Tarouca: Câmara abre guerra à santa casa
Andam as águas agitadas ali para os lados de Tarouca. Além do final de mandato do actual presidente da Câmara, que se avizinha, e ao qual não se poderá recandidatar, vão ter lugar eleições para a provedoria da Santa casa da Misericórdia.
As inscrições de irmãos de última hora prosseguem a bom ritmo, ao que nos dizem para tentar controlar esta importante instituição de benemerência, ligada à Igreja Católica.
Mas, para já, o que causa mais espanto é a tentativa de causar problemas ao funcionamento da Creche e Jardim Infantil da Santa Casa, a funcionar numa moderno edifício, com todas as condições e com a capacidade longe de se esgotar. Na verdade, o espaço tem capacidade para 66 crianças e neste momento apenas é frequentado por pouco mais de quarenta. Aquando da sua inauguração, esta Creche foi considerada uma das melhores do país.
Mas nem isso inibiu o presidente da Câmara de Tarouca de investir muitas dezenas de milhares de euros a recuperar um Jardim Infantil, há muito inactivo, para nele instalar uma outra Creche.
A nova instituição, dependente da Câmara, esteve vários meses sem funcionar, mas já com cerca de meia dúzia de funcionários, incluindo uma directora, mas sem crianças.
Desde há poucas semanas, umas três crianças começaram a frequentar a instituição da Câmara, ao que nos foi dito, para justificar a presença de tantos funcionários.
História recambolesca
Foi-nos dito por moradores de Tarouca, que a Creche da Câmara era para ser entregue aos Bombeiros. Mas a Segurança Social de Viseu informou que as associações de bombeiros não podiam ser proprietárias de IPSS. Por outro lado, a Câmara também não pode explorar por si uma Creche.
Não se sabe assim, em que condições está a funcionar este estabelecimento. Mas, pelo que apurámos as despesas correm completamente por conta da autarquia.
O que a algumas pessoas questionam é porque razão a Câmara se meteu a construir e a por em funcionamento esta Creche quando a da Santa Casa da Misericórdia está longe de esgotar a sua capacidade.
Remetemos um fax à Câmara questionando-a designadamente sobre as razões pelas quais a nova Creche não foi entregue aos Bombeiros, qual é a instituição responsável pela Creche, número de funcionários e de utentes, mas não recebemos resposta até ao fecho desta edição. O mesmo aconteceu sobre o pedido de informação quanto ao custo com as obras de remodelação do edifício e demais instalações nele integradas.
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