domingo, 3 de abril de 2011

Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento

Desde 2004 que a unidade realiza operações no âmbito do programa de combate às listas de espera
Hospital do Entroncamento endivida-se por atrasos do SNS no pagamento de cirurgias
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O Hospital da Misericórdia do Entroncamento realiza anualmente 1.200 cirurgias no âmbito do combate às listas de espera, mas o tempo que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) demora a pagar obriga a instituição a endividar-se na banca. De acordo com o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento, Manuel Fanha Vieira, desde 2004 que o Hospital São João Batista realiza cirurgias para o SNS, no âmbito do programa de combate às listas de espera.
Apesar de reconhecer a importância desta participação do Hospital São João Batista no combate às listas de espera para cirurgia, o provedor lamentou o atraso no pagamento das mesmas, o que “prejudica o andamento da tesouraria”. O SNS demora, em média, oito a nove meses a pagar as cirurgias realizadas nesta instituição, o que, segundo Manuel Fanha Vieira, obriga esta Misericórdia a contrair empréstimos bancários e a pagar juros por isso. “As dívidas prejudicam o andamento das contas, pois precisamos de pagar aos profissionais de saúde e aos fornecedores”, disse.
Apesar destes atrasos, Manuel Fanha Vieira diz que “nenhuma cirurgia é negada” e espera que o SNS cumpra mais cedo os seus compromissos, nomeadamente através dos 90 dias previstos na lei. O provedor garante que o Ministério da Saúde tem conhecimento da situação, nomeadamente através do presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos.
Manuel Lemos disse que, tirando o caso da Misericórdia do Entroncamento, não tem conhecimento de hospitais da UMP que estejam a passar por situação tão grave. Afirmou ainda que as Misericórdias têm capacidade para trabalhar ainda mais com o Ministério da Saúde, nomeadamente através do acordo assinado terça-feira e que coloca os 12 hospitais em “pé de igualdade” com os do SNS, entre eles o de Benavente.
Com este acordo, os utentes que optarem pelos hospitais das Santas Casas da Misericórdia “passam a pagar apenas as taxas moderadoras”, como sucede nos hospitais da rede do SNS, acrescentou uma fonte das Misericórdias. Segundo o Ministério da Saúde, estes acordos permitirão a realização de cerca de 15.000 cirurgias anuais e 100.000 consultas, das quais 40.000 são primeiras consultas de especialidade hospitalar.

O Mirante

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