sábado, 8 de janeiro de 2011

Santa Casa da Misericórdia de Penafiel

Novos órgãos sociais da Misericórdia de Penafiel tomaram posse
Miguel Ângelo

O Salão Polivalente da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel foi o palco, onde decorreu na passada terça-feira, a cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da instituição (Mesa Administrativa, Assembleia Geral e Definitório), numa cerimónia que contou com a presença do presidente da Câmara de Penafiel, Alberto Santos, o ex-provedor da Santa Casa, Fernando Gonçalves, o candidato derrotado, Agostinho Gonçalves, funcionárias e demais irmãos. Júlio Mesquita, recém empossado presidente da Mesa Administativa tomou posse como provedor, juntamente com os restantes membros.

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Auditoria às contas


Aos jornalistas, Júlio Mesquita prometeu avançar com uma "rigorosa" auditoria às contas da Santa Casa, já no mês de Janeiro, sendo esta uma das primeiras medidas que deverá ser implementada pela sua equipa. "Iremos já contactar algumas empresas externas no sentido de proceder a uma auditoria. Não pretendemos com esta medida fomentar qualquer acto persecutório, nem pretendemos colocar em causa a honorabilidade dos antigos responsáveis pela gestão da Santa Casa. Queremos ter um conhecimento mais cabal da actual situação económica e financeira da instituição e para isso nada melhor do que fazer uma radiografia. Queremos, ainda, saber o que é que foi feito, conhecer melhor determinados dossiers e como foram implementados certos procedimentos", adiantou.

O novo provedor assegurou, ainda, que irá fomentar a melhoria da qualidade de vida dos utentes, implementar as obras no Hospital, a clínica de hemodiálise e futuramente promover um centro de atendimento temporário para crianças. "Esta medida não será executada já uma vez que necessitamos de apoios e firmar protocolos. Vamo-nos inteirar da situação dos lares, rentabilizar o hospital, os cuidados continuados integrados ", sustentou ainda.

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Solidariedade e apoio aos mais carenciados


João Barros, recém eleito presidente da Assembleia Geral, destacou o trabalho realizado pela instituição em prol da comunidade e dos mais carenciados e os 500 anos que a instituição comemorou no ano transacto. Na sua intervenção aludiu às dificuldades financeiras que afectam o país e consequentemente a Santa Casa assim como a necessidade de cimentar laços de solidariedade. "Num tempo anunciado de crise económica, mas que sabemos ser também de crise social, ganha um significado especial a palavra solidariedade, sentimento que melhor respeita a dignidade humana. Esta começa quando não se espera nada em troca, é horizontal, é o respeito pelo outro é o elemento que representa a nobreza do carácter humano, onde predomina o verbo dar aliado a substantivos como respeito e atenção, sem compromisso com o materialismo exacerbado que nos consome", adiantou.

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Combate à pobreza


João Barros assumiu, ainda, o combate à pobreza como sendo uma das grandes prioridades da instituição, considerando que a crise económica torna ainda mais premente este imperativo. "Todos os órgãos sociais da Santa Casa rejeitam, estou certo disso, o ter na pobreza uma indústria do poder. Sei e alerto que tal postura enfrentará vários obstáculos porque provindos de quem se quer colocar em bicos de pés. Estou aqui porque acredito na solidariedade, acredito neste equipa porque assenta na convergência de vontades. Pretendemos criar condições dignas que permitam a sobrevivência com dignidade do ser humano. Isto não se resolve com medidas ou atitudes simplistas ou avulso, mas, antes, através da convergência e meios e vontades, da capacidade criativa e do espírito solidário. É nesta perspectiva que nos alcandoramos a servir a instituição e por missão desta os carenciados na prestação social, caritativa com enfoque nas idades extremas da vida", sustentou.

Centralizar o papel da Santa Casa

A actual situação socioeconómica levou aquele responsável a confessar a necessidade de se evidenciar o papel fulcral de instituições como a Misericórdia, centralizar o seu papel e reforçar as parcerias público privadas como pré-requisito da estabilidade económica e social em áreas como a infância e a terceira idade.

Segundo este médico a combinação do agravamento das necessidades com a insuficiência estrutural e a alocação de rendimentos vai implicar ajustes graduais de forma imperiosa e urgente, mas com determinação, sob pena de colocar em causa o processo de retoma. "Tenho a certeza do empenho e da capacidade dos órgãos sociais que tudo farão para engrandecer esta instituição e promover o tão desejado apoio aos mais carenciados. A razão desta minha certeza assenta em três pilares: as personalidades que integram os órgãos sociais, competência para os cargos e o profissionalismo dos seus colaboradores", garantiu.

A equipa de Júlio Mesquita conta com nomes como o de Rodrigo Lopes, ex-vereador da Educação do PSD na Câmara de Penafiel; Sousa Pinto, vereador do PS, Almiro Mateus, médico e apoiante da Coligação PSD/CDS-PP; António do Fundo, filho do ex-presidente da Câmara de Penafiel Justino do Fundo e João Barros.

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