Segundo a ministra Ana Jorge, esta nova realidade permitirá uma resposta mais eficaz, em maior quantidade e com a mesma qualidade, vindo colmatar algumas "insuficiências do SNS com a capacidade e a experiência da Misericórdias". O objectivo é aumentar a capacidade de resposta aos cidadãos, reduzindo os tempos de espera. O Hospital da Misericórdia de Lousada é um dos que aderiu a este protocolo. Na unidade lousadense podem ser realizadas, em 2011, 20 mil consultas e duas mil cirurgias. Ao todo o Ministério da Saúde vai pagar por este processo cerca de 22 milhões de euros. Doentes só pagam as taxas moderadoras O acordo estabelecido entre o Ministério da Saúde e a União das Misericórdias Portuguesas coloca os hospitais das Misericórdias em pé de igualdade com os outros hospitais públicos que integram o SNS. Assim, os hospitais da Misericórdia passam a cobrar apenas taxas moderadoras pelas consultas e cirurgias. Na região aderiram alguns hospitais. É o caso do de Lousada, Marco de Canaveses e Felgueiras. No caso da unidade lousadense, explica José Bessa Machado, as mudanças não são muitas. No fundo, diz o provedor, trata-se de apenas uma mudança de regime de prestação de serviços. Antes as consultas e cirurgias vinham referenciadas através do "P1". "Agora com este contrato-programa os doentes vêm referenciados do próprio centro de saúde. O médico de família pode mandar logo o doente para as consultas ou cirurgia da Misericórdia, onde só pagam as taxas moderadoras", adianta o provedor da instituição. "Vamos acabar por receber os mesmos doentes", acrescentou. Ainda segundo Bessa Machado, este contrato prevê que a instituição realize durante o ano cerca de 20 mil consultas e duas mil cirurgias ao serviço do SNS. No total, diz a ministra da Saúde, serão realizadas entre 15 a 25 mil cirurgias e 100 mil consultas de especialidade. As principais áreas abrangidas serão oftalmologia, dermatologia, otorrino e cirurgia vascular. No que toca ao Serviço de Atendimento Permanente, este protocolo mantém a abertura até às 24h00, em regime de prestação de cuidados de saúde públicos e, das 24h00 às 08h00, em regime privado. Entretanto, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Pedro Lopes, já se insurgiu contra este protocolo, defendendo a aplicação dos 22 milhões de euros nas instituições do SNS.
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