Álcool e droga assustam vizinhos de antiga fábrica em Espinho
00h00m
Natacha Palma
foto José Mota
As "festas" de adolescentes assustam os moradores da zona
A antiga creche da extinta Fosforeira Portuguesa, em Espinho, está a servir de refúgio a dezenas de adolescentes que lá passam tardes e noites num ambiente de álcool e "charros", em volta de pequenas fogueiras, denunciam os moradores, que estão assustados.
As portas e janelas abertas da antiga creche da Fosforeira Portuguesa, em Espinho, agora propriedade da Santa Casa da Misericórdia, serviram de convite a entrar.
No passado mês de Julho, começaram a ir para lá jovens com skates, até porque o edifício, com frente para a Rua 20, tem amplos salões. Com o tempo, os "skaters" acabaram por desaparecer, mas o local ganhou o estatuto de espaço de reunião para dezenas de jovens, que começaram a ir passar lá à tarde, ainda com as mochilas da escola, e à noite.
"Vão para lá beber álcool e fumar droga. Há umas noites, eram três ou quatro horas da madrugada, acordei com o barulho de gritos vindos de lá", contou uma moradora, Maria Joaquina Fernandes. "De outra vez, vim à janela e vi entrar oito rapazes e raparigas. Não deviam ter mais de 12, 13 anos. Disse-lhes para irem para escola e eles insultaram-me do pior que há e até ameaçaram que me partiam a janela", contou.
A situação agravou-se no dia da última greve geral. "Era perto do meio-dia quando vi uma miúda a dirigir-se para a antiga creche a beber Baileys pela garrafa. Foi tão escandaloso que disse para mim mesma 'Chega!'. Fui com uma câmara para filmar o que se passava lá dentro e deparei-me com uns vinte rapazes e raparigas. Puseram-se todos a fugir um para cada lado, mas depois fizeram-me uma espera e tentaram bater-me", contou outra residente, Maria Júlia Martins, já cansada de alertar a Misericórdia. Outra moradora, Fátima Martins, levou o caso à PSP e à Segurança Social.
Segundo os vizinhos, o maior medo são mesmo as fogueiras que os adolescentes fazem dentro do edifício para se aquecer. "Aquilo é um perigo. Há imensa mobília partida por todo o lado e até um monte de madeira no exterior, mesmo à espera que lhe ponham fogo. Se isso acontece, ainda pode dar-se aqui uma grande desgraça", alertou Maria Júlia Martins.
É que, mesmo nas traseiras do edifício principal da antiga creche fica um velho armazém onde se sente ainda o intenso cheiro a fósforo, isto apesar de terem sido dadas garantias aos moradores, por parte da Misericórdia, de que não há perigo porque o espaço foi limpo. Garantia que não convence quem vive ali. "Se o fogo lá chega, pode ir tudo pelos ares", fez notar Maria Joaquina Fernandes.
Ao JN, o administrador da Misericórdia de Espinho, José António Oliveira, disse ter já reunido com o comandante da divisão da PSP. A medida imediata a tomar será emparedar as entradas mais acessíveis do edifício. Os trabalhos devem começar em Janeiro.
JN
00h00m
Natacha Palma
foto José Mota
As "festas" de adolescentes assustam os moradores da zona
A antiga creche da extinta Fosforeira Portuguesa, em Espinho, está a servir de refúgio a dezenas de adolescentes que lá passam tardes e noites num ambiente de álcool e "charros", em volta de pequenas fogueiras, denunciam os moradores, que estão assustados.
As portas e janelas abertas da antiga creche da Fosforeira Portuguesa, em Espinho, agora propriedade da Santa Casa da Misericórdia, serviram de convite a entrar.
No passado mês de Julho, começaram a ir para lá jovens com skates, até porque o edifício, com frente para a Rua 20, tem amplos salões. Com o tempo, os "skaters" acabaram por desaparecer, mas o local ganhou o estatuto de espaço de reunião para dezenas de jovens, que começaram a ir passar lá à tarde, ainda com as mochilas da escola, e à noite.
"Vão para lá beber álcool e fumar droga. Há umas noites, eram três ou quatro horas da madrugada, acordei com o barulho de gritos vindos de lá", contou uma moradora, Maria Joaquina Fernandes. "De outra vez, vim à janela e vi entrar oito rapazes e raparigas. Não deviam ter mais de 12, 13 anos. Disse-lhes para irem para escola e eles insultaram-me do pior que há e até ameaçaram que me partiam a janela", contou.
A situação agravou-se no dia da última greve geral. "Era perto do meio-dia quando vi uma miúda a dirigir-se para a antiga creche a beber Baileys pela garrafa. Foi tão escandaloso que disse para mim mesma 'Chega!'. Fui com uma câmara para filmar o que se passava lá dentro e deparei-me com uns vinte rapazes e raparigas. Puseram-se todos a fugir um para cada lado, mas depois fizeram-me uma espera e tentaram bater-me", contou outra residente, Maria Júlia Martins, já cansada de alertar a Misericórdia. Outra moradora, Fátima Martins, levou o caso à PSP e à Segurança Social.
Segundo os vizinhos, o maior medo são mesmo as fogueiras que os adolescentes fazem dentro do edifício para se aquecer. "Aquilo é um perigo. Há imensa mobília partida por todo o lado e até um monte de madeira no exterior, mesmo à espera que lhe ponham fogo. Se isso acontece, ainda pode dar-se aqui uma grande desgraça", alertou Maria Júlia Martins.
É que, mesmo nas traseiras do edifício principal da antiga creche fica um velho armazém onde se sente ainda o intenso cheiro a fósforo, isto apesar de terem sido dadas garantias aos moradores, por parte da Misericórdia, de que não há perigo porque o espaço foi limpo. Garantia que não convence quem vive ali. "Se o fogo lá chega, pode ir tudo pelos ares", fez notar Maria Joaquina Fernandes.
Ao JN, o administrador da Misericórdia de Espinho, José António Oliveira, disse ter já reunido com o comandante da divisão da PSP. A medida imediata a tomar será emparedar as entradas mais acessíveis do edifício. Os trabalhos devem começar em Janeiro.
JN
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