sábado, 19 de novembro de 2011

Santa Casa da Misericórdia da Covilhã

Mais rigor para a Santa Casa da Misericórdia da Covilhã
“Temos que arregaçar as mangas e deixarmo-nos de lirismos”, disse Carlos Casteleiro depois de tomar posse como novo Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã, no último sábado, 29 de Outubro. Perante os restantes corpos sociais e funcionários, o novo dirigente não esteve com “paninhos quentes” e avisou que vai haver mudanças na forma de gerir a instituição.
“Temos um árduo caminho pela frente numa altura difícil e queremos levar a bom porto um barco com alguns rombos”, avisou o médico, que considera que os “recursos humanos são exagerados” e que os vencimentos de alguns funcionários “são excessivos”. Ainda assim, o novo Provedor quer evitar despedimentos e aponta como solução, a transferência de funcionários entre os infantários, Lar e Centro de Diagnóstico, para além das duas valências a criar em breve – Centro de Dia e Apoio Domiciliário. Casteleiro considera que com os recursos humanos existentes é possível dar resposta às necessidades e pede “mais produtividade a cada um” dos 130 trabalhadores da instituição.
A redução do passivo existente, que Casteleiro não adianta para já, mas que se cifrará entre os quatro e os cinco milhões de euros, é a prioridade. E para tal, avisa, “vai ser necessário muito engenho e arte e a ajuda de todos, porque vamos ter que produzir mais com menos recursos”. O objectivo, anuncia, “é colocar a Santa Casa numa situação financeira estável em três ou quatro anos”. Para tal, diz, “é preciso racionalizar recursos para equilibrar a vertente orçamental, o que quer dizer que não nos podemos desviar um milímetro da gestão de rigor que queremos implementar”.
O discurso do novo provedor mereceu apoio por parte do Presidente da Assembleia Geral. Miguel Castelo Branco afirma que “os tempos difíceis têm que ser encarados com realismo e exigem medidas urgentes”, mas acredita que, “com a ajuda e união de todos, a Santa Casa irá conseguir dar uma resposta positiva e ultrapassar os obstáculos com imaginação”.
Também D. Manuel Felício, que presidiu à tomada de posse dos corpos sociais para o triénio 2011-2013, se mostrou “convencido que a situação difícil pela qual a instituição atravessa irá ser ultrapassada”. Esta equipa, assegura, “é constituída por pessoas de valor que conseguem vencer crises e transformar as dificuldades em oportunidades”.
A primeira reunião dos Corpos Sociais decorreu logo após o final da cerimónia de tomada de posse. Segundo Carlos Casteleiro, “a situação impõe que se comece a trabalhar de imediato, e todos têm que perceber que estamos empenhados em mudar o rumo das coisas e que a instituição não pode continuar a ser gerida como foi até hoje”.

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