Reparações ao domicílio para idosos com medo
Santa Casa tem grupo de técnicos de "absoluta confiança"
2010-06-14
SANDRA BRAZINHA
Os idosos que vivem sozinhos no concelho de Almada podem solicitar desde o início do ano um serviço de reparações ao domicílio da Santa Casa da Misericórdia local. Pagam consoante os seus rendimentos e evitam que estranhos entrem em casa.
"Tinha muito medo de chamar alguém desconhecido até por causa do comportamento e do montante que me iriam pedir. Quando se tem um homem em casa é sempre diferente", assumiu, ao JN, Ana Maria Barata, de 77 anos, enquanto o técnico da Oficina Domiciliária lhe substituía o sifão do lava loiças da cozinha.
As pequenas obras que solicitou incluíam ainda a substituição da borracha e da torneia de segurança do autoclismo e a reparação do trinco da portada da varanda da sala e da dobradiça da porta do roupeiro do quarto.
"Tinha que acabar por chamar alguém, porque isto não podia ficar assim. Já estava até a ficar nervosa por não me poder servir daquele lava loiças. Agora fico com tudo arranjadinho", agradece, garantindo que quando precisar irá voltar a requisitar estes serviços.
Custos e serviços
Ana Maria Barata, que usufruiu do 29º serviço efectuado pela Oficina Domiciliária, pagou 40 euros por duas horas de trabalho, dado que os 638 euros que recebe de pensão mensal colocam-na no escalão mais elevado. Já o material utilizado custou 11,60 euros.
Jorge Oliveira, de 42 anos, é o técnico que desde 4 de Janeiro tem andado de casa em casa a fazer reparações, algumas delas de grande dimensão. "Apanho alguns berbicachos. Neste caso o sifão já tem 40 anos e estava soldado. Tive de o cortar todo", relata, lembrando que só a fazer essa substituição demorou 45 minutos.
Serviços mais frequentes
Os serviços mais frequentes e de maior dimensão são as pinturas e a colocação de chão.
"Já fiz quatro reparações grandes. A última estive lá dois meses e a primeira coisa que fizemos foi arranjar o quarto para o utente ter onde dormir. Depois as pequenas reparações que iam aparecendo fui intercalando com a grande obra", recorda o técnico, que também já pintou uma casa completa.
"Existem pedidos que vão muito além do nosso alcance, nomeadamente infiltrações que são da responsabilidade do senhorio. Mas se a obra estiver ao nosso alcance fazemos o orçamento e, se der para a pessoa, fazemos", explica a técnica da Santa Casa da Misericórdia de Almada, Sandra Tavares, frisando que, "por vezes, fica muito caro e as pessoas não podem pagar".
A ideia inicial da Oficina Domiciliária, que tem já 43 pedidos de reparações, está a concretizar-se. "Muitas pessoas mencionam a insegurança e, portanto, sentem-se mais seguras por ser feito por uma instituição que conhecem. O nosso maior objectivo é mesmo promover o seu bem-estar", conclui.
Sobretudo idosos
As pessoas que usufruem deste projecto da Santa Casa da Misericórdia de Almada, na maioria idosas, têm sido até agora encaminhadas por instituições parceiras, que totalizam já um total de 15. Ana Maria Barata teve acesso através da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos da Freguesia de Cacilhas. "Os associados foram-se dirigindo à instituição e já contabilizámos 11 pedidos. Está a ser muito útil, principalmente para aqueles que estão sozinhos", enaltece a técnica Carla Medinas.
JN
Santa Casa tem grupo de técnicos de "absoluta confiança"
2010-06-14
SANDRA BRAZINHA
Os idosos que vivem sozinhos no concelho de Almada podem solicitar desde o início do ano um serviço de reparações ao domicílio da Santa Casa da Misericórdia local. Pagam consoante os seus rendimentos e evitam que estranhos entrem em casa.
"Tinha muito medo de chamar alguém desconhecido até por causa do comportamento e do montante que me iriam pedir. Quando se tem um homem em casa é sempre diferente", assumiu, ao JN, Ana Maria Barata, de 77 anos, enquanto o técnico da Oficina Domiciliária lhe substituía o sifão do lava loiças da cozinha.
As pequenas obras que solicitou incluíam ainda a substituição da borracha e da torneia de segurança do autoclismo e a reparação do trinco da portada da varanda da sala e da dobradiça da porta do roupeiro do quarto.
"Tinha que acabar por chamar alguém, porque isto não podia ficar assim. Já estava até a ficar nervosa por não me poder servir daquele lava loiças. Agora fico com tudo arranjadinho", agradece, garantindo que quando precisar irá voltar a requisitar estes serviços.
Custos e serviços
Ana Maria Barata, que usufruiu do 29º serviço efectuado pela Oficina Domiciliária, pagou 40 euros por duas horas de trabalho, dado que os 638 euros que recebe de pensão mensal colocam-na no escalão mais elevado. Já o material utilizado custou 11,60 euros.
Jorge Oliveira, de 42 anos, é o técnico que desde 4 de Janeiro tem andado de casa em casa a fazer reparações, algumas delas de grande dimensão. "Apanho alguns berbicachos. Neste caso o sifão já tem 40 anos e estava soldado. Tive de o cortar todo", relata, lembrando que só a fazer essa substituição demorou 45 minutos.
Serviços mais frequentes
Os serviços mais frequentes e de maior dimensão são as pinturas e a colocação de chão.
"Já fiz quatro reparações grandes. A última estive lá dois meses e a primeira coisa que fizemos foi arranjar o quarto para o utente ter onde dormir. Depois as pequenas reparações que iam aparecendo fui intercalando com a grande obra", recorda o técnico, que também já pintou uma casa completa.
"Existem pedidos que vão muito além do nosso alcance, nomeadamente infiltrações que são da responsabilidade do senhorio. Mas se a obra estiver ao nosso alcance fazemos o orçamento e, se der para a pessoa, fazemos", explica a técnica da Santa Casa da Misericórdia de Almada, Sandra Tavares, frisando que, "por vezes, fica muito caro e as pessoas não podem pagar".
A ideia inicial da Oficina Domiciliária, que tem já 43 pedidos de reparações, está a concretizar-se. "Muitas pessoas mencionam a insegurança e, portanto, sentem-se mais seguras por ser feito por uma instituição que conhecem. O nosso maior objectivo é mesmo promover o seu bem-estar", conclui.
Sobretudo idosos
As pessoas que usufruem deste projecto da Santa Casa da Misericórdia de Almada, na maioria idosas, têm sido até agora encaminhadas por instituições parceiras, que totalizam já um total de 15. Ana Maria Barata teve acesso através da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos da Freguesia de Cacilhas. "Os associados foram-se dirigindo à instituição e já contabilizámos 11 pedidos. Está a ser muito útil, principalmente para aqueles que estão sozinhos", enaltece a técnica Carla Medinas.
JN
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