segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Santa Casa da Misericórdia de Coimbra

Segunda-Feira, 10 de Janeiro 2011
Escrito por João Henriques
coimbra

Novo provedor
da Misericórdia assume
“exaltante desafio”

Armando Lopes Porto tomou posse, ontem, como provedor da Santa Casa da Misericórdia de Coimbra para o triénio 2011-2013. «Com a aposentação vi reduzida a minha actividade e fiquei instalado no doce comodismo, contrariado, agora, com a missão de participar nas obras de beneficência desta Misericórdia», referiu Armando Lopes Porto, que já antes tinha realçado o «exaltante desafio de colaborar com a Santa Casa da Misericórdia de Coimbra, a minha terra».
Na cerimónia da tomada de posse dos novos corpos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Coimbra, realizada na Sé Velha e presidida por D. Albino Cleto, bispo de Coimbra, o novo provedor disse contar com «a ajuda de todos os homens e mulheres de boa vontade» para, «a partir de hoje, acompanhar, no dia-a-dia, os objectivos desta Misericórdia», prometendo dedicar-se «de alma e coração durante o mandato» de provedor, cargo que, disse, «era impossível recusar».
Assumindo, desde já, o «alto espírito de serviço», Armando Lopes Porto, que substitui, no cargo de provedor, o malogrado Aníbal Pinto de Castro, lembrou que a «caridade» é o que «mais falta faz no mundo actual», acrescentando que vivemos numa época em que «alastra a pobreza material a par com a debilidade espiritual». A admissão de novos irmãos da Santa Casa da Misericórdia de Coimbra, cidade que recebe, em Junho, o 10.º Congresso Nacional das Misericórdias, foi concretizada ontem, logo após a tomada de posse dos corpos sociais eleitos para o triénio 2011-2013.
Durante a eucaristia que antecedeu a tomada de posse, D. Albino Cleto sublinhou que «caridade não significa esmola, mas amor desprendido de interesses segundos», reforçando que «as misericórdias nasceram para dar realização efectiva, oportuna e única ao espírito do amor». O bispo de Coimbra apelou à «discrição, humildade e criatividade» dos dirigentes, solicitando que exerçam «desinteressadamente» as suas funções.
D. Albino Cleto pediu aos membros dos corpos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Coimbra para «não procurarem a distinção na sociedade, nem preparem outro lugar de craveira na sociedade humana» no exercício das funções para as quais foram, agora, empossados, recordando que «Coimbra é uma cidade onde vivemos tantas vezes ao lado de quem não pode, sem sabermos».
Em representação do secretariado nacional da União das Misericórdias Portuguesas, Infância Pamplona referiu que se aproximam «tempo difíceis», assim como «problemas complexos, que poderão complicar a gestão dos nossos equipamentos sociais», razão pela qual assumiu ser «imprescindível o espírito de entreajuda entre as misericórdias, outras instituições sociais e as autarquias». Por sua vez, Manuel Carraco, representante do secretariado distrital da União das Misericórdias Portuguesas, recordou que «as misericórdias nasceram numa crise».

Diário de Coimbra

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