O pão nosso de cada dia...
Fechassem as portas as Instituições Particulares de Solidariedade Social e as Santas Casas da Misericórdia por um dia que fosse e o país mergulharia num caos tal que deixaria marcas profundas na sociedade portuguesa.
Teoricamente, o Estado reconhece a necessidade que tais instituições fazem ao país. No discurso dos ministros e dos altos dignitários da nação, as IPSS e as Misericórdias são abordadas com dignidade e respeito, o que lhes é inteira e justamente devido.
O pior são os quadros intermédios do monstro estatal. Semeados num dia de vento, uma classe de tecnocratas tem conseguido nesta área social, como em várias outras, bloquear as vontades políticas manifestadas por quem é eleito, dificultar e retardar a aplicação de medidas aprovadas por quem é eleito, tomando por arma um ou outro “truque” ou desculpa. É também esta classe tecnocrata capaz de colocar entraves e exigências às instituições sociais, de tal forma que coloca em risco a sua sustentabilidade.
Por isso dou razão ao provedor da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos que, esta semana, denunciou pressões do aparelho do Estado para que as valências – que estão a funcionar devidamente – cumpram com um rol de novas exigências quando, na altura que foram projectadas, já tiveram de obedecer às regras impostas pelo Estado. Aquele provedor disse que compreenderia as actuais exigências se as mesmas fossem razoáveis e não «luxos» que a sustentabilidade das instituições desaconselha por completo.
O monstro estatal há muito que é despesista e, por isso, é que estamos no caos financeiro em que nos encontramos. O que se me afigura mais grave é que esse mesmo Estado queira obrigar instituições centenárias – que historicamente souberam pautar-se pelo bom senso financeiro – a serem despesistas como ele o é.
O momento não é de luxos. É de matar a fome a quem nada tem de comer, porque o Estado já não garante o mínimo de dignidade aos seus cidadãos. E não fossem as IPSS e as Misericórdias a alimentar este país, a cuidar das nossas crianças e dos nossos velhos...
Porque há-de o Estado complicar em vez de facilitar?
[Publicado no DM de 27.05.2011]
O pior são os quadros intermédios do monstro estatal. Semeados num dia de vento, uma classe de tecnocratas tem conseguido nesta área social, como em várias outras, bloquear as vontades políticas manifestadas por quem é eleito, dificultar e retardar a aplicação de medidas aprovadas por quem é eleito, tomando por arma um ou outro “truque” ou desculpa. É também esta classe tecnocrata capaz de colocar entraves e exigências às instituições sociais, de tal forma que coloca em risco a sua sustentabilidade.
Por isso dou razão ao provedor da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos que, esta semana, denunciou pressões do aparelho do Estado para que as valências – que estão a funcionar devidamente – cumpram com um rol de novas exigências quando, na altura que foram projectadas, já tiveram de obedecer às regras impostas pelo Estado. Aquele provedor disse que compreenderia as actuais exigências se as mesmas fossem razoáveis e não «luxos» que a sustentabilidade das instituições desaconselha por completo.
O monstro estatal há muito que é despesista e, por isso, é que estamos no caos financeiro em que nos encontramos. O que se me afigura mais grave é que esse mesmo Estado queira obrigar instituições centenárias – que historicamente souberam pautar-se pelo bom senso financeiro – a serem despesistas como ele o é.
O momento não é de luxos. É de matar a fome a quem nada tem de comer, porque o Estado já não garante o mínimo de dignidade aos seus cidadãos. E não fossem as IPSS e as Misericórdias a alimentar este país, a cuidar das nossas crianças e dos nossos velhos...
Porque há-de o Estado complicar em vez de facilitar?
[Publicado no DM de 27.05.2011]
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