Negócio não é rentável mas cumpre serviço público
O posto farmacêutico do Corvo funciona em regime de parceria com a Misericórdia local. As principais dificuldades ao seu funcionamento advêm do isolamento e da pequenez da ilha. Como seria de esperar, principalmente devido à dimensão da ilha, no Corvo só existe um posto de farmácia. Com a direcção técnica a cargo de Eduardo Freitas, o espaço funciona num regime de parceria com a Misericórdia local. Apesar de prestar serviço a uma pequena população, o posto tenta apresentar todos os serviços que uma tradicional farmácia presta: medicamentos para uso humano, fármacos para uso veterinário, produtos ortopédicos, perfumaria, material de higiene; como fraldas, material pediátrico, soluções para controlo da glicemia, do colesterol e da tensão arterial.
Funcionando num espaço do qual Eduardo Freitas é proprietário, o estabelecimento está aberto entre as 09h00 e as 12h00 e, à tarde, entre as 13h00 e as 16h00.
Sobre os serviços nocturnos, o responsável pela farmácia explica que "legalmente, um posto farmacêutico não tem obrigatoriedade de ter um serviço de disponibilidade 24 horas por dia. Moralmente, é aceitável que o faça e é assim que procedemos no Corvo. Há sempre alguém disponível fora da hora de funcionamento por chamada com justificada urgência, que no caso é o Pedro Domingos que faz isso 24 horas por dia, todo o ano, com elevado zelo e dedicação".
Sobre as maiores dificuldades com que se depara este negócio, Eduardo Freitas refere que "no Corvo, assim como nas Flores, porque são praticamente iguais as dificuldades, elas prendem-se essencialmente com as acessibilidades e fornecimentos em tempos úteis. A mais pequena ilha do Arquipélago tem avião três vezes por semana e com a limitação de carga nem sempre é fácil colocar mercadorias na ilha. No entanto, ultimamente as coisas têm corrido um pouco melhor, devido à maior frequência das ligações entre o Corvo e as Flores, asseguradas pelo navio Ariel da Atlânticoline, e da grande colaboração que é prestada, nas Flores e no Corvo, pela Sata, que nos dá sempre um apoio na urgência".
O responsável por ambas as farmácias do Grupo Ocidental afirma ser frequente que "no Inverno ficarmos uma semana sem abastecimento. Por isso, fazemos de armazenistas de nós próprios. Tento ter stocks mínimos, mas que nos dêem a garantia de aguentarem entre dez a 15 dias".
Num negócio que não será muito rentável, como confirma Eduardo Freitas, "mas que dá para manter a porta aberta, embora sem grandes aventuras, cumprindo tão só o serviço público para o qual está vocacionado, o empresário diz que "as modalidades de pagamento são as normais de qualquer farmácia. Todavia, sabendo que estamos inseridos num meio pequeno em que todos se conhecem, nunca ninguém fica sem medicamentos por impossibilidade de pagar naquele momento".
Esta é a realidade da única farmácia existente na mais pequena ilha do Arquipélago. Com um funcionamento muito próprio, o posto assegura que nada falte aos doentes do Corvo, embora por vezes surjam naturais dificuldades, nomeadamente ao nível da ruptura de stock.
Expresso das nove
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