quinta-feira, 4 de março de 2010

Santa Casa da Misericórdia de Cantanhede

Rui Rato promete três anos de intenso trabalho
Escrito por Regina Bilro
13-Jan-2010
Instalar uma central de microprodução fotovoltaica no Campus da Santa Casa, prosseguir com a construção da creche, iniciar a construção da Unidade de Cuidados Continuados e re-estruturar a Quinta da Varziela são alguns dos projetos que o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Cantanhede pretende colocar em prática nos próximos três anos.

Com a “crise financeira”, a “inércia nos apoios estatais” e as crescentes exigências organizacionais, não será fácil colocar em marcha todos os projetos que a Santa Casa da Misericórdia de Cantanhede se propõe desenvolver nos próximos três anos. Mas Rui Filipe Rato, provedor daquela instituição há cerca de uma semana, acredita que as dificuldades podem ser ultrapassadas com a ajuda de todos: “voluntários, entidades oficiais, parceiros e empresas”.

“É necessário envolver a responsabilidade social das empresas, convertendo a esperança do futuro numa realidade mais confiantes”, afirmou o novo responsável, aquando a cerimónia de tomada de posse, realizada na última quinta feira, 7 de janeiro.

Eleito com cerca de 50 por cento dos votos da irmandade, o mais novo provedor de toda a história da Santa Casa da Misericórdia de Cantanhede enfatiza que a gestão de uma instituição como aquela, com 113 funcionários distribuídos por sete valências, com 400 utentes e mais de 500 refeições diárias, “tem de ser feita de forma profissional e rigorosa”.

É necessária “uma precaução permanente”, mas “atenuada com a implementação de sistemas de gestão de qualidade”. Tal permitirá “uma maior otimização dos recursos” e uma “adaptação mais rigorosa aos requisitos de uma ação social cada vez mais especializada”, reforça Rui Filipe Rato.

Programa ambicioso
Do programa apresentado para o próximo triénio 2010-2012 destaca-se a continuação da construção da creche, obra que representa um investimento de 440 mil euros, dos quais 200 mil provêem do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES).

“Com este novo equipamento, a capacidade de resposta para acolher crianças dos quatro meses aos dois anos será aumentada em 52 vagas”, reforça o novo provedor.

Outro projeto de grande envergadura é a Unidade de Cuidados Continuados, cujo custo de construção e equipamento se prevê superior a um milhão e 200 mil euros. O edifício a construir ocupará uma área de 1.400 metros quadrados e terá capacidade para 30 camas, destinadas a utentes de longa duração. O facto do investimento financiado pelo Estado ter um limite de 750 mil euros exigirá um “esforço financeiro considerável de auto-financiamento”, não esconde Rui Filipe Rato.

Outro desafio da Santa Casa da Misericórdia de Cantanhede é a instalação da central de micro produção fotovoltaica enquadrada no incentivo estatal de produção de eletricidade através da energia solar, com ligação à rede elétrica nacional.

A cessação da atividade pecuária, no seguimento da profunda reestruturação de que a Quinta na Varziela está a ser alvo, impõe a apresentação “de soluções que podem passar pela formação de uma empresa de inserção, em parceria com entidades oficiais na área do emprego e segurança social”, acrescentou o novo provedor.

Dia da Misericórdia a implementar
De acordo com Rui Filipe Rato, a equipa responsável pela gestão da Santa Casa da Misericórdia pretende ainda “concretizar a ligação do lar Francisco Pinto ao centro de noite agora reconvertido em extensão do mesmo lar” e “apresentar um projeto diretor com vista à requalificação paisagística do campus da Misericórdia”.

Mas não só de obras se faz o programa apresentado pelo novo provedor. Rui Filipe Rato quer também “desenvolver ações que permitam a divulgação de assuntos relacionados com a atividade da Santa Casa, promovendo conferências, debates e exposições temáticas”, bem como celebrar o Dia da Misericórdia, “evento que evidencie colaboradores serviços e parceiros”.

Quer também implementar um serviço de voluntariado que se traduzirá numa “mais-valia institucional”, permitindo à população poder participar, de forma responsável, no trabalho desenvolvido pela Santa Casa” e “assegurar as condições necessárias para criar um estatuto de benfeitor, facilitando e aumentando a confiança depositada pelas pessoas que querem oferecer os seus bens em benefício das obras da Misericórdia”.

No setor administrativo, a Santa Casa vai prosseguir com a formação contínua modular específica, financiada pelo Programa operacional Potencial Humano (POPH), através da CEFORCÓRDIA, entidade de formação da União das Misericórdias Portuguesas.

Independente de Cantanhede

Sem comentários: