Foi a primeira vez que Guilhermina Antunes, de 81 anos, pisou a passerelle e não se saiu nada mal. Minutos antes de começar o desfile, a idosa contou ao Notícias de Fátima que não aceitou logo à primeira o desafio. “É muito trabalho para pouco tempo”. Divertida e bem-disposta, a idosa não evidenciava sinais de nervosismo. “Não vale a pena o nervosismo. Vamos todos na santa alegria, a cantar a santa folia…”, brincou.
A passerelle não é novidade para Maria de Jesus, de 79 anos. Participou no desfile do ano passado. Este ano, foi novamente desafiada e acabou por aceitar. “É uma forma honesta de passar o tempo”, afirmou, acrescentando: “Estamos todos em família”.
Apesar de ser estreante nestas lides, Jorge Carreira considerou esta experiência “muito positiva”. E realçou o facto de alguns idosos desfilarem pela passerelle ao lado de crianças e jovens. Para Jorge Carreira, este facto trouxe ainda “mais alegria” aos idosos e deu a oportunidade aos mais novos de verificarem que os idosos também se divertem. Maria Almeida ou Maria do Zé do Paulo, como é mais conhecida, já não é nova nestas andanças. Participou no desfile do ano passado e não disfarçou a alegria de estar a repetir a experiência. “Voltámos à meia idade”, afirmou, bem disposta. Ensaiou apenas uma vez, mas estava tranquila. “Deixei o nervosismo em casa. Não sei como vai correr, vou atrás dos outros…”, afirmou a idosa, de 83 anos. E a avaliar pelos aplausos, podemos concluir que o desfile correu muito bem e encerrou com “chave de ouro”: com a actuação do grupo musical “Xutos e Bengaladas”. A título de curiosidade, referimos que este grupo é constituído por utentes da instituição.
Na hora dos discursos, a provedora Fernanda Rosa agradeceu a presença de todos e lembrou que esta instituição é uma casa com “muitos rostos” e quanto maior for o número de rostos, maior é a sua solidez.
“A Santa Casa não está alheia às dificuldades que o país está a atravessar”, admitiu, mas garantiu que “está a trabalhar no sentido de manter sólida a vida da instituição…” E salientou que “os tempos que se aproximam exigem muita criatividade, no sentido de encontrar respostas que sirvam mais e melhor a população…” Ao contrário daquilo que muitos pensam, Fernanda Rosa explicou que “a Santa Casa não sobrevive sem dinheiro. Às vezes, cria-se a ideia de que sendo uma Santa Casa tem de fazer misericórdia, mas fazer misericórdia não é prestar serviços gratuitos, é estar ao serviço de quem mais precisa”.
Fernanda Rosa anunciou ainda que a Santa Casa está a criar uma plataforma interactiva que irá permitir à população interagir com os utentes e conhecer as actividades e projectos da instituição, a partir de casa. Este projecto está a ser desenvolvido por um dos voluntários da instituição, Luís Cordeiro, e conta com o apoio da Trigénius.
Entre os participantes, estavam os presidentes da Câmara Municipal de Ourém, Assembleia Municipal e Junta de Freguesia de Fátima. Nas suas intervenções, todos salientaram o “trabalho exemplar” que a Santa Casa tem desenvolvido em prol da comunidade.
Notícias de Fátima
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