sábado, 13 de dezembro de 2008

Santa Casa da Misericórdia de Esposende

15 Anos de Missão na Santa Casa e Cruz Vermelha de Esposende


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Qui, 11 Dez 2008 10:50 Esposende


Como é que Esposende se atravessou na sua vida?

Penso que em 1991 ou 92, quando dirigia a Oftalmologia da Clipóvoa, fui convidado pelo Presidente do Núcleo de Esposende da Cruz Vermelha - Dr. António Oliveira - para fazer consultas na sede da instituição, que funcionava num pequeno espaço alugado onde o meu antecessor via cinco a seis doentes por semana. Com a visão e o dinamismo exemplar do Dr. António Oliveira, conseguimos passar de umas instalações pequenas e inapropriadas, para um espaço excelente adquirido pela Cruz Vermelha local. Os consultórios são agradáveis, sendo possível (em conjunto com um colega oftalmologista) dar cerca de 40 consultas por semana. Cheguei à Santa Casa um pouco mais tarde por convite do Provedor que estava a tentar recriar o Hospital de Esposende, uma unidade praticamente falida, decadente e envelhecida. Nessa altura, fui aconselhado pelo então presidente da Câmara Municipal, Manuel Figueiredo, a colaborar com a Misericórdia e com o hospital.

No início, o investimento financeiro para criar um Departamento de Oftalmologia foi todo meu, porque a Santa Casa lutava com enormes dificuldades. Criámos uma consulta que tem funcionado bastante bem e, neste momento, com o apoio da minha colega oftalmologista, Teresa Bragança, da Administração e Director Clínico da Santa Casa e ainda dos colaboradores conseguimos estabelecer um Serviço de elevada qualidade, para servir todos os que aqui recorrem.

Com o passar do tempo, fomos melhorando em termos de equipamento de Bloco Operatório, onde realizamos a maior parte das intervenções cirúrgicas. Operamos uma média de 20 doentes por semana. Gostaria de referir que disponibilizamos qualidade, humanidade e um serviço personalizado, onde, por exemplo, para além de oferecermos uma bolsa com toda a medicação adequada pós a cirurgia e instruções necessárias, todos os pacientes ficam com o meu número de telemóvel, para me contactarem a qualquer momento do dia ou da noite. Penso que o segredo do nosso sucesso está em oferecer ao paciente o que de melhor existe em termos de práticas cirúrgicas, aliado a um acompanhamento rigoroso e dedicado.

Gostaria também de referir que o Hospital de Esposende tem parte das consultas de oftalmologia a preços muito baixos, praticados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas nessas situações, e por opção, não ganho um único cêntimo. Algo que continuarei a fazer, porque considero que, e enquanto profissional de Saúde, devo apoiar os que mais necessitam. Também na Cruz Vermelha, sempre que o presidente me solicita, porque vê que determinada pessoa não tem recursos financeiros, vejo doentes de forma gratuita.

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