Funcionária de creche em Abrantes acusada de maus tratos a crianças
Autor João Nuno Pepino Jan 12, 2011
“Não quero dinheiro. Peço apenas justiça porque esta mulher merece estar na cadeia”, desabafou ao nosso jornal José Cruz, pai de uma das crianças alegadamente maltratadas por uma funcionária do infantário da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes.
Maria A., de 51 anos, começou a ser julgada na terça-feira, 11 de Janeiro, por dois crimes de maus tratos a crianças, que terão sido cometidos em 2007 e 2008.
O julgamento decorre com exclusão de publicidade, a pedido da defesa da arguida, mas a decisão da juíza não agradou aos pais, familiares e amigos dos menores que marcaram presença no Tribunal de Abrantes.
José Cruz, ofendido no processo, pede uma pena exemplar para a funcionária da Misericórdia de Abrantes
“Toda a gente devia ouvir aqui o que ela fez”, afirmou José Cruz, contando que o seu filho, então com 3 anos, “estava adoentado e apenas deixou cair comida no chão. Ela obrigou-o a apanhá-la e a engolir novamente”.
Além desta situação, a arguida é ainda suspeita de amarrar outras crianças da creche à cama para os obrigar a dormir, usando lençóis e fita-cola, segundo o despacho de acusação do Ministério Público, que refere ainda o caso de uma menina que apareceu em casa com manchas vermelhas no queixo e marcas no pescoço.
A denuncia foi feita à Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens por uma funcionária da Santa Casa que ontem prestou depoimento, e foi apresentada já depois da arguida ter sido alvo de dois processos internos na instituição.
José Cruz não esconde a sua mágoa em relação à Misericórdia, “que tentou abafar o caso”.
“Nós só soubemos quando o inquérito disciplinar já estava a decorrer, e não se faz uma coisa destas sem os pais serem informados”, considerou.
“Só começamos a estranhar quando ele chorava e dizia que não queria ir à escola, mas nunca imaginámos que isto fosse possível”, disse o pai, explicando que o filho, hoje com 5 anos, gosta da nova escola e parece ter ultrapassado o trauma.
A segunda menor ofendida nos autos também já não frequenta a Santa Casa de Abrantes.
Horácio Mourão de Sousa, provedor da Santa Casa, afirma que a instituição não tem base legal para despedir a arguida
“Para a Misericórdia, esta situação é uma nódoa numa instituição que tudo fez para proteger as suas crianças”, disse ao nosso jornal o provedor, Mourão de Sousa.
Segundo o mesmo, após a conclusão dos processos disciplinares, foram aplicadas duas sanções disciplinares a Maria A., 15 dias de suspensão de trabalho num caso e 30 dias noutro.
“Teríamos optado pelo despedimento com justa causa, mas não houve base legal para isso”, explicou Mourão de Sousa, acrescentando que a funcionária, admitida há cerca de 10 anos, é a actual encarregada dos serviços gerais da Misericórdia, supervisionando o pessoal da cozinha e limpeza.
“Nunca mais teve contacto directo com as crianças”, assegurou.
O Ribatejo
Autor João Nuno Pepino Jan 12, 2011
“Não quero dinheiro. Peço apenas justiça porque esta mulher merece estar na cadeia”, desabafou ao nosso jornal José Cruz, pai de uma das crianças alegadamente maltratadas por uma funcionária do infantário da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes.
Maria A., de 51 anos, começou a ser julgada na terça-feira, 11 de Janeiro, por dois crimes de maus tratos a crianças, que terão sido cometidos em 2007 e 2008.
O julgamento decorre com exclusão de publicidade, a pedido da defesa da arguida, mas a decisão da juíza não agradou aos pais, familiares e amigos dos menores que marcaram presença no Tribunal de Abrantes.
José Cruz, ofendido no processo, pede uma pena exemplar para a funcionária da Misericórdia de Abrantes
“Toda a gente devia ouvir aqui o que ela fez”, afirmou José Cruz, contando que o seu filho, então com 3 anos, “estava adoentado e apenas deixou cair comida no chão. Ela obrigou-o a apanhá-la e a engolir novamente”.
Além desta situação, a arguida é ainda suspeita de amarrar outras crianças da creche à cama para os obrigar a dormir, usando lençóis e fita-cola, segundo o despacho de acusação do Ministério Público, que refere ainda o caso de uma menina que apareceu em casa com manchas vermelhas no queixo e marcas no pescoço.
A denuncia foi feita à Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens por uma funcionária da Santa Casa que ontem prestou depoimento, e foi apresentada já depois da arguida ter sido alvo de dois processos internos na instituição.
José Cruz não esconde a sua mágoa em relação à Misericórdia, “que tentou abafar o caso”.
“Nós só soubemos quando o inquérito disciplinar já estava a decorrer, e não se faz uma coisa destas sem os pais serem informados”, considerou.
“Só começamos a estranhar quando ele chorava e dizia que não queria ir à escola, mas nunca imaginámos que isto fosse possível”, disse o pai, explicando que o filho, hoje com 5 anos, gosta da nova escola e parece ter ultrapassado o trauma.
A segunda menor ofendida nos autos também já não frequenta a Santa Casa de Abrantes.
Horácio Mourão de Sousa, provedor da Santa Casa, afirma que a instituição não tem base legal para despedir a arguida
“Para a Misericórdia, esta situação é uma nódoa numa instituição que tudo fez para proteger as suas crianças”, disse ao nosso jornal o provedor, Mourão de Sousa.
Segundo o mesmo, após a conclusão dos processos disciplinares, foram aplicadas duas sanções disciplinares a Maria A., 15 dias de suspensão de trabalho num caso e 30 dias noutro.
“Teríamos optado pelo despedimento com justa causa, mas não houve base legal para isso”, explicou Mourão de Sousa, acrescentando que a funcionária, admitida há cerca de 10 anos, é a actual encarregada dos serviços gerais da Misericórdia, supervisionando o pessoal da cozinha e limpeza.
“Nunca mais teve contacto directo com as crianças”, assegurou.
O Ribatejo
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