Filipe Camelo critica ULS Guarda por «relegar» Hospital de Seia «para segundo plano»
Presidente da Câmara descontente com a “música” dada pela ULS |
Ausência dos dirigentes e responsáveis de diversos serviços foi publicamente criticada pelo autarca durante a inauguração da Unidade de Saúde da Misericórdia.
Com o concelho de Seia a continuar a ser confrontado com vários problemas na área da saúde, «que têm vindo a agudizar-se», Carlos Filipe Camelo não perdeu a oportunidade de ter na sua presença a ministra da Saúde e publicamente criticar a actuação do conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS), com sede na Guarda, para com o hospital de Seia. Uma vez mais o autarca apontou o «vazio de liderança» que «se instalou» no hospital após a integração do Nossa Senhora da Assunção na ULS da Guarda.
«O conselho de administração, durante tempo em demasia, esteve mais ausente do que presente, muito embora se reconheça que, nos últimos meses e após pressões várias e insistidas do Município, tenha feito um esforço para estar mais próximo, assumido que foi o compromisso dos órgãos de gestão, pelo menos de uma vez por mês, realizarem a sua reunião em Seia», referiu o presidente da Câmara na cerimónia de inauguração da Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Santa Casa da Misericórdia. Filipe Camelo disse ainda que as ausências se estendem à directora do Serviço de Urgência, ao director das Consultas Externas, ao director do Internamento, ao responsável dos Cuidados de Convalescença e mesmo do Bloco Operatório. «Esta situação urge ser minorada ou mesmo ultrapassada, porque sentimos que o hospital de referência que sempre tivemos está a ser relegado para segundo plano», exigindo, por isso, «outro tratamento» em nome da melhoria dos cuidados prestados aos utentes e «na assumpção plena de uma verdadeira parceria e do funcionamento em rede dos dois equipamentos que constituem a ULS.
Para além desta problemática, Filipe Camelo apontou também a falta de médicos no Centro de Saúde de Seia, assim como nas próprias Extensões, «estando em risco aquilo que seria a sua abertura e até mesmo o seu mais que provável encerramento». Frisou que os 13 médicos disponíveis são poucos para o desempenho de serviços a nível das Extensões, do Centro de Saúde e também para assegurar alguns dos horários das Urgências do Hospital e como Seia é território que fica longe para os que vêm de Espanha e para os que vêm de Coimbra ou até mesmo de Viseu, «com algum engenho, arte e boa vontade» tem-se conseguido ultrapassar algumas dificuldades mas «a situação tem vindo a agravar-se nos últimos meses, em virtude da aposentação de vários profissionais, nomeadamente em diversas Extensões de saúde do nosso concelho, onde são necessárias medidas urgentes para repor a normalidade».
Também urgente para o autarca é a requalificação do Centro de Saúde de Seia e a Extensão de São Romão, que apontam «sinais evidentes de degradação», devendo equacionar-se para breve uma rápida intervenção ao nível das infra-estruturas.
Estas preocupações já tinham sido manifestadas ao Ministério da Saúde, assim como «a nova forma de racionalização de recursos» que a ULS encontrou, de forma experimental em Seia, sobre as análises clínicas. A decisão «pode vir a colocar em causa a existência de diversos agentes económicos, nomeadamente os Laboratórios de Análises Clínicas que estão a ser, com esta medida, fortemente prejudicados e em que a qualidade na prestação de serviços ao público em geral, entendida no seu todo, poderá ser, no mínimo, questionável», salientou Filipe Camelo.
Unidade Local de Saúde deve gerir os recursos «de forma eficaz»
Quem ouviu os recados do autarca não foi Fernando Girão, presidente do conselho de administração da ULS, que não marcou presença na inauguração, mas Eduardo Alves da Silva, vogal daquele órgão e também presidente da Assembleia Municipal de Seia. Contudo, coube à ministra da Saúde sair em defesa da ULS, dizendo que não «partilha do desânimo» do presidente da Câmara porque a criação da Unidade Local de Saúde, que gere hospitais e centros de saúde do distrito «de uma forma integrada» e que tem como principal objectivo «melhorar o acesso da saúde às pessoas».
Ana Jorge admitiu conhecer «o problema» que atinge os laboratórios de análises clínicas, mas adiantou que os responsáveis pela gestão dos serviços de saúde «têm a obrigação de gerir os dinheiros públicos de forma eficaz» porque «é preciso compatibilizar o interesse de toda a gente». A governante disse ainda que em cidades como Seia, o facto de haver unidades que «tenham capacidade instalada» de poder fazer as análises dos seus utentes, «nós podemos utilizar melhor os serviços públicos e, obviamente, diminuir o envio destes doentes para o sector público convencionado». Salientou que o assunto «merece reflexão» entre a ULS e os agentes envolventes, porque, tal como os serviços dos dois hospitais, há empresas locais que se especializaram com recursos humanos e técnicos.
Quanto à falta de médicos, Ana Jorge tem esperança que os 1600 alunos que actualmente estão a estudar medicina, daqui por quatro anos «a situação esteja mais tranquila em todo o país». Para já, estão a ser feitos contratos com médicos estrangeiros para «colmatar algumas das maiores dificuldades». A ministra já tinha admitido anteriormente aos jornalistas que o Governo emitiu um despacho «há cerca de um ano» que pretende substituir os contratos de prestação de serviços celebrados com empresas de médicos por contratos individuais. «Aquilo que foi concebido para situações excepcionais tornou-se comum», disse Ana Jorge, referindo-se aos contratos com empresas de médicos. E acrescentou: «A nossa intenção é acabar com estes contratos e poupar dinheiro».
Com o concelho de Seia a continuar a ser confrontado com vários problemas na área da saúde, «que têm vindo a agudizar-se», Carlos Filipe Camelo não perdeu a oportunidade de ter na sua presença a ministra da Saúde e publicamente criticar a actuação do conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS), com sede na Guarda, para com o hospital de Seia. Uma vez mais o autarca apontou o «vazio de liderança» que «se instalou» no hospital após a integração do Nossa Senhora da Assunção na ULS da Guarda.
«O conselho de administração, durante tempo em demasia, esteve mais ausente do que presente, muito embora se reconheça que, nos últimos meses e após pressões várias e insistidas do Município, tenha feito um esforço para estar mais próximo, assumido que foi o compromisso dos órgãos de gestão, pelo menos de uma vez por mês, realizarem a sua reunião em Seia», referiu o presidente da Câmara na cerimónia de inauguração da Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Santa Casa da Misericórdia. Filipe Camelo disse ainda que as ausências se estendem à directora do Serviço de Urgência, ao director das Consultas Externas, ao director do Internamento, ao responsável dos Cuidados de Convalescença e mesmo do Bloco Operatório. «Esta situação urge ser minorada ou mesmo ultrapassada, porque sentimos que o hospital de referência que sempre tivemos está a ser relegado para segundo plano», exigindo, por isso, «outro tratamento» em nome da melhoria dos cuidados prestados aos utentes e «na assumpção plena de uma verdadeira parceria e do funcionamento em rede dos dois equipamentos que constituem a ULS.
Para além desta problemática, Filipe Camelo apontou também a falta de médicos no Centro de Saúde de Seia, assim como nas próprias Extensões, «estando em risco aquilo que seria a sua abertura e até mesmo o seu mais que provável encerramento». Frisou que os 13 médicos disponíveis são poucos para o desempenho de serviços a nível das Extensões, do Centro de Saúde e também para assegurar alguns dos horários das Urgências do Hospital e como Seia é território que fica longe para os que vêm de Espanha e para os que vêm de Coimbra ou até mesmo de Viseu, «com algum engenho, arte e boa vontade» tem-se conseguido ultrapassar algumas dificuldades mas «a situação tem vindo a agravar-se nos últimos meses, em virtude da aposentação de vários profissionais, nomeadamente em diversas Extensões de saúde do nosso concelho, onde são necessárias medidas urgentes para repor a normalidade».
Também urgente para o autarca é a requalificação do Centro de Saúde de Seia e a Extensão de São Romão, que apontam «sinais evidentes de degradação», devendo equacionar-se para breve uma rápida intervenção ao nível das infra-estruturas.
Estas preocupações já tinham sido manifestadas ao Ministério da Saúde, assim como «a nova forma de racionalização de recursos» que a ULS encontrou, de forma experimental em Seia, sobre as análises clínicas. A decisão «pode vir a colocar em causa a existência de diversos agentes económicos, nomeadamente os Laboratórios de Análises Clínicas que estão a ser, com esta medida, fortemente prejudicados e em que a qualidade na prestação de serviços ao público em geral, entendida no seu todo, poderá ser, no mínimo, questionável», salientou Filipe Camelo.
Unidade Local de Saúde deve gerir os recursos «de forma eficaz»
Quem ouviu os recados do autarca não foi Fernando Girão, presidente do conselho de administração da ULS, que não marcou presença na inauguração, mas Eduardo Alves da Silva, vogal daquele órgão e também presidente da Assembleia Municipal de Seia. Contudo, coube à ministra da Saúde sair em defesa da ULS, dizendo que não «partilha do desânimo» do presidente da Câmara porque a criação da Unidade Local de Saúde, que gere hospitais e centros de saúde do distrito «de uma forma integrada» e que tem como principal objectivo «melhorar o acesso da saúde às pessoas».
Ana Jorge admitiu conhecer «o problema» que atinge os laboratórios de análises clínicas, mas adiantou que os responsáveis pela gestão dos serviços de saúde «têm a obrigação de gerir os dinheiros públicos de forma eficaz» porque «é preciso compatibilizar o interesse de toda a gente». A governante disse ainda que em cidades como Seia, o facto de haver unidades que «tenham capacidade instalada» de poder fazer as análises dos seus utentes, «nós podemos utilizar melhor os serviços públicos e, obviamente, diminuir o envio destes doentes para o sector público convencionado». Salientou que o assunto «merece reflexão» entre a ULS e os agentes envolventes, porque, tal como os serviços dos dois hospitais, há empresas locais que se especializaram com recursos humanos e técnicos.
Quanto à falta de médicos, Ana Jorge tem esperança que os 1600 alunos que actualmente estão a estudar medicina, daqui por quatro anos «a situação esteja mais tranquila em todo o país». Para já, estão a ser feitos contratos com médicos estrangeiros para «colmatar algumas das maiores dificuldades». A ministra já tinha admitido anteriormente aos jornalistas que o Governo emitiu um despacho «há cerca de um ano» que pretende substituir os contratos de prestação de serviços celebrados com empresas de médicos por contratos individuais. «Aquilo que foi concebido para situações excepcionais tornou-se comum», disse Ana Jorge, referindo-se aos contratos com empresas de médicos. E acrescentou: «A nossa intenção é acabar com estes contratos e poupar dinheiro».
Porta da Estrela
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