domingo, 5 de fevereiro de 2012

Santa casa da Misericórdia do Fundão

EX-PROVEDOR ACUSADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
Ex-provedor da Santa casa da misericórdia do Fundão deverá ser julgado pelos crimes de peculato e falsificação de documentos. Para além de Manuel Antunes Correia, são ainda constituídos arguidos as três filhas do ex-provedor e dois dos genros, na altura dos factos: Mário Alçada e Rui Costa.
Em causa está a alegada apropriação indevida de dinheiro da misericórdia e da união das misericórdias portuguesas. Entre 2004 e 2007, Manuel Antunes Correia terá apresentado despesas em duplicado nas duas instituições, apresentando ainda despesas feitas com a viatura da misericórdia do Fundão como se se tivesse deslocado em viatura própria.
Segundo a acusação o ex-provedor, em comum acordo com os familiares, também arguidos neste processo, terá transferido verbas de uma conta da santa casa para as contas particulares tituladas pelas filhas e respectivos maridos. Para isso, Manuel Correia terá criado uma conta paralela ao circuito financeiro e contabilistico da instituição a partir da qual terão sido transferidos valores num montante global superior a 100 mil euros.
Os arguidos têm agora 20 dias para requerer a abertura da acusação e apresentar provas ao juiz de instrução que fará ou não o despacho de pronúncia. O mesmo período de tempo tem a santa casa da misericórdia para constituir um advogado e formular um pedido de indemnização cível como já confirmou à RCB o actual provedor da instituição, Jorge Gaspar “a santa casa não pode deixar de constituir um advogado no processo para representar os seus interesses e formular um pedido de indemnização por todos os prejuízos que se apuraram no processo”.
Segundo Jorge Gaspar a instituição deve ser ressarcida dos danos avultados que constam da acusação “são valores que passaram para as mãos de terceiros, sem que tivessem tido direito a eles, há aqui um desvio de dinheiro que se destinava à instituição e que alguns se apossaram indevidamente, é uma questão de justiça”.Apesar dos esforços da RCB, não foi possível até ao momento uma reacção do ex-provedor da misericórdia.
Quanto à denúncia apresentada por Jorge Colaço, capelão da santa casa da misericórdia, o ministério público decidiu pelo arquivamento das mesma. Em causa estaria uma renda que a esposa do então provedor receberia por uma casa arrendada à academia de música e dança quando a instituição tinha um andar próprio, despesas com refeições com familiares e facturas de viagens feitas por familiares.
Paula Brito
Paulo Pinheiro
[ 2012-02-01 12:14:17

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