sexta-feira, 2 de julho de 2010

Santa Casa da Misericórdia do Barreiro

Misericórdia já não consegue responder a pedidos de ajuda
por LIMAOntem

Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Barreiro, Júlio Freire, diz que já não tem dinheiro para atender todas as pessoas que diariamente comem na instituição ou ali vão buscar alimentos.

O problema tem-se agravado com a crise e exige o envolvimento da comunidade na resolução das carências dos mais pobres. Por isso, a Santa Casa vai sair à rua a partir de Setembro com várias iniciativas para divulgar a sua acção e, dessa forma, também comemorar os seus 450 anos de existência.

Foi na apresentação do programa jubilar, terça-feira, que Júlio Freire - que nos ficheiros da PIDE consta como o que mais tempo suportou a dor durante as torturas - se referiu às assimetrias sociais do Barreiro. Depois de a Santa Casa começar a dar refeições aos que diariamente lhe batem à porta, acordou com a Segurança Social o atendimento de 60 utentes.

Mas a crise fez aumentar as carências, e são já 120 os atendidos pela Misericórdia. "Ninguém se vai embora sem uma sopa. Mas não é possível fazer mais."

Até porque as verbas de que dispõe não dão para tudo. Neste momento, a Santa Casa está a construir uma Unidade de Cuidados Continuados. A obra custa 5,5 milhões de euros, mas o Estado só comparticipa com 750 mil euros.

Em construção está uma creche para 66 crianças, mais uma uni- dade de reinserção onde as pessoas podem comer e pernoitar, além da manutenção dos lares de idosos e de dependentes e o centro de acolhimento de crianças e jovens em risco. A instituição teve de recorrer à banca, mas o provedor espera que os 450 anos sensibilize a comunidade e a câmara. Licínio

DN

Sem comentários: