16:23 - 10.04.2012
Misericórdia quer abrir hotel social para responder a situações de emergência
A Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) pretende abrir um hotel social, na cidade, destinado a acolher pessoas em situação de emergência e que actualmente são encaminhadas pela Segurança Social para pensões ou residenciais.
O anúncio foi feito esta terça-feira, no âmbito da visita que o secretário de Estado da Segurança Social, Marco António Costa, efectuou ao Colégio do Barão de Nova Sintra, da SCMP.
Segundo o provedor da Santa Casa, António Tavares, a ideia é “criar um espaço que possa, com qualidade e condições dignas, acolher situações de emergência social, de realojamento, por exemplo”.
O hotel social abrirá portas no antigo Instituto Araújo Porto (Cedofeita), “assim que o Governo assuma a responsabilidade de contratualizar” com a SCMP, salientou António Tavares.
“O espaço já está completamente preparado, apenas falta equipar”, disse, acrescentando que terá capacidade para acolher “temporariamente” entre 30 a 40 pessoas.
O secretário de Estado disse ser necessário deixar de “continuar a colocar as pessoas em pensões ou hospedarias, sem qualidade e quase sempre sem dignidade”, adiantando que o Governo “acompanha esta vontade da SCMP”.
O antigo Instituto Araújo Porto, propriedade da Santa Casa da Misericórdia, está desactivado há 2 anos e meio. No edifício, situado muito perto da Escola Secundária Rodrigues de Freitas e da Junta de Freguesia de Cedofeita, funcionava uma escola de surdos-mudos.
“Não podemos continuar a querer proteger as pessoas colocando-as sem condições de acolhimento”, frisou Marco António Costa, considerando o projecto em causa “uma proposta de elementar bom senso, uma solução inovadora que pode ser replicada e, acima de tudo, altera o actual paradigma”.
Para o governante, “o custo global” que a Segurança Social tem ao colocar as pessoas em unidades hoteleiras “de baixa qualidade” poderá “ser substituído por uma resposta inovadora, como a apresentada pela SCMP”.
“O Estado tem-se acomodado ao longo dos anos, não tem nenhuma iniciativa, e temos agora uma proposta da SCMP que queremos trabalhar”, concluiu.
Porto 24
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