A Santa Casa da Misericórdia de Chaves levou a efeito o Seminário “IPSS’S… E Agora? Que Futuro?”. Uma iniciativa da equipa técnica do Plano DOM (Desafios, Oportunidades e Mudanças) que congregou mais de uma centena de pessoas oriundas de várias instituições da região e norte do país que se dedicam ao sector social.
A institucionalização de crianças e jovens em risco, o papel das instituições de solidariedade social, a sua sustentabilidade, capacidade de gestão e sobrevivência e as parcerias com outras entidades estiveram no centro da discussão.
“Criar um espaço de reflexão acerca da realidade com que diariamente nos confrontamos, os problemas sociais que afectam as populações e sobretudo a sustentabilidade destas instituições” foram as principais motivações, de acordo com o provedor da Misericórdia de Chaves, que lançaram a instituição neste desafio.
E foi a pensar “num futuro próximo para que esta Misericórdia possa ter outro tipo de sustentabilidade, que infelizmente neste momento não possui, que estiveram reunidos diversas entidades e uma série de técnicos” procurando soluções, apoios e novas cooperações, explicou João Paulo Abreu.
De salientar que a nova Mesa Administrativa da Misericórdia de Chaves, desde que tomou posse, em Setembro passado, tem vindo a “tomar medidas de reajustamento financeiro que passam também por um reajustamento do quadro de pessoal e contratação de uma série de serviços”, assegurou.
Encontrar plano de viabilização para a Misericórdia
O secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, que esteve presente na sessão de encerramento, reuniu previamente com os representantes do sindicato dos trabalhadores, estando presente o provedor da Misericórdia de Chaves, o presidente da autarquia local e representantes da Segurança Social, para tratar com “clareza e frontalidade” as dificuldades que afectam a Misericórdia de Chaves, designadamente os salários em atraso, afirmou Marco António Costa.
O membro do Governo assumiu o compromisso de ajudar a Misericórdia. “Nós temos a obrigação de ajudar”, frisou, mas “a ajuda tem de ter um enquadramento”, disse, adiantando que ficou agendada uma reunião para “encontrar um plano de viabilização que esta instituição precisa”, porque “se não houver sustentabilidade económica e financeira, as primeiras vítimas são os trabalhadores e obviamente as pessoas que beneficiam deste sector”, salientou.
Durante a intervenção na sessão de encerramento, Marco António Costa admitiu que o Governo está a preparar a criação de uma linha de crédito para IPSS “cumprindo e obrigando estas a uma linha de racionalização”, sendo que “o trabalho conjunto de parceria e cooperação, articulado e suportado num diálogo rigoroso e não com base em amadorismos entre Governo, autarquias, Segurança Social, instituições representativas das Misericórdias e outras instituições do sector social é fundamental”, rematou.
O presidente da Câmara de Chaves admitiu apoiar a Instituição “na racionalização de meios” e como parceira que é “contribuir para o apoio social” deixando claro que “a resolução do problema dos salários não passa pela autarquia”.
Um apoio suportado por Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) para quem este encontro “é positivo, podendo apontar caminhos de resolução para as dificuldades actuais da Misericórdia”.
Estiveram presentes, para além de técnicos e especialistas de diversas áreas no âmbito da acção social, os directores dos Centros Distritais de Segurança Social de Vila Real e Bragança.
O evento decorreu no salão de Congressos do Hotel Aquae Flaviae e contou com a colaboração da Câmara Municipal de Chaves.
Existência secular
A Santa Casa da Misericórdia de Chaves como Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos faz parte das 28 Misericórdias que servem o distrito de Vila Real e Bragança. A par das autarquias, as IPSS são as maiores entidades empregadoras dos concelhos.
Ao longo da sua secular existência criou respostas sociais na área da infância, juventude e terceira idade, capazes de assegurar o apoio social do concelho e região em que está inserida.
A Misericórdia de Chaves pretende dar continuidade aos seus objectivos de solidariedade social, no campo da assistência aos mais carenciados.
Sandra Gonçalves
@tual
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