2012-01-04
Antigo provedor lamenta só se falar na dívida e esquecer-se o património
O ex-Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã, José Mesquita Nunes, diz que a instituição já passou por várias fases complicadas, afirma que esta não é a mais difícil e acredita que, tal como em outras ocasiões, a situação será ultrapassada.
Mesquita Nunes tem-se mantido em silêncio sobre os problemas e alterações vividas na Santa Casa e rejeita para já comentar as acusações que têm sido dirigidas à sua gestão. O antigo Provedor, que ocupou o cargo durante 41 anos, garante esclarecimentos, acompanhados da respectiva documentação “quando achar oportuno”. Para já Mesquita Nunes prefere manter a reserva, porque não quer “deitar achas para a fogueira” nem “perturbar ou contrariar qualquer solução que ali haja” e assim contribuir para “descredibilizar” a instituição.
De resto, Mesquita Nunes censura a discussão dos problemas da Santa Casa na praça pública, o que considera prejudicar a Misericórdia e contribuir para agravar o problema, por entender que “o crédito demora anos a ganhar, mas destrói-se rapidamente”.
O antigo provedor lamenta que sejam os próprios elementos da Mesa a denegrir a imagem da instituição e manifesta-se “preocupado pelo mal que tem vindo a ser feito”. “O pior que se pode fazer é introduzir no ambiente de trabalho preocupações”, destaca.
Antigo Provedor rejeita acusações de má gestão
O silêncio dos últimos meses é quebrado com parcas palavras, em declarações ao NC, após insistentes tentativas. O antigo responsável máximo pela Misericórdia da Covilhã, um dos sete fundadores da União das Misericórdias, nota que se trata de uma casa com quase 500 anos, “naturalmente sujeita a períodos bons e maus”.
“Eu próprio vivi períodos piores”, garante, dando como exemplo o pós-25 de Abril, quando diz que a instituição ficou sem nada e se foi construindo o património hoje existente, um caminho que acentua ter provocado situações difíceis de tesouraria. “Eles sabem lá o que é crise!”, refere.
Embora prefira não falar para já e remeta explicações para mais tarde, quando a situação estiver “estabilizada”, instado a comentar Mesquita Nunes rejeita as acusações de gestão danosa, alegando que sempre teve “a preocupação de fazer olhando para o futuro”, com critérios de qualidade. O antigo Provedor censura ainda que apenas se fale no passivo. “Só se fala no que se deve mas ninguém fala no património”, critica.
Notícia completa na edição em papel.
Ana Ribeiro Rodrigues
Notícias da Covilhã
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