quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Santa Casa da Misericórdia de Braga

Reparação vai custar um milhão de euros



Misericórdia de Braga reclama indemnização pela degradação do edifício do antigo hospital



01.02.2012 - 09:40
Por Samuel Silva

O Estado saiu do Hospital de S. Marcos em Junho
O Estado saiu do Hospital de S. Marcos em Junho (Luís Efigénio/NFactos)


O Estado saiu do Hospital de S. Marcos em Junho (Luís Efigénio/NFactos)

A Misericórdia de Braga vai reclamar à Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) uma indemnização pelo estado de degradação em que encontrou as instalações do antigo Hospital de S. Marcos, ao recuperar o imóvel. A instituição alega que a falta de manutenção causou prejuízos na ordem do milhão de euros no imóvel que estava arrendado ao Estado.

O palácio do Raio, do século XVIII, é o local mais degradado, de acordo com dois relatórios técnicos. A Misericórdia vai fazer chegar nos próximos dias à ARSN o pedido de compensação pelos danos encontrados no imóvel onde funcionou, até Maio, o Hospital de S. Marcos.

A informação foi confirmada ao PÚBLICO pelo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga, Bernardo Reis, que não quis, porém, alongar-se em comentários sobre a situação.

A reclamação da Misericórdia tem por base pareceres encomendados a duas equipas técnicas. Especialistas do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho e de um gabinete de engenharia privado fizeram nos últimos dias uma vistoria às instalações onde funcionava o Hospital de S. Marcos e reportaram vários problemas nas antigas instalações hospitalares.

A reparação destes danos custará cerca de um milhão de euros, de acordo com as duas peritagens.

Obra de estilo rococó, projectada pelo arquitecto André Soares, o palácio do Raio, onde esteve instalado o serviço de sangue do hospital, é o local onde a degradação é mais evidente, sendo visível, desde logo, na fachada, com azulejos caídos e portadas destruídas.

Os cinco edifícios onde funcionou o Hospital de S. Marcos estiveram arrendados pela ARSN à Misericórdia de Braga até Maio, altura em que a nova unidade hospitalar da cidade começou a funcionar. A Misericórdia reclama ainda o valor das rendas que deviam ter sido pagas entre Junho e Dezembro, alegando que o contrato celebrado com o Estado era anual.

Contactada pelo PÚBLICO, a ARSN referiu não ter recebido ainda o pedido de indemnização reclamado pela Santa Casa da Misericórdia de Braga. Fonte do organismo tutelado pelo Ministério da Saúde reserva uma reacção para o momento em que sejam conhecidos os argumentos apresentados pela Misericórdia.

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