sábado, 16 de julho de 2011

Santa Casa da Misericórdia de Bragança

Volta a Portugal do Voluntariado arrancou em Bragança, um dos distritos mais solidários do País
foto
Voluntários precisam-se em Bragança

Fátima Moreira é estudante em Bragança e aproveita os dias mortos, depois dos exames, para fazer voluntariado na Santa Casa da Misericórdia de Bragança.

Para além de trabalhar com os idosos do Lar da Terceira Idade, também ajuda a tomar conta das crianças do ATL. “É uma mais-valia e um trabalho em que nos valoriza e um gosto em ajudar”, explica.
É uma das várias voluntárias que todos os dias passam pela Santa Casa da Misericórdia de Bragança. Algumas até já lá estagiaram.
“Hoje em dia [o voluntariado] é pouco valorizado. É importante porque ajuda as pessoas e sempre se aproveitam recursos humanos que não são pagos.
Nunca tinha trabalhado com os idosos e tem sido uma experiência fantástica, sobretudo pelas experiências de vida deles”, sublinha.
De facto, Bragança ainda é um dos distritos em que o voluntariado ainda vai tendo mais adesão. O provedor da Santa Casa de Bragança, Eleutério Alves, um dos promotores da Semana do Voluntariado, que decorreu até sábado, revela que a saúde e a área social são as mais necessitadas, apesar de serem também as que mais voluntários chamam.

Caminho passa pelo regresso às relações de vizinhança, sobretudo nas grandes cidades

“O voluntariado é sempre preciso e para mim é a forma mais interessante de cidadania. Todos nós podemos dar algo do nosso tempo e das nossas competências na defesa e promoção do bem comum e a ajudar alguém a ser mais feliz” refere, acrescentando que “em Bragança o voluntariado já está muito enraizado, mas é necessário mais”.
Sobretudo dos mais novos, já que entre os adultos, a participação é bastante. “Para que percebam o que é o voluntariado e a forma como podem ajudar”, refere. Até porque o voluntariado “não é para substituir o trabalho profissional”. “Não se dá emprego a voluntários. O trabalho voluntário é um trabalho que complementa o trabalho dos profissionais nas instituições”, explica.
Já Eugénio Fonseca, o presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado, defende que se deve regressar às origens, sobretudo nas grandes cidades. Ou seja, às velhas relações de vizinhança, algo “que ainda se vai encontrando nas zonas rurais do interior”, como no distrito de Bragança, “por força até das circunstâncias do isolamento em que essas zonas se encontram”.
Eugénio Fonseca salienta que é preciso “recuperar o dinamismo de outrora e levá-lo para as grandes cidades onde o anonimato é maior”.
Ao longo da semana foram várias as actividades que serviram para assinalar o Ano Europeu do Voluntariado, como conferências, workshops, uma largada de balões temáticos, um desfile de época com utentes de IPSSs (ver texto em baixo), espectáculos musicais, um encontro de gerações (ver texto na página seguinte) e uma actividade de limpeza no S. Bartolomeu.

António Gonçalves Rodrigues
Nordeste

Sem comentários: