quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Santa Casa da Misericórdia de Valpaços

Hospital de Valpaços em risco de fechar as portas em Janeiro de 2011

Gaspar Borges e José Ignácio Lopes apreensivo quanto ao futuro do Hospital de Valpaços
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AdicionarNa origem da asfixia financeira estará o alegado incumprimento da Misericórdia de Valpaços na transferência regular das verbas relativas ao Sistema Nacional de Saúde (SNS) para a Lusipaços. Apesar de ser privado, o hospital de Valpaços graças ao acordo que a Misericórdia mantém com a Administração Regional de Saúde funciona como se fosse público. “Não sei se o atraso é da Administração Regional de Saúde, se é da Misericórdia, o que sei é que não estamos a receber com a periodicidade de antes”, garantiu José Ignácio Lopes, um dos sócios da Lusipaços, revelando que, no final de Setembro, a dívida da Misericórdia à empresa gestora ascendia aos 1,1 milhões de euros.
A recente nomeação de Gaspar Borges para a gerência do hospital de Valpaços também poderá ser um dos motivos deste desentendimento da Lusipaços e a Santa Casa da Misericórdia. O visado esclarece que o provedor da Misericórdia poderá sentir que assim o seu lugar poderá estar ameaçado. “Penso que o Provedor da Santa Casa andará mal aconselhado e assessorado. A minha nomeação poderá ter causado alguma apreensão em termos de uma futura sucessão, mas já fiz saber que não passa pela minha ser o substituto ou alternativa para a Provedoria da Santa casa”, refere.
Entretanto, a nomeação de Gaspar Borges já foi alvo de duas providências cautelares, alegando ilegalidades na acta de nomeação, por parte de um dos sócios da empresa gerente do hospital, que poderá querer retomar o cargo, do qual já tinha sido expulso. Neste momento a situação financeira do hospital é muito preocupante, havendo ordenados em atraso.
“Há já médicos que não recebem há três ou quatro meses, com os funcionários os pagamentos estão em dia. Também alguns fornecedores tem pagamentos em atraso. Na semana passada já não tínhamos produtos farmacêuticos básicos e fundamentais, como antibióticos”, refere preocupado José Ignácio Lopes ”
O presidente da Câmara de Valpaços está preocupado com esta situação e tem servido de mediador neste conflito. Francisco Tavares conseguiu reunir as partes envolvidas neste processo, e mostra-se optimista quanto a um possível entendimento, mesmo se a gerência passar para a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços
Eugénio Morais, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços, não quis comentar o assunto, remetendo explicações sobre as “ilegalidades” da Lusipaços para ocasião “oportuna”.
Se esta situação se arrastar por mais tempo, a empresa que gere o Hospital avisa que poderá fechar as portas no próximo mês de Janeiro

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