Santa Casa da Misericórdia
Pacheco sai satisfeito
Provedor acredita ter contribuído para a recuperação financeira da instituição e entrega a pasta a José António Pais Vieira
Após seis anos no exercício da função, Alberto Pacheco deixa a provedoria da Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira com a sensação de dever cumprido. O empresário acredita ter contribuído para a recuperação financeira da instituição, ao mesmo tempo que aumentou as respostas sociais e o património da mesma.
Na última intervenção à assembleia na segunda-feira, Alberto Pacheco destacou uma série de ações que terão conduzido, em 2009, ao melhor indicador de meios libertos operacionais desde 1998. Esta rubrica identifica o equilíbrio económico-financeiro da atividade social da Santa Casa e, ainda que apresente valores negativos, como reconheceu o provedor, representa hoje “apenas 22,1 por cento do saldo registado em 2003”.
Entre os indicadores financeiros, Pacheco destacou também o desagravamento dos meios libertos globais, que se têm mantido positivos desde 2007.
“Não foi fácil”, confessou. Alberto Pacheco foi nomeado provedor interino em 2004, depois de um processo que levou à renúncia de Luís Quintino do cargo. Nesse seguimento, pediu à Segurança Social que efetuasse uma inspeção à instituição, a qual detetou algumas “irregularidades”. Repor o equilíbrio económico-financeiro tornou-se um dos principais eixos de atuação e, nesse âmbito, procedeu-se a diversas ações para controlar as contas e reduzir custos. Centralizaram-se as autorizações de compras, rescindiram-se avenças, renegociaram-se preçários com fornecedores, transferiram-se recursos humanos, reorganizaram-se valências.
Ficaram por rever o acordo de gestão do Centro Infantil e o contrato de arrendamento do hospital, cuja renda é “inexpressiva face ao valor do bem arrendado”, queixou-se o provedor.
Os acordos com o Estado afetam igualmente a amortização do investimento efetuado, por exemplo, na creche de Fundo de Vila. Juntamente com a Unidade de Cuidados Continuados (UCC), este equipamento custou à Misericórdia cerca de três milhões de euros e agravou-lhe consideravelmente o passivo. No entanto, as novas valências têm para Alberto Pacheco um “mérito indubitável”: a creche “alargou a oferta de serviços da instituição, permitiu reduzir o quadro de recursos humanos sem despedimentos, e, com a doação do terreno pelo município, enriqueceu sobremaneira o património da irmandade; a UCC posicionou a Misericórdia na nova rede nacional de cuidados, representando um simbólico regresso à área da Saúde, sede histórica da nossa missão”, argumentou. O único problema é que o investimento ainda não atingiu a “maturidade financeira” devido ao atraso na assinatura dos acordos com a tutela. O provedor refere-se concretamente ao caso da creche que, com capacidade para 60 lugares, tem acordo para pouco mais de 40.
Quanto à qualificação e prestação de serviços, outro dos eixos de ação da provedoria de Alberto Pacheco, este destaca a certificação do lar de idosos, das condições de segurança, higio-sanitárias e instalações de gás e aquecimento central em todos os edifícios sociais.
À provedoria de Pacheco ficará igualmente associada a abertura das creches e ATL no mês de agosto e a implementação das atividades de enriquecimento curricular nas escolas do 1.º ciclo.
Provedor “por acaso”
A finalizar o mandato, Alberto Pacheco confessou na passada segunda-feira que a sua nomeação, em 2004, foi uma “surpresa. “O exercício deste cargo nunca esteve no horizonte das minhas expetativas ou ambições”, afirmou. “Tornei-me provedor por um acaso, aceitando a indigitação pelo imperativo de honrar um lugar abandonado em circunstâncias estranhas”, continuou.
Há três anos, quando foi reeleito, ainda tentou encontrar uma alternativa à sua candidatura mas não conseguiu. Assim, e “em face da situação institucional e económico-financeira da Santa Casa, entendi que seria leviano não assumir frontalmente todas as responsabilidades de gestão”.
Deixa a instituição numa situação que lhe permite olhar o futuro com otimismo mas, ainda assim, com apreensão, considerando os maiores constrangimentos do Estado e o crescimento das carências nas famílias. Um cenário que, na sua opinião, obriga a provedoria de José António Pais Vieira, eleito na segunda-feira, a um rigoroso controlo da gestão operacional e impõe à comunidade local e institucional um maior envolvimento nas atividades da Misericórdia.
