sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Santa Casa da Misericórdia de Alfândega da Fé

04-11-2011 - 13:35

Autarca de Alfândega da Fé sugere demissão de provedor da Santa Casa da Misericórdia

 
O Provedor SCM, reuniu, recentemente, com os pais das cerca de 50 crianças daquela instituição. “Já reuni com os pais para lhes dar a conhecer a situação que a creche atravessa, o que não é novidade até porque eu nunca escondi que há dificuldades”, diz o Provedor, na mesma reunião, segundo Arsénio Pereira, as questões debatidas nunca foram o encerramento daquela instituição. “Aquilo que foi dito aos pais na reunião foi que é insuportável manter as coisas como estão e há a necessidade de fazer alguma coisa, como por exemplo uma remodelações na instituição, e também a possibilidade do aumentar da mensalidade. Pela tabela que aqui temos e pelos rendimentos, há pais que neste momento pagam apenas quatro euros, e isso não nos é possível”, afirma.
Devido à situação precária, a SCM já enviou um pedido ao Ministro da Solidariedade e da Segurança Social e ao Secretario de Estado a dar conhecimento dos problemas que aquela valência atravessa, “estamos a aguardar uma resposta por parte do ministério, e acredito que será positiva”, explica, Arsénio Pereira.
Sobre este problema, Berta Nunes, autarca de Alfandega da Fé, mostrou-se indignada com a hipótese da creche e jardim de Infância fechar. “É verdade que a santa casa esta numa situação difícil devido a vários anos de má gestão, e também é verdade que a santa casa neste momento tem um pedido financeiro no ministério e está a aguardar resposta, no entanto esta situação tem-se vindo a arrastar e todos os meses em que a instituição está a funcionar está a ter prejuízo, porque precisa de uma reestruturação rapidamente”, refere a edil que considera ser necessário tomar medidas para diminuir as despesas ou de alguma solução para aumentar as receitas. “Para nós, câmara, não é opção o fecho desta valência, porque faz falta, essa é a única creche que temos no concelho porque os pais que trabalham não tem onde deixar os filhos. Como é evidente a câmara não irá aceitar o encerramento, e ficamos preocupados quando tivemos conhecimento que o senhor provedor terá dito aos pais que a creche poderá vir a encerrar”, acrescenta.
No entanto, em declarações ao Terra Quente, Arsénio Pereira garante “eu, enquanto provedor não vou fechar, se alguém a fechar não serei eu”. O Provedor deixa ainda uma ressalva, “temos que ver que quando uma empresa ou instituição dá prejuízos, e se não for encontrada solução obviamente que tem que se fechar, mas nunca serei eu a assumir esse papel, porque vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance par que isso não aconteça. Mas se não for feito nada, a situação vai-se tornar cada vez mais insustentável”, afirma.
O Provedor garante ainda que já pediu apoios ao governo e à câmara municipal de Alfandega da Fé e até agora não obteve qualquer apoio. “Somos a única instituição do concelho que pediu subsidio que não foi ouvida, porque todas as outras instituições, inclusive IPSS, pediram e foram-lhe concebidos e a nós não”, lamenta
Apesar destas acusações, Berta Nunes garante que já foi dado apoio aquela instituição. “É obvio que a câmara já deu vários apoios, mas não podemos dar o apoio que eles pretendem foi pedido à câmara cerca de 100 mil euros, e nós enquanto câmara não temos essa verba, até porque é de conhecimento público o estado em que a própria autarquia se encontra, alem do mais responsabilidade é da própria Santa Casa e mesmo da Segurança Social, o senhor provedor tem que assumir a responsabilidade, porque para ele a culpa é sempre dos outros”, acrescenta. A Autarca defende ainda que está atenta e disponível para colaborar. “Não temos muito dinheiro para lá colocar, mas nós não podemos deixar que o Provedor venha dizer que vai encerrar, porque isso não pode acontecer, se o senhor provedor acha que não tem soluções, ele que se demita e entregue à segurança social o problema”, conclui.
Depois de levantadas todas as questões sobre o encerramento ou não da creche e jardim de infância, Arsénio Pereira garante estar a fazer todos os esforços para manter aquela valência em funcionamento indicando algumas possíveis soluções para evitar o pior. “Uma das soluções poderia passar pelo aumento da mensalidade, mas ainda não obtivemos qualquer resposta da segurança social para reunir, outra hipótese poderá passar por dispensar algum pessoal, mas para isso é preciso ter algum dinheiro para indemnizar esses lesados. Vamos ter que esperar por algum apoio financeiro da parte das entidades oficiais. Há 4 anos que estou à frente da santa Casa e até agora nunca tive apoio extraordinário por parte da Segurança Social, mas sim alguns cortes. E da parte da câmara a mesma coisa, resta aguardar e ver o desfecho desta situação”.
Já Berta Nunes salienta ainda que o problema está no ministério, mas se não se consegue resolver a situação, “a solução poderá passar por entregar à segurança social para se poder colocar uma comissão de gestão para tentar resolver o problema que as más gestões provocaram”, sugere a autarca.

Terra Quente

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