sábado, 4 de junho de 2011

Santa Casa da Misericórdia das Lajes das Flores

Santa Casa da Misericórdia das Lajes das Flores mergulhada em dívidas

Publicado: 2011-06-02 12:27:52 | Actualizado: 2011-06-02 12:27:52
Por: Luciano Barcelos
Santa Casa da Misericórdia das Lajes das Flores mergulhada em dívidas
Santa Casa da Misericórdia das Lajes das Flores mergulhada em dívidas
Hélio Fernando Silva, ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia das Lajes das Flores é acusado de não apresentar as contas da instituição e de ocultar informação à nova direção, eleita por apenas um voto de diferença.
 

Os pormenores sobre as alegadas irregularidades vêm descritos num extenso relatório elaborado pelo conselho fiscal da santa casa, aprovado na passada semana, em Assembleia geral.

Segundo o documento, disponível na internet, no site da Santa Casa, a instituição está mergulhada em dívidas.

Só à Castanheira e Soares, empresa que construiu o lar de idosos, a Santa Casa das Lajes das Flores deve mais de 460 mil euros, dos quais 320 mil se referem a trabalhos a mais que, alegadamente, nunca terão sido comunicados à tutela.

O ex-provedor terá também utilizado dinheiro da instituição, estando registada uma transferência bancária, feita em Dezembro de 2008, de 8mil euros, da conta da Santa Casa para a conta pessoal de Hélio Silva.

Este dinheiro só há 15 dias foi devolvido, depois de denunciado o caso.

Uma situação que se terá repetido em Agosto do ano passado, com 10 mil euros, que saíram da conta da Santa Casa para uma conta de uma terceira pessoa.

O dinheiro foi devolvido em Dezembro, diretamente pelo ex-provedor.

Hélio Fernando Silva terá também utilizado dinheiro dos utentes do lar de idosos, através da abertura de uma conta conjunta, na qual eram feitas transações e pagamentos que suscitaram muitas dúvidas à nova direção.

Através dessa conta terão sido realizados pagamentos a particulares, cujo destino continua por esclarecer, mas também foram pagas despesas diversas como por exemplo: trabalhar a terra, 10 dúzias de ovos, refeições, peixe fresco e até erva do calhau, alga muito utilizada para a confeção de tortas.

O ex-provedor era também sócio, em conjunto com a mulher, de uma empresa que prestava serviços à Santa Casa, à qual cobrou mais de 6.700 euros.

A nova Direção da Santa Casa da Misericórdia não decidiu ainda que destino vai dar ao relatório agora elaborado.

O novo provedor da instituição diz que vai entregar o documento ao Governo, mas diz também que não fala do assunto à comunicação social.

Quanto ao anterior provedor, Hélio Silva, diz estar de consciência tranquila.

RTP Açores

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