Misericórdias aflitas com falta de pagamentos de serviços na área da saúde
Os consecutivos atrasos nos pagamentos das comparticipações do Estado às Misericórdias que têm acordos na área da saúde e cuidados continuados, estão a causar graves problemas àquelas instituições. Algumas estão a recorrer à banca para conseguir pagar aos funcionários e outras que são obrigados a protelar pagamentos aos seus fornecedores como forma de evitar despedimentos. Em três das principais Misericórdias, Entroncamento, Chamusca e Santarém, os montantes em dívida rondam as centenas de milhares de euros.
A pior situação parece ser a da Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento onde, segundo o provedor, Manuel Fanha Vieira, a divida do Estado já vai em 1 milhão e 240 mil euros. O montante é referente a internamentos no hospital da instituição mas sobretudo aos serviços prestados na unidade de cuidados continuados. O provedor confessa que a situação está a criar dificuldades de gestão que acabam por afectar também as outras valências. Tem sido uma angústia arranjar dinheiro para pagar os ordenados aos 332 colaboradores da instituição. Os vencimentos do mês de Outubro só foram pagos no dia 9 de Novembro. Outra preocupação são as dívidas aos fornecedores que se vão acumulando e já ultrapassaram os dois milhões de euros.
As unidades de cuidados continuados surgiram da necessidade de libertar camas dos hospitais e assim poupar-se também nas despesas, enviando os doentes para recuperação em instalações adaptadas pelas Misericórdias. Por cada utente numa unidade destas o Estado paga 58,5 euros por dia, refere o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santarém.
O Mirante
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