Benfeitor moreirense dá nome ao Hospital de Retaguarda
Helena Lopes 25/01/2010 10:11:00
Uma homenagem justa ao “maior doador de Vizela”, assim justifica o provedor Domingos Vaz Pinheiro, a designação do novo Hospital de Retaguarda.
A designação já pertencia ao antigo Hospital e a provedoria da instituição achou por bem não a alterar. “Era justo manter, foi o maior benfeitor desta instituição, embora sendo moreirense”, referiu Domingos Vaz Pinheiro, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vizela (SCMV).
Não se pode chamar fundador ao luso-brasileiro Francisco Guimarães. “A história provém de uma herança no seu testamento, elaborado em Campinas, no Brasil, onde ele morava”, recordou Vaz Pinheiro, acrescentando que o moreirense está sepultado em Terras de Vera Cruz.
Segundo o livro de actas da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, a que o Rádio Vizela teve acesso, a sessão datada de 23 de Outubro de 1874 relata que “António Francisco Guimarães faleceu [a 16 de Julho de 1873] e ordenou no seu testamento que os remanescentes da sua terça fossem divididos em três partes iguais”, uma delas, dirigida a Vizela, com a finalidade da verba ser “aplicada na fundação de uma Casa de Caridade ou Misericórdia”. Apesar de não ser filho da terra, Francisco Guimarães nunca esqueceu esta terra, na altura, parte integrante do concelho vimaranense. “Legou muita coisa à Misericórdia de Guimarães para investir em Vizela”, contou o provedor da Misericórdia vizelense. Mas ainda foi longa a espera pela transferência do montante. Só em 06 de Abril de 1911, decorreu, no Governo Civil de Braga, uma reunião onde se definiu que a Misericórdia de Guimarães administraria o legado de Campinas (Brasil) até à abertura do Hospital de Vizela, cuja planta do edifício, já existente, devia ser revista.
Guimarães atribuiu a verba e Vizela aceitou, tendo sido bafejada pela boa vontade de Francisco Guimarães, anos mais tarde. Um valor monetário traduzido, ao que tudo indica, em 58.483$872 réis.
O Hospital de Vizela foi inaugurado a 18 de Fevereiro de 1923 “com grande concorrência de pessoas de todas as classes”, escreve o livro de actas, onde se pode ler que, na cerimónia, tomaram da palavra “José Ribeiro de Sá e Melo, Alfredo Bravo e o médico Bento Ribeiro de Faria”. Em Maio do mesmo ano, foi deliberado, em Assembleia-geral, que o Hospital de Vizela se designasse “António Francisco Guimarães. “Os vizelenses, essencialmente os de antigamente, estão muito gratos a Francisco Guimarães, mais do que os vizelenses de agora”, atirou Domingos Vaz Pinheiro, não esquecendo de referir outra grande benemérita que dá nome ao actual lar de idosos, Elisa Torres Soares.
Rádio Vizela
Helena Lopes 25/01/2010 10:11:00
Uma homenagem justa ao “maior doador de Vizela”, assim justifica o provedor Domingos Vaz Pinheiro, a designação do novo Hospital de Retaguarda.
A designação já pertencia ao antigo Hospital e a provedoria da instituição achou por bem não a alterar. “Era justo manter, foi o maior benfeitor desta instituição, embora sendo moreirense”, referiu Domingos Vaz Pinheiro, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vizela (SCMV).
Não se pode chamar fundador ao luso-brasileiro Francisco Guimarães. “A história provém de uma herança no seu testamento, elaborado em Campinas, no Brasil, onde ele morava”, recordou Vaz Pinheiro, acrescentando que o moreirense está sepultado em Terras de Vera Cruz.
Segundo o livro de actas da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, a que o Rádio Vizela teve acesso, a sessão datada de 23 de Outubro de 1874 relata que “António Francisco Guimarães faleceu [a 16 de Julho de 1873] e ordenou no seu testamento que os remanescentes da sua terça fossem divididos em três partes iguais”, uma delas, dirigida a Vizela, com a finalidade da verba ser “aplicada na fundação de uma Casa de Caridade ou Misericórdia”. Apesar de não ser filho da terra, Francisco Guimarães nunca esqueceu esta terra, na altura, parte integrante do concelho vimaranense. “Legou muita coisa à Misericórdia de Guimarães para investir em Vizela”, contou o provedor da Misericórdia vizelense. Mas ainda foi longa a espera pela transferência do montante. Só em 06 de Abril de 1911, decorreu, no Governo Civil de Braga, uma reunião onde se definiu que a Misericórdia de Guimarães administraria o legado de Campinas (Brasil) até à abertura do Hospital de Vizela, cuja planta do edifício, já existente, devia ser revista.
Guimarães atribuiu a verba e Vizela aceitou, tendo sido bafejada pela boa vontade de Francisco Guimarães, anos mais tarde. Um valor monetário traduzido, ao que tudo indica, em 58.483$872 réis.
O Hospital de Vizela foi inaugurado a 18 de Fevereiro de 1923 “com grande concorrência de pessoas de todas as classes”, escreve o livro de actas, onde se pode ler que, na cerimónia, tomaram da palavra “José Ribeiro de Sá e Melo, Alfredo Bravo e o médico Bento Ribeiro de Faria”. Em Maio do mesmo ano, foi deliberado, em Assembleia-geral, que o Hospital de Vizela se designasse “António Francisco Guimarães. “Os vizelenses, essencialmente os de antigamente, estão muito gratos a Francisco Guimarães, mais do que os vizelenses de agora”, atirou Domingos Vaz Pinheiro, não esquecendo de referir outra grande benemérita que dá nome ao actual lar de idosos, Elisa Torres Soares.
Rádio Vizela
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