Santa Casa vigia instalações até novo destino do ‘S. Marcos’
Braga 2011-07-13
autor
José Paulo Silva
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga reconheceu ontem que o comércio do centro da cidade foi “ligeiramente afectado” pela transferência do Hospital para Sete Fontes, considerando exagerado o fluxo de 10 mil pessoas que, segundo estimativa da Associação Comercial de Braga, seria induzido pelo funcionamento do S.Marcos.
Atendendo ao número de consultas externas e de urgência, as visitas e os funcionários do próprio Hospital, Bernardo Reis calcula que esse movimento não ultrapassaria as cinco mil pessoas. O sector da cafetaria e da restauração foi o mais afectado pela saída do Hospital, mas os dirigentes da Santa Casa da Misericórdia registam também quebras de vendas entre 10 e 15 por cento na farmácia gerida pela própria instituição, no Largo Carlos Amarante.
Ontem, Bernardo Reis adiantou que essa diminuição de actividade da farmácia está a ser contrariada com a celebração de acordos com diversas instituições.
A mesa administrativa da Santa Casa reconhece a importância que o perímetro de “espaço construtivo” do antigo Hospital “tem para a dinamização cívica e comercial do casco urbano da cidade e também para a Misericórdia, num período em que é necessário ter respostas sociais fortes para apoiar os desprotegidos e carenciados”.
Nas negociações com o grupo empresarial privado, que não chegaram a decisões pela indefinição até à última hora da ARSN quanto ao contrato de arrendamento do ‘S. Marcos’, foi equacionada a instalação de um hotel de charme e de espaços comerciais, para além de valências de saúde.
Bernardo Reis não coloca, agora, essas soluções de parte, aguardando pelo que dirá à comissão estratégica nomeada para estudar possíveis reutilizações das instalações entregues pelo Estado à Misericórdia em 31 de Maio último.
Garantir segurança dos espaços
Qualquer solução não será concretizável no prazo inferior a seis meses, pelo que a Misericórdia tem que garantir a segurança e integridade dos edifícios do ‘S. Marcos’.
Para evitar assaltos e mesmo a destruição de parte dos imóveis, a Santa Casa foi obrigada a recorrer aos serviços de uma empresa de segurança privada para vigiar o perímetro do antigo Hospital.
Entretanto, uma equipa de peritos da Universidade do Minho e de um gabinete privado está a proceder a uma vistoria daqueles espaços, admitindo o provedor da Misericórdia um pedido de indemnização ao Estado, caso as mesmas não se encontrem nas condições exigidas pelo contrato de arrendamento.
Misericórdia culpa Estado
A mesa administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Braga lamentou ontem ter perdido oportunidades de financiamento público para a instalação de uma unidade de cuidados continuados nas instalações agora devolutas do Hospital de S. Marcos, bem como para a recuperação do Palácio do Raio, culpando a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) por esse “prejuízo”.
O provedor da Santa Casa, Bernardo Reis, afirmou, numa conferência destinada a esclarecer notícias surgidas recentemente sobre o futuro do conjunto de seis edifícios ocupados pelo Hospital até Maio último, que, embora a ARSN tenha denunciado o contrato de arrendamento dentro do prazo legal de 45 dias, a “demora em confirmar a intenção de desocupação do espaço” acarretou prejuízos para a instituição.
Depois de ter historiado as inúmeras tentativas junto da ARSN, desde 2008, no sentido de “esclarecer qual a intenção do Estado em relação às instalações do antigo Hospital”, o provedor constatou, com tristeza, que a Santa Casa, na qualidade de proprietária dos imóveis, “teve de abdicar de projectos que estavam a ser estudados em parceria com entidades privadas”.
Bernardo Reis esclareceu que o entendimento com um grupo empresarial não se concretizou porque, caso os edifícios não fossem devolvidos pelo Estado, a instituição “ver-se-ia obrigada a vultuosas indemnizações”.
“Com o atraso nas informações perderam-se oportunidades oficiais”, isto é, uma candidatura ao QREN para a recuperação do Palácio do Raio e outra à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, que a mesa administrativa da Misericórdia ponderou logo que se soube da decisão de construir o novo Hospital na zona das Sete Fontes.
Todo o conjunto edificado do antigo Hospital de S. Marcos, com uma área de 100 295 metros quadrados, estava arrendado ao Estado pelo valor mensal de 25 mil euros.
Para além do atraso no lançamento de projectos para dinamizar aqueles edifícios - processo entretanto retomado com a constituição de uma comissão estratégica - os dirigentes da Misericórdia de Braga sublinharam que o facto de não receberem desde Maio a renda dos edifícios “prejudica fortemente as valências sociais da instituição”, cujo défice era suportado por esta receita.
Tabelas sociais abaixo do máximo
Os 25 mil euros da renda do Hospital “permitiam que os preços praticados na acção social fossem abaixo dos valores máximos permitidos pela Segurança Social”, adiantou o provedor, que garantiu não estar previsto, a curto prazo, qualquer actualização das tabelas.
“Os serviços prestados pela Santa Casa da Misericórdia não estão em risco, pois há outros meios de financiamento aos quais a instituição tem acesso”, assegurou Bernardo Reis.
Atendendo ao número de consultas externas e de urgência, as visitas e os funcionários do próprio Hospital, Bernardo Reis calcula que esse movimento não ultrapassaria as cinco mil pessoas. O sector da cafetaria e da restauração foi o mais afectado pela saída do Hospital, mas os dirigentes da Santa Casa da Misericórdia registam também quebras de vendas entre 10 e 15 por cento na farmácia gerida pela própria instituição, no Largo Carlos Amarante.
Ontem, Bernardo Reis adiantou que essa diminuição de actividade da farmácia está a ser contrariada com a celebração de acordos com diversas instituições.
A mesa administrativa da Santa Casa reconhece a importância que o perímetro de “espaço construtivo” do antigo Hospital “tem para a dinamização cívica e comercial do casco urbano da cidade e também para a Misericórdia, num período em que é necessário ter respostas sociais fortes para apoiar os desprotegidos e carenciados”.
Nas negociações com o grupo empresarial privado, que não chegaram a decisões pela indefinição até à última hora da ARSN quanto ao contrato de arrendamento do ‘S. Marcos’, foi equacionada a instalação de um hotel de charme e de espaços comerciais, para além de valências de saúde.
Bernardo Reis não coloca, agora, essas soluções de parte, aguardando pelo que dirá à comissão estratégica nomeada para estudar possíveis reutilizações das instalações entregues pelo Estado à Misericórdia em 31 de Maio último.
Garantir segurança dos espaços
Qualquer solução não será concretizável no prazo inferior a seis meses, pelo que a Misericórdia tem que garantir a segurança e integridade dos edifícios do ‘S. Marcos’.
Para evitar assaltos e mesmo a destruição de parte dos imóveis, a Santa Casa foi obrigada a recorrer aos serviços de uma empresa de segurança privada para vigiar o perímetro do antigo Hospital.
Entretanto, uma equipa de peritos da Universidade do Minho e de um gabinete privado está a proceder a uma vistoria daqueles espaços, admitindo o provedor da Misericórdia um pedido de indemnização ao Estado, caso as mesmas não se encontrem nas condições exigidas pelo contrato de arrendamento.
Misericórdia culpa Estado
A mesa administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Braga lamentou ontem ter perdido oportunidades de financiamento público para a instalação de uma unidade de cuidados continuados nas instalações agora devolutas do Hospital de S. Marcos, bem como para a recuperação do Palácio do Raio, culpando a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) por esse “prejuízo”.
O provedor da Santa Casa, Bernardo Reis, afirmou, numa conferência destinada a esclarecer notícias surgidas recentemente sobre o futuro do conjunto de seis edifícios ocupados pelo Hospital até Maio último, que, embora a ARSN tenha denunciado o contrato de arrendamento dentro do prazo legal de 45 dias, a “demora em confirmar a intenção de desocupação do espaço” acarretou prejuízos para a instituição.
Depois de ter historiado as inúmeras tentativas junto da ARSN, desde 2008, no sentido de “esclarecer qual a intenção do Estado em relação às instalações do antigo Hospital”, o provedor constatou, com tristeza, que a Santa Casa, na qualidade de proprietária dos imóveis, “teve de abdicar de projectos que estavam a ser estudados em parceria com entidades privadas”.
Bernardo Reis esclareceu que o entendimento com um grupo empresarial não se concretizou porque, caso os edifícios não fossem devolvidos pelo Estado, a instituição “ver-se-ia obrigada a vultuosas indemnizações”.
“Com o atraso nas informações perderam-se oportunidades oficiais”, isto é, uma candidatura ao QREN para a recuperação do Palácio do Raio e outra à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, que a mesa administrativa da Misericórdia ponderou logo que se soube da decisão de construir o novo Hospital na zona das Sete Fontes.
Todo o conjunto edificado do antigo Hospital de S. Marcos, com uma área de 100 295 metros quadrados, estava arrendado ao Estado pelo valor mensal de 25 mil euros.
Para além do atraso no lançamento de projectos para dinamizar aqueles edifícios - processo entretanto retomado com a constituição de uma comissão estratégica - os dirigentes da Misericórdia de Braga sublinharam que o facto de não receberem desde Maio a renda dos edifícios “prejudica fortemente as valências sociais da instituição”, cujo défice era suportado por esta receita.
Tabelas sociais abaixo do máximo
Os 25 mil euros da renda do Hospital “permitiam que os preços praticados na acção social fossem abaixo dos valores máximos permitidos pela Segurança Social”, adiantou o provedor, que garantiu não estar previsto, a curto prazo, qualquer actualização das tabelas.
“Os serviços prestados pela Santa Casa da Misericórdia não estão em risco, pois há outros meios de financiamento aos quais a instituição tem acesso”, assegurou Bernardo Reis.
Correio do Minho
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