quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Santa Casa da Misericórdia de Chaves

Idosos e crianças partilharam contos, canções e objectos de ontem e hoje

Uma das actividades incluídas no projecto de animação sociocultural “Envelhecer com Vida” foi uma troca de ideias inter-geracional entre os idosos e as crianças da Santa Casa da Misericórdia de Chaves.

Tímida e envergonhada, Carolina, do jardim-de-infância Hugo e Vanessa, no bairro de Casas dos Montes, lá contou a história dos “Três Porquinhos” a uma plateia de idosos. Já sem papas na língua, uma utente sénior da Santa Casa da Misericórdia de Chaves replicou com o reportório popular e a história da “cabra montesa e do grilo da perna torta”. A troca de experiências entre as duas gerações foi uma das actividades mais comoventes incluídas no programa do projecto de animação sociocultural “Envelhecer com Vida”, que decorreu nos dias 24 e 25 de Novembro no Pavilhão Expoflávia.

Depois das histórias, miúdos e seniores partilharam objectos do quotidiano, mas usados em épocas diferentes. Enquanto as crianças apontaram para o ferro de engomar eléctrico que “a mãe usa”, a Dona Emília recordou como antes se aquecia o ferro nas brasas. Enquanto as crianças trouxeram um confortável “pouf”, um idoso contava que o seu assento junto à lareira era um pequeno banco de madeira. Enquanto as crianças deixavam à vista as meias de algodão, a Dona Maria lembrava que cosia ela própria as suas em lã. “Os meninos brincam com carros”, garantia um miúdo. Antigamente também, respondia um idoso da Santa Casa, mas eram de madeira. E até o Sr. João recordou os dois pares de socas de madeira que usava para a lavoura e aos domingos.

A troca estava a ser enriquecedora, mas as crianças mal podiam esperar para cantar as músicas que tinham preparado para os idosos. Em coro e com coreografia ensaiada, cantaram a “Música do Outono” e “Chuvinha”. Os mais velhos responderam com “Verde Limão” e “Ao passar a ribeirinha”. No final, ambas as gerações cantaram em conjunto uma música que nunca ganhou rugas:”A Laurindinha”.

Sandra Pereira


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