sábado, 5 de março de 2011

Santa Casa da Misericórdia de Valpaços

Valpaços

Moção contou com apenas uma abstenção

Assembleia Municipal pede demissão do provedor da Misericórdia

Para a Assembleia Municipal o provedor Eugénio Morais deixou de ter condições para estar à frente da Misericórdia
A Assembleia Municipal de Valpaços aprovou uma moção de recomendação que propõe a demissão do provedor da Misericórdia e sugere que a instituição seja liderada pelo presidente da Câmara. Os subscritores da moção argumentam que, depois dos últimos acontecimentos relacionados com o encerramento do hospital, o provedor não tem condições para negociar com o Estado a reabertura da unidade.

A moção foi apresentada pelo deputado socialista Afonso Videira, ex-director clínico do Hospital de Valpaços, e mereceu os votos favoráveis dos restantes deputados municipais e presidentes de junta, à excepção do autarca de Sanfins, Leonardo Jardim, que optou por abster-se.

Na origem da recomendação estão os últimos acontecimentos relacionados com o encerramento do Hospital de Valpaços, que já motivou dois protestos por parte da população e dos funcionários da unidade, que, de uma hora para outra, ficaram no desemprego.

A unidade encerrou em Janeiro, poucos dias depois de ter sido entregue à Santa Casa por ordem judicial e na sequência de uma providência cautelar que a própria Misericórdia interpôs para acabar com o contrato que man-tinha com a empresa que geria o Hospital desde 1999. A Misericórdia justificou o encerramento com o fim dos protocolos que mantinham com a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN). E ainda com a necessidade de obras na unidade. Há menos de uma semana, numa reunião conjunta entre o provedor da Misericórdia, o presidente da Câmara de Valpaços e a ARSN, esta última admitiu estar disposta a assinar novos protocolos, findas as obras. No entanto, para os deputados da Assembleia Municipal valpacense, “pela forma como conduziram todo este processo, os órgãos de gestão da Santa Casa da Misericórdia estão fragilizados e descredibilizados na opinião pública e, por isso, sem condições para negociar qualquer solução.

“Em virtude do que se passou, tendo em conta o encerramento de um hospital que funcionava perfeitamente, dos protestos que houve da população e da questão dos trabalhadores, neste momento, o provedor não tem condições para negociar com o Estado”, afirmou Afonso Videira, revelando que “a pessoa com mais capacidade para liderar a Misericórdia é o presidente da Câmara”. “Haveria toda a vantagem em ser ele a ocupar os dois cargos”, frisou o deputado.

Para Afonso Videira, além do provedor, toda a mesa administrativa da Misericórdia se deveria demitir. “Está à vista de toda a gente. Se a grande maioria da sociedade está contra eles; se os representantes eleitos democraticamente estão a favor da sua saída e se a Misericórdia é uma instituição do concelho, eles têm mais é que se pôr em sintonia”, defendeu Afonso Videira.

O Semanário TRANSMONTANO tentou o ouvir o provedor, mas Eugénio Morais mostrou-se indisponível para reagir ao teor da moção.

Por: Margarida Luzio

Semanário Transmontano

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