Belmonte: Misericórdia quer vender terreno doado pela CâmaraEspaço destina-se à construção do lar de idosos de Caria, equipamento que a Santa Casa alega não ter possibilidades de concretizar
1-6-2010
Um terreno doado pela Câmara de Belmonte à Santa Casa da Misericórdia local para a construção de um lar de idosos está à venda na Internet à revelia da autarquia, confirmou o presidente do município. O anúncio publicado pela imobiliária ERA, com a referência 33.24557, indica que se trata de um «excelente investimento» na freguesia de Caria, «obedecendo a todos os requisitos necessários para a abertura de um lar de idosos» com 20 quartos e com «licenciamentos pagos». Mas Amândio Melo considera o anúncio «um abuso»: «A escritura é clara: fizemos uma doação para construção de um lar de idosos e as condições não foram cumpridas. Até já oficiámos a Misericórdia com vista à reversão do terreno», anulando a doação, explicou. O edil garante mesmo que a construção – algumas paredes sem acabamentos – já feita «não tem licenciamento, nem nunca entrou nenhum projecto na Câmara». E exigiu entretanto que o anúncio fosse retirado da Internet – o que ainda não tinha acontecido na passada terça-feira, pois está acessível mediante pesquisa no site da ERA Covilhã.
Já o provedor da Misericórdia declarou à Lusa tratar-se de um «mal entendido». Dizendo ter sido contactado sobre um possível interessado no projecto, João Gaspar garantiu que «a imobiliária ultrapassou o que conversámos», enquanto o gerente da ERA Covilhã, Tiago Canedo, acrescentou que o provedor solicitou a venda, mas terá pedido «discrição» e a sua divulgação «apenas» internamente. «Não foi acordado que o anúncio estaria na Internet, mas a qualquer altura se retira», adiantou. O que é certo, segundo João Gaspar, é que a Misericórdia não tem recursos financeiros para concretizar o lar, mas «há um clima de entendimento com a Câmara» para a entrega do terreno e da obra já feita.
Cenário que Amândio Melo desmente, recordando ter havido outra tentativa de venda com um edifício que a Câmara cedeu para uso social. «A Igreja já devia ter tomado uma atitude. Tem conhecimento da situação altamente deficitária através da Câmara, de funcionários e sindicatos e insiste em deixar que se mantenha a mesma mesa», lamenta. De resto, o «único acordo» estabelecido com a Misericórdia diz respeito a um estudo de viabilidade financeira da instituição encomendado pela autarquia e do qual estão dependentes as medidas a tomar, referiu o autarca.
Kaminhos magazine
1-6-2010
Um terreno doado pela Câmara de Belmonte à Santa Casa da Misericórdia local para a construção de um lar de idosos está à venda na Internet à revelia da autarquia, confirmou o presidente do município. O anúncio publicado pela imobiliária ERA, com a referência 33.24557, indica que se trata de um «excelente investimento» na freguesia de Caria, «obedecendo a todos os requisitos necessários para a abertura de um lar de idosos» com 20 quartos e com «licenciamentos pagos». Mas Amândio Melo considera o anúncio «um abuso»: «A escritura é clara: fizemos uma doação para construção de um lar de idosos e as condições não foram cumpridas. Até já oficiámos a Misericórdia com vista à reversão do terreno», anulando a doação, explicou. O edil garante mesmo que a construção – algumas paredes sem acabamentos – já feita «não tem licenciamento, nem nunca entrou nenhum projecto na Câmara». E exigiu entretanto que o anúncio fosse retirado da Internet – o que ainda não tinha acontecido na passada terça-feira, pois está acessível mediante pesquisa no site da ERA Covilhã.
Já o provedor da Misericórdia declarou à Lusa tratar-se de um «mal entendido». Dizendo ter sido contactado sobre um possível interessado no projecto, João Gaspar garantiu que «a imobiliária ultrapassou o que conversámos», enquanto o gerente da ERA Covilhã, Tiago Canedo, acrescentou que o provedor solicitou a venda, mas terá pedido «discrição» e a sua divulgação «apenas» internamente. «Não foi acordado que o anúncio estaria na Internet, mas a qualquer altura se retira», adiantou. O que é certo, segundo João Gaspar, é que a Misericórdia não tem recursos financeiros para concretizar o lar, mas «há um clima de entendimento com a Câmara» para a entrega do terreno e da obra já feita.
Cenário que Amândio Melo desmente, recordando ter havido outra tentativa de venda com um edifício que a Câmara cedeu para uso social. «A Igreja já devia ter tomado uma atitude. Tem conhecimento da situação altamente deficitária através da Câmara, de funcionários e sindicatos e insiste em deixar que se mantenha a mesma mesa», lamenta. De resto, o «único acordo» estabelecido com a Misericórdia diz respeito a um estudo de viabilidade financeira da instituição encomendado pela autarquia e do qual estão dependentes as medidas a tomar, referiu o autarca.
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