sábado, 4 de junho de 2011

Santa Casa da Misericórdia de Almeirim

Intervenção de vice-presidente do município dá uma ajuda à continuidade da creche do Paço
Influência política no acordo entre a Segurança Social e a Misericórdia de Almeirim
foto
Em poucos dias a Segurança Social desbloqueou o financiamento para a creche receber 17 crianças após andar quase dois anos sem resolver a situação.

Em poucas semanas a Santa Casa da Misericórdia de Almeirim viu desbloqueadas as verbas da Segurança Social para o funcionamento da Creche do Paço de que estavam à espera desde 2009. Para isso contribuiu a intervenção do vice-presidente da câmara, Pedro Ribeiro (PS), que puxou das suas influências políticas e pressionou os responsáveis por esta área e o Centro Distrital da Segurança Social de Santarém, que até dispunha de verbas para o apoio à creche mas não tinha autorização superior para as utilizar.
A coordenadora geral da Misericórdia, Helena Duarte, confirma que houve um trabalho de bastidores e reconhece que Pedro Ribeiro ajudou a resolver a situação embora não tivesse havido um pedido formal da instituição nesse sentido. “Ele caminhou connosco”, admite. A creche estava em risco de fechar por falta de apoios da Segurança Social e por acumular prejuízos desde que abriu em Setembro de 2009, no edifício da antiga sede do União de Almeirim.
O acordo foi assinado do dia 25 de Maio e abrange 17 crianças pelas quais a Segurança Social vai pagar uma parte das despesas com efeitos retroactivos a Março deste ano. Neste caso os pais pagarão uma mensalidade consoante os seus rendimentos declarados em sede de IRS. A creche tem actualmente 33 crianças. Para o próximo ano lectivo, explicou Helena Duarte, a creche vai abrir 16 vagas extra-acordo para além das 17 acordadas, mas garante que a instituição vai ter em conta a situação económica actual e que vai ser “criada uma mensalidade fixa” mais em conta.
No inicio do mês de Maio, quando O MIRANTE noticiou que a Misericórdia de Almeirim colocava a hipótese de encerrar a creche, Helena Duarte admitia que a solução mais viável era a creche ficar a funcionar em moldes idênticos às privadas, estando a instituição disponível para praticar um valor abaixo do custo médio. Até porque estava em causa o emprego de 12 pessoas que caso a valência encerrasse teriam que ir para o desemprego. Desde que abriu a creche que a instituição foi esperando que a Segurança Social assinasse o acordo de financiamento como faz com as várias instituições de solidariedade, mas como o dinheiro nunca chegou acumulou um prejuízo de 200 mil euros.
O custo médio por utente na creche da instituição é de cerca de 300 euros, mas havia vários utentes a pagar prestações mínimas de cerca de 35 euros mensais, e outros pouco mais, na perspectiva de que a Segurança Social desbloqueasse a situação. Na selecção das crianças para a creche do Paço no próximo ano lectivo vai ser dada prioridade aos filhos dos funcionários, a famílias que já tenham crianças na instituição, que tem outra creche e jardim-de-infância, e depois a escolha vai ser feita pela data de inscrição.

O Mirante

Sem comentários: