terça-feira, 30 de agosto de 2011

Santa Casa da Misericórdia de Estômbar

Misericórdias sem meios para pagar a funcionários

Trabalho social em risco

Os atrasos nos pagamentos do Ministério da Saúde às Misericórdias, respeitantes à comparticipação da rede de cuidados continuados, está a dificultar o trabalho destas instituições na área da solidariedade social. O alerta foi feito por Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias.
  • 29 Agosto 2011
 Por:Ana Carvalho Vacas

"É inaceitável", descreveu ao CM o responsável, acrescentando que, no caso das Misericórdias da região Norte, estes atrasos chegam a atingir os três e os seis meses, quando deveriam ser feitos no prazo de trinta dias. Para Manuel Lemos, só há um motivo para estes atrasos: "Desorganização dos serviços."
Esta situação não é exclusiva da região Norte. No Algarve, a tutela tem falhado no cumprimento dos prazos das comparticipações. A Santa Casa da Misericórdia de Estômbar, no concelho de Lagoa, não recebe desde Maio: no total, tem a receber 84 mil euros, relativos a 32 utentes da Unidade de Longa Duração de Cuidados Continuados.
"Estamos no fundo. Esta é uma das Misericórdias mais pobres do País e não temos onde ir buscar mais recursos", disse à Lusa o provedor da instituição, José Bentes Camarinha, acrescentando que ainda deve "muito dinheiro" ao banco devido a obras de construção das instalações. Contactada pelo CM, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve garantiu que todos os pagamentos serão efectuados entre hoje e amanhã. "A rede de cuidados continuados tem um orçamento próprio, dependendo de verbas transferidas pelo Ministério da Saúde", justificou Rui Lourenço, presidente do conselho directivo da ARS Algarve.
Para Manuel Lemos, os atrasos vão pôr em causa a qualidade dos serviços de saúde. "As grandes Misericórdias vão desviar recursos de outras áreas, prejudicando os serviços prestados, e as pequenas vão ter dificuldades em pagar a funcionários e a fornecedores".

CM

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