terça-feira, 18 de maio de 2010

Santa Casa da Misericórdia de Barcelos

Barcelos: Modernização dos serviços e museu são apostas

Cávado
2010-05-17
Vera Batista Martins

A reorganização geral da Misericórdia, a modernização dos serviços, a criação de um museu e a implementação da Unidade de Cuidados Continuados são os projectos que a Santa Casa de Barcelos quer ver concretizados a curto prazo.
Numa altura em que assinala o seu 510.º aniversário, a Misericórdia traça um balanço dos últimos 30 anos de actividade, projectando o futuro nas áreas da solidariedade social e da sáude.

Ontem, foi inaugurada a nova secretaria-geral da Santa Casa, momento que sucedeu à sessão solene onde foram condecorados vinte funcionários com 25 e 20 anos de serviço, uma cerimónia que decorreu na Igreja da Misericórdia, em Barcelos.
Trata-se de um investimento emblemático para a Santa Casa porque revela a aposta “na modernização dos serviços”, disse aos jornalistas o provedor António Pedras.

O novo espaço dispõe de amplas salas com gabinetes próprios e espaços abertos para intercâmbio de informações entre os vários serviços.
“Com o sistema informático moderno e os 36 computadores ligados em rede estamos convencidos que as mudanças marcam um novo ciclo na vida da instituição”, destacou António Pedras, afirmando tratar-se de “uma obra importante no historial da Santa Casa”.
As instalações deixadas vagas pela secretaria-geral darão lugar ao Museu da Misericórdia, “uma aspiração muito antiga da mesa”, referiu

O museu acolherá “um acervo de bens muito valiosos de que a Misericórdia é detentora e que foram coleccionados ao longo de 510 anos. São peças da Idade Média que cobrem todo o percurso da Santa Casa e que foram já objecto de uma publicação por parte da União das Misericórdias Portuguesas”, explicou o provedor.

Dentro de dois anos, o Museu da Misericórdia de Barcelos deve abrir ao público, pretendendo, ainda, a instituição publi car um livro que dê a conhecer melhor os “tesouros”.
Neste mandato, “o que mais nos preocupa é a consolidação da grande obra feita”, considerou António Pedras, lembrando que a Misericórdia “cresceu imenso” nestes últimos 30 anos.

A profissionalização da gestão é também um dos objectivos da direcção da Santa Casa, que quer “ter um corpo de funcionários altamente qualificados”.
Na Quinta da Ordem, onde inicialmente se previa instalar a Unidade de Cuidados Continuados, deve nascer um novo lar de idosos e uma residência, sublinhou, na sua intervenção, o provedor.
“510 anos não se fazem todos os dias”, disse António Pedras, apelando aos jovens “para não deixarem morrer esta obra de beneficência que é tão grata aos barcelenses”.

Carta educativa

O provedor pediu, ainda, ao executivo liderado por Miguel Costa Gomes para “não ignorar” os estabelecimentos de ensino particular no que toca à carta
educativa concelhia.
Depois de reconhecer “o trabalho meritório e a dinâmica” da Misericórdia de Barcelos, o presidente da câmara reafirmou que “a carta educativa é baseada na Lei de Bases do Sistema Educativo e que se trata de “uma imposição” governamental.

Contudo, Miguel Costa Gomes prometeu “tudo fazer pelo interesse das crianças”, dando mérito às instituições que dirigem jardins-de-infância.
O autarca terminou a sua intervenção com o “desejo de continuidade da grande obra da Santa Casa”.
O representante do Secretariado da União das Misericórdias, Bernardo Reis, apelou “à união”, elogiando o “trabalho notável” das Santas Casas e das Instituições Particulares de Solidariedade Social que são “os motores da economia social”.

Correio do Minho

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