terça-feira, 13 de abril de 2010

Santa Casa da Misericórdia da Mealhada

Santa Casa da Misericórdia da Mealhada - Serviço Nacional de Saúde assina protocolo com a União das Misericórdias

Utentes do Hospital da Mealhada vão pagar, apenas, a taxa moderadora

Abrangidos pelo Serviço Nacional de Saúde, as instituições de saúde das Misericórdias vão passar a ter as mesmas regalias que os hospitais públicos, uma vez que os utentes apenas vão pagar as taxas moderadoras. O protocolo de cooperação foi assinado, no passado sábado, entre o Ministério da Saúde e a União da Misericórdias Portuguesas. A notícia foi tornada pública, na manhã de domingo, 28 de Março, coincidindo com a reunião de assembleia-geral da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada que, num encontro “cheio” de irmãos, foi acolhida com muita satisfação. No final, João Peres, provedor da instituição, ao Jornal da Mealhada, declarou: “Depois de este acordo entrar, efectivamente, em vigor, vamos reequacionar abrir o serviço de Urgências vinte e quatro horas por dia”.

Hospital vai assinar acordo com a ADSE e poderá ter que ser alargado

“Depois de este protocolo ter sido assinado, os responsáveis têm sessenta dias para estudar os preços que nos irão pagar pelas diversas cirurgias, exames, consultas e cirurgias”, explicou João Peres, que ainda acrescentou: “Agora só falta a Administração Regional de Saúde do Centro nos chamar e dizer em que é que precisa de nós. Vamos reunir com o doutor João Pimentel por causa disso e, obviamente, que não nos passa pela cabeça que não precisem de nós”.
Recordando que têm acordos com praticamente todas as seguradoras, estando a caminho mais duas, o provedor da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada garantiu: “Temos para assinar um acordo com a ADSE”.
Se as previsões previstas para os próximos anos se mantiveram, “dentro de pouco tempo vamos ter que pensar em alargar a capacidade do hospital e os terrenos da parte de trás são a alternativa. Abordei este assunto com o presidente da Câmara da Mealhada que nos garantiu apenas estar há espera que o Plano Director Municipal – PDM – seja aprovado”.”Aquilo é Reserva Agrícola, mas julgo que a Câmara e a Misericórdia podem já começar a tentar negociar com o proprietário”, acrescentou.
João Peres vai mais longe e garante que “é altura de se pensar no apoio domiciliário à população na área da saúde. Temos que evoluir nesta área porque temos condições para isso. Temos uma unidade móvel, adquirida há cinco anos, que está parada”.
Em termos sociais, João Peres disse ainda: “Presentemente, e devido ao hospital, a Misericórdia da Mealhada é a maior empregadora que temos no concelho da Mealhada. No ano passado, criámos postos de trabalho e gerámos riqueza”, e continuou: “Em boa hora, fomos forçados a mudar o director clínico do Hospital da Mealhada. Aloísio Leão é profissional, experiente e tem muita vocação para estar nesta instituição social”.

Inscrições para primeiro ciclo do Ensino Básico já estão abertas

Também na área da Infância, a Misericórdia da Mealhada tinha guardada uma novidade para esta assembleia. “Vamos abrir o primeiro ano do Ensino Básico no ano lectivo 2010/2011 e para isso apenas precisamos de alunos. Assim queiram os pais”, disse João Peres. “Neste momento, temos a valência da Infância super lotada e, se não conseguirmos acordos, também vamos ter que limitar a entrada de novas crianças. Sem acordos, não há participação do Estado”.
“A nossa valência de Infância está com uma crise de crescimento e estamos preocupados com isso”, disse João Pega, responsável pela Infância na instituição, que acrescentou: “O primeiro ciclo será privado e as inscrições têm início na próxima segunda-feira. Ao inicio estaremos numa sala pequena, mas depois iremos crescer”.

“É cada vez mais difícil a entrada nos lares”, garantiu João Peres

É na área dos Idosos, que o provedor da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada tem mais reservas, “uma vez que cada vez mais é difícil a entrada nos lares”. “Recentemente, a Segurança Social determinou máximos, isto é, valores fixos. Desta forma, os ricos não podem dar mais do que aquilo que está previsto e os pobres não têm dinheiro para pagar a instituição”, explicou João Peres, que ainda garantiu: “Vejo a nossa missão de solidariedade social um pouco comprometida”.

“O Mercado da Mealhada, mesmo com más condições, dá lucro”, afirmou provedor

Já em relação ao Mercado Municipal, João Peres declarou ter tido uma reunião com Carlos Cabral, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, há cerca de duas semanas. “É-nos insustentável reformular aquela estrutura, que é propriedade da Misericórdia. Julgo que a autarquia tem que ajudar da forma que entender”, declarou João Peres, que ainda garantiu: “O nosso Mercado é forte e tem muita importância para a economia local”.
Lembramos os nossos leitores, que tanto a autarquia como a Misericórdia da Mealhada fizeram uma avaliação ao espaço, há já uns meses, mas os resultados concluídos, a nível monetário, foram muito díspares. “Achamos que o valor dado pela Câmara é muito baixo, mas, neste momento, já estamos por tudo e quanto mais depressa a situação for resolvida, melhor. Podemos até continuar com a exploração e a gestão do Mercado, até porque é de ressalvar o facto de o Mercado da Mealhada, e mesmo com más condições, dar lucro”.

Ano de 2009 ultrapassou expectativas da instituição

Já no ponto da apreciação, discussão e votação do relatório e contas referentes ao ano de 2009, João Peres começou por dizer: “O ano de 2009 ultrapassou todas as nossas expectativas que estavam previstas. Isto significa que, quer os nossos resultados financeiros, quer os sociais foram muito bons”.
“No ano de 2008, devíamos aos nossos fornecedores cerca de novecentos mil euros e os nossos clientes deviam-nos cerca de seiscentos. No ano de 2009, devíamos um milhão de euros, mas os nossos clientes devem-nos um milhão e trezentos mil euros. Conseguimos inverter a situação”, declarou João Peres.
Bruno Peres, elemento da mesa da assembleia-geral, também afirmou: “Ao longo dos últimos seis anos verificámos uma profunda alteração na nossa instituição. Com a abertura do hospital, nos anos de 2007 e 2008, tivemos valores muito negativos, uma vez que o investimento foi muito forte e não conseguíamos equilibrar as contas. Felizmente, agora conseguimos atingir bons resultados e vamos chegar a uma altura em que esta entidade vai gerar riqueza”.
“A nível de números financeiros relativos ao Hospital, tivemos um aumento de todas as áreas, principalmente, na fisioterapia e na imagiologia, onde houve um aumento significativo. Nas cirurgias particulares tivemos o dobro do aumento”, declarou