Equipamento já se encontra a funcionar e Câmara de Santarém ainda não sabe quando poderá pagar os 134 mil euros em falta
Misericórdia de Alcanede desespera por subsídio prometido para construção de lar
A Câmara Municipal de Santarém ainda só pagou 20 mil euros dos 154 mil euros com que se comprometeu a apoiar a construção de um lar de idosos da Santa Casa da Misericórdia de Alcanede, equipamento já concluído e a funcionar, não havendo previsões de quando poderá ser liquidado o valor em falta. A situação deu recentemente origem a um desaguisado entre as duas entidades, já que a autarquia publicou no jornal Correio do Ribatejo uma lista dos subsídios atribuídos a várias entidades do concelho onde se mencionava o pagamento à Misericórdia de Alcanede de 100.215 euros em 2009 e 59.464 euros em 2010.
A provedora da Misericórdia, Conceição Gaspar, desmentiu esses valores publicamente e diz que a situação já lhe causou alguns embaraços, pois tinha prometido ao empreiteiro que construiu o lar, e a quem a instituição ainda deve 343 mil euros, que lhe pagaria o valor correspondente ao subsídio municipal assim que o recebesse da autarquia. O que, reforça a responsável, ainda não aconteceu.
Como aliás confirma a vereadora com o pelouro financeiro da Câmara de Santarém, Catarina Maia (PSD). A autarca diz que os valores publicados no Correio do Ribatejo estão correctos mas referem-se a subsídios que nada têm a ver com a construção do lar. “Já enviámos um e-mail para a Misericórdia de Alcanede com os comprovativos desses pagamentos. Os dados que estão publicados no jornal estão correctos, mas efectivamente dos 154 mil euros do subsídio para a construção do lar só pagámos 20 mil euros”. Quanto à previsão de uma data para a liquidação do subsídio em atraso, Catarina Maia disse nada poder adiantar.
Conceição Gaspar diz que o atraso no pagamento do subsídio camarário, para além dos transtornos financeiros afectou também o bom nome da instituição perante o empreiteiro, que julgou que a Misericórdia não estivesse a cumprir com o prometido. “Espero que com este desmentido as coisas voltem à normalidade, porque dissemos ao construtor que assim que a câmara liquidasse o subsídio prometido, o que ainda não aconteceu, nós pagaríamos rapidamente esse valor”.
Entretanto, a Misericórdia vai tentando pagar ao empreiteiro aos poucos, com as receitas resultantes do funcionamento do lar, inaugurado há cerca de um mês, e com donativos de industriais da zona. A instituição tem a receber ainda algum dinheiro da Segurança Social, através do Programa Pares, destinado a esse fim.
A Misericórdia queixa-se ainda que a câmara tem em atraso o pagamento de 39 mil euros referentes a refeições escolares dos dois últimos anos lectivos. A confecção das refeições a alunos do 1º ciclo tem sido assegurada pela instituição, que tem assumido encargos com fornecedores de bens alimentares e tem dificuldade em cumprir os pagamentos devido ao atarso na transferência das verbas por parte do município.
O Mirante
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