terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Santa Casa da Misericórdia de Montijo

Santa Casa da Misericórdia de Montijo


A irmandade desavinda

Por José Bastos
Santa Casa da Misericórdia de Montijo<br>
A irmandade desavinda<br>
Por José Bastos


A ser verdade o que se diz por aí, foge à compreensão dos montijenses que se vá à banca pedir dinheiro emprestado, mesmo os menos entendidos nestas coisas sabem que existe uma grande diferença entre os juros que pagam pelos empréstimos e os que se recebem pelos depósitos.



O Diário da Região de 20 de Janeiro, Sexta- Feira, dia da distribuição gratuita no Montijo, trazia em manchete uma notícia da maior importância para ser discutida, através da comunicação social, por todos os montijenses: “ MAIORIA DEMITE-SE DA MISERICÓRDIA”.

A Santa Casa da Misericórdia de Montijo é uma instituição com muitos séculos de existência e tem um valioso património doado por beneméritos aldeanos e montijenses que muito tem contribuído para prestar os mais diversos serviços aos mais carenciados da nossa comunidade.

Todos devemos ter um grande respeito pela memória dos nossos antepassados que fizeram as doações e os dirigentes da instituição devem ser sempre munícipes considerados pela população montijense acima de toda a suspeita.

Sou sócio (irmão) da Misericórdia há muitos anos e no último acto eleitoral fui contactado por diversos sócios para apoiar uma das listas, não apoiei nenhuma por entender que nas duas listas existiam montijenses que defendiam bem os interesses da Misericórdia.

No princípio dos anos noventa, apoiei militantemente uma lista de Mário Miguel Rama, porque estava em jogo a venda de um terreno junto à circular em que a proposta mais alta a que só concorreram empresas de Montijo era de 7.000 contos. Anulado o concurso e feito outro, o terreno foi vendido por mais de 44.000 contos, a uma empresa de Setúbal representante da marca de automóveis Honda. Mário Miguel Rama era um homem honesto, competente, acima de toda a suspeita e muito estimado junto da população, por isso pus todo o meu empenho na sua eleição para provedor.

Mário Miguel Rama tinha acompanhado todo o processo de doação do importante património no valor de muitos milhões de euros, doado por Beatriz Cassus.

Porque é que apareceu outra lista naquele ano concorrer às eleições quando Miguel Rama tinha feito um trabalho altamente meritório no mandato anterior?

A benemérita doou todo o seu património à Misericórdia, com excepção de uma fazenda junto ao cemitério que ela julgava que tinha um arrendamento, mas no cadastro constava como propriedade plena.

Assim como o que estava em causa nos anos noventa do século passado era um terreno doado pela nossa conterrânea Beatriz Cassus, agora também o que motivou a existência de duas listas foi a venda de outro terreno doado pela Senhora, perto do Apeadeiro de Sarilhos por 2,4 milhões de euros, que parecem estar depositados num banco.

Diz-se por aí, não sei se com verdade que a actual Mesa da Misericórdia continua com do dinheiro depositado a prazo num banco e foi pedir um empréstimo de mais de um milhão de euros para a obra de alargamento do Lar.

A ser verdade o que se diz por aí, foge à compreensão dos montijenses que se vá à banca pedir dinheiro emprestado, mesmo os menos entendidos nestas coisas sabem que existe uma grande diferença entre os juros que pagam pelos empréstimos e os que se recebem pelos depósitos.

Isto é fácil de explicar. A Mesa da Misericórdia e o Conselho Fiscal têm obrigação de o fazer imediatamente. A ser verdade pode tratar-se de gestão ruinosa.

Quanto ao pedido da marcação de uma assembleia geral por 24 irmãos, concordo com ela se for para com serenidade e com respeito pela Misericórdia tratarmos de todas as dúvidas.

Os irmãos da Misericórdia estão em conflito permanente há muito tempo e este assunto só se resolve definitivamente com novas eleições. Aliás ao perder a maioria o Provedor já devia ter pedido a demissão ao presidente da assembleia geral.

Apareceram duas listas nas últimas eleições, porque havia muita gente no Montijo a contestar a actuação da Mesa da Misericórdia, agora da própria Mesa abandonam quatro elementos, por divergências com o Provedor. Acham que este conflito acaba sem que hajam novas eleições e seja eleito outro Provedor?

Se as questões em dúvida não fossem graves a vice-provedora Rosa Carrão, secretário Francisco Correia, tesoureiro António Ramos e o vogal Joaquim Baliza não tinham pedido a demissão.

José Bastos

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