Por: Anabela S. Carvalho
Labor
Pacheco sai satisfeito
Provedor acredita ter contribuído para a recuperação financeira da instituição e entrega a pasta a José António Pais Vieira
Após seis anos no exercício da função, Alberto Pacheco deixa a provedoria da Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira com a sensação de dever cumprido. O empresário acredita ter contribuído para a recuperação financeira da instituição, ao mesmo tempo que aumentou as respostas sociais e o património da mesma.
Na última intervenção à assembleia na segunda-feira, Alberto Pacheco destacou uma série de ações que terão conduzido, em 2009, ao melhor indicador de meios libertos operacionais desde 1998. Esta rubrica identifica o equilíbrio económico-financeiro da atividade social da Santa Casa e, ainda que apresente valores negativos, como reconheceu o provedor, representa hoje “apenas 22,1 por cento do saldo registado em 2003”.
Entre os indicadores financeiros, Pacheco destacou também o desagravamento dos meios libertos globais, que se têm mantido positivos desde 2007.
“Não foi fácil”, confessou. Alberto Pacheco foi nomeado provedor interino em 2004, depois de um processo que levou à renúncia de Luís Quintino do cargo. Nesse seguimento, pediu à Segurança Social que efetuasse uma inspeção à instituição, a qual detetou algumas “irregularidades”. Repor o equilíbrio económico-financeiro tornou-se um dos principais eixos de atuação e, nesse âmbito, procedeu-se a diversas ações para controlar as contas e reduzir custos. Centralizaram-se as autorizações de compras, rescindiram-se avenças, renegociaram-se preçários com fornecedores, transferiram-se recursos humanos, reorganizaram-se valências.
Ficaram por rever o acordo de gestão do Centro Infantil e o contrato de arrendamento do hospital, cuja renda é “inexpressiva face ao valor do bem arrendado”, queixou-se o provedor.
Os acordos com o Estado afetam igualmente a amortização do investimento efetuado, por exemplo, na creche de Fundo de Vila. Juntamente com a Unidade de Cuidados Continuados (UCC), este equipamento custou à Misericórdia cerca de três milhões de euros e agravou-lhe consideravelmente o passivo. No entanto, as novas valências têm para Alberto Pacheco um “mérito indubitável”: a creche “alargou a oferta de serviços da instituição, permitiu reduzir o quadro de recursos humanos sem despedimentos, e, com a doação do terreno pelo município, enriqueceu sobremaneira o património da irmandade; a UCC posicionou a Misericórdia na nova rede nacional de cuidados, representando um simbólico regresso à área da Saúde, sede histórica da nossa missão”, argumentou. O único problema é que o investimento ainda não atingiu a “maturidade financeira” devido ao atraso na assinatura dos acordos com a tutela. O provedor refere-se concretamente ao caso da creche que, com capacidade para 60 lugares, tem acordo para pouco mais de 40.
Quanto à qualificação e prestação de serviços, outro dos eixos de ação da provedoria de Alberto Pacheco, este destaca a certificação do lar de idosos, das condições de segurança, higio-sanitárias e instalações de gás e aquecimento central em todos os edifícios sociais.
À provedoria de Pacheco ficará igualmente associada a abertura das creches e ATL no mês de agosto e a implementação das atividades de enriquecimento curricular nas escolas do 1.º ciclo.
Provedor “por acaso”
A finalizar o mandato, Alberto Pacheco confessou na passada segunda-feira que a sua nomeação, em 2004, foi uma “surpresa. “O exercício deste cargo nunca esteve no horizonte das minhas expetativas ou ambições”, afirmou. “Tornei-me provedor por um acaso, aceitando a indigitação pelo imperativo de honrar um lugar abandonado em circunstâncias estranhas”, continuou.
Há três anos, quando foi reeleito, ainda tentou encontrar uma alternativa à sua candidatura mas não conseguiu. Assim, e “em face da situação institucional e económico-financeira da Santa Casa, entendi que seria leviano não assumir frontalmente todas as responsabilidades de gestão”.
Deixa a instituição numa situação que lhe permite olhar o futuro com otimismo mas, ainda assim, com apreensão, considerando os maiores constrangimentos do Estado e o crescimento das carências nas famílias. Um cenário que, na sua opinião, obriga a provedoria de José António Pais Vieira, eleito na segunda-feira, a um rigoroso controlo da gestão operacional e impõe à comunidade local e institucional um maior envolvimento nas atividades da Misericórdia.
Por: Anabela S. Carvalho
Labor
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