sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Santa Casa da Misericórdia de Penafiel

PJ investiga Misericórdia de Penafiel
Provedor desmente acusações e diz que situação foi suscitada devido ao acto eleitoral

Fernando Gonçalves, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel desmentiu, em declarações ao TVS, existirem quaisquer indícios de irregularidade e gestão danosa que envolvam a sua administração, conforme avançou o JN, na edição do último domingo.

Segundo este órgão de comunicação, a Segurança Social terá requerido ao Ministério Público de Penafiel, após inspecção realizada à instituição, a destituição dos corpos gerentes da Santa Casa e a nomeação de um gestor judicial. O requerimento da Segurança Social deu entrada nos serviços do Ministério Público de Penafiel e data de meados de Fevereiro deste ano. Na origem desta situação estarão pagamentos a um empreiteiro e a alienação de património, ainda por explicar. A inspecção da Segurança Social realizada aponta, ainda, indícios de gestão danosa. Em causa estão "o pagamento de cerca de 280 mil euros a uma empresa de construção civil a quem foram adjudicadas obras no antigo hospital da Santa Casa e um contrato com uma empresa, a quem foi arrendado espaço para funcionar uma clínica de hemodiálise, que foi inaugurada, mas nunca funcionou".

Para Fernando Gonçalves esta situação terá sido suscitada por estar a decorrer um acto eleitoral cujo escrutínio se irá realizar esta sexta-feira. "Estou de consciência tranquila. Toda esta situação está sanada. Muitas das queixas partem de denúncias anónimas e sem qualquer consistência", adiantou. Fernando Gonçalves revelou, ainda, que já prestou os devidos esclarecimentos aos responsáveis pela investigação e lembrou que tem um longo historial à frente da instituição. "Sou o único Provedor com curso no nosso país e que ao longo destes 25 anos deixou obra feita e um vasto património".

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Candidatos remetem caso para instâncias competentes


Contactados pelo TVS, tanto o candidato da lista A, Júlio Mesquita, como o candidato da lista B, Agostinho Gonçalves, remeteram esta situação para as entidades responsáveis. "Não tenho quaisquer comentários a fazer. Segundo sei, o caso foi entregue ao Ministério Público, que tomará as diligências que achar necessárias. O actual Provedor já admitiu que foi chamado pelo Ministério para prestar declarações. Só sei o que li na notícia. Nada mais e como tal não gostaria de me alongar sobre este assunto. Desconheço se as denúncias têm quaisquer fundamentos. Teremos de esperar que o Ministério Público conclua as investigações. Para já, o caso encontra-se em segredo de justiça", adiantou Júlio Mesquita que reiterou os propósitos de fazer uma gestão moderna, transparente e rigorosa caso seja eleito esta sexta-feira. "Se formos eleitos queremos promover uma gestão rigorosa. " Todos conhecem o meu trabalho e a gestão que tenho feito enquanto presidente dos Bombeiros Voluntários de Penafiel. Posso gabar-me da instituição ter as suas contas em dia. Espero ter a oportunidade de na Santa Casa poder colocar estes princípios em marcha".

O candidato rejeitou, ainda, a suspensão das eleições conforme foi também anunciado pelo JN. "Não vejo por que razão as eleições têm de ser suspensas. Nem por quem. Estatutariamente as eleições têm de se realizar até ao dia 30. Como é público o escrutínio vai decorrer esta sexta-feira. Só uma decisão do Tribunal poderia suspender o acto. Não podemos misturar as coisas. Uma coisa é a investigação que está a decorrer, a outra o acto eleitoral", revelou.

Já Agostinho Gonçalves, irmão do actual provedor da Santa Casa, preferiu não fazer quaisquer comentários sobre esta situação. "Não gostaria de fazer qualquer comentário sobre o assunto. Nem tenho de responder. Pronunciar-se-á quem tiver de se pronunciar", salientou.

Quanto à suspensão do acto eleitoral assegurou: "Não vejo porque razão se haveria de suspender o acto eleitoral".

O processo encontra-se sob segredo de Justiça

TVS

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