O Jornal de Vieira
Sem comentários:
Enviar um comentário