sábado, 16 de outubro de 2010

Santa Casa da Misericórdia da Mealhada

Escrito por Margarida Alvarinhas
MEALHADA

Misericórdia vai alargar serviços do hospital

A Santa Casa da Misericórdia da Mealhada está «viva», diz o provedor da instituição, que se congratula com o crescimento que se tem vindo a verificar, seja nas valências de apoio à terceira idade e infância, seja no seu hospital. João Peres diz que todos os serviços estão lotados, em termos de utentes, por isso, numa altura em que festeja os 104 anos da instituição, a sua satisfação é enorme.

O momento de aniversário, que se assinala amanhã, é, por isso, dedicado à «reflexão». Sem grandes comemorações, porque a função da Misericórdia «não é fazer festas, mas sim aplicar os poucos recursos que temos em prol da sociedade», João Peres pretende neste dia «não esquecer o passado e projectar o futuro». E o futuro passa, essencialmente, por dar mais e melhores condições ao Hospital Misericórdia da Mealhada (HMM), em funcionamento desde 2006 (ano da sua reabertura) e que se tem afirmado como «um marco de referência na região e no país», revela um comunicado da instituição. João Peres vai mais longe e afirma mesmo que o hospital, que hoje dispõe de um variado conjunto de serviços de saúde, se tem afirmando como alternativa “à altura” dos hospitais centrais, concretamente de Coimbra, poupando tempo e dinheiro às populações que, em muitos casos, deixam de ser obrigadas a deslocações a hospitais maiores.
Esforços desenvolvidos entre o HMM e a tutela, concretamente a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e o Ministério da Saúde, permitiram oferecer aos utentes «um serviço de qualidade a custos sociais». E, depois de celebração de acordos nas áreas da Fisioterapia e Imagiologia, SIGIC (Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para a Cirurgia) e Cuidados Continuados, uma das próximas etapas passa, precisamente, pelo alargamento desta Unidade de Cuidados Continuados, que actualmente se encontra com a sua capacidade lotada.
Saúde mais perto
Mas João Peres quer fazer deste cada vez mais um hospital público, onde todos possam aceder. E por isso mesmo estabeleceu com a União das Misericórdias Portuguesas e com o Ministério da Saúde um protocolo, que entra em vigor em Janeiro, que prevê que os utentes do Sistema Nacional de Saúde (SNS) tenham acesso aos serviços do HMM através da Rede Nacional de Prestação de Cuidados Continuados de Saúde, abrangendo não só as consultas de especialidade, mas também as cirurgias. Falta apenas, recorda o provedor, assinar o acordo com a ARSC. «Será quase um hospital público, dentro da nossa dimensão, claro. As pessoas em vez de terem de ir para Coimbra, para outro hospital, ficam aqui», destaca o responsável da Misericórdia da Mealhada, realçando um outro aspecto positivo, que será o de «aliviar» os hospitais mais centrais. Mais, frisa que em saúde «quanto mais perto se estiver, melhor».
Os progressos no HMM serão também sentidos ao nível da Fisioterapia, que hoje está a realizar mais de quatro mil admissões mensais. João Peres garante que o alargamento do serviço está para breve, já que «está para ser assinado» com a ARSC esse acordo. «Está tudo acordado», assegura. E igualmente garantido e com abertura a qualquer momento está também o serviço de Cardiologia, estando em preparação semelhantes acordos nas áreas da Pneumologia e Gastrenterologia.
«O hospital cresce. Temos condições para isso, quer em termos de espaço, quer de capacidade», destaca o provedor. Tanto mais que esta é uma unidade de saúde que «felizmente está a ganhar notoriedade, quer pelos utentes, quer pelas entidades», diz, considerando que o «ponto de referência» têm sido os utentes e esses têm mostrado satisfação.

Terceira idade sem capacidade de resposta

Apesar de ter lotadas as valências na área da terceira idade (lar, centro de dia e apoio domiciliário), com uma lista de espera que cresce dia após dia, a Santa Casa da Misericórdia não pensa, contudo, em alargar a capacidade de resposta, até porque entende que há outras instituições no concelho da Mealhada que devem assumir responsabilidades nessa matéria. Antes pensa em dar melhores condições de vida aos seus utentes. A construção de um novo lar é uma prioridade, mas «a médio prazo», conta o provedor, frisando que não se trata de um projecto que tem em vista o aumento da capacidade, mas sim uma «modernização».
O objectivo é fazer uma construção nova, em local ainda a definir, e deixar o velho edifício do lar para outras utilizações, de apoio ao hospital, por exemplo, ou para outras valências sociais.
Destaque também para o apoio que a Misericórdia da Mealhada presta na área da infância, com as valências de creche, pré-escolar e ATL, onde o ensino da música e as várias actividades na área musical têm merecido uma especial atenção.


Números
68.835
utentes admitidos no hospital em 2010 (até 30 de Setembro)
387
colaboradores
30
camas nos Cuidados
Continuados
65
crianças na creche
96
crianças no pré-escolar
100
crianças no ATL
100
utentes no lar
20
utentes no centro de dia
40
utentes no apoio domiciliário

Diário de Coimbra

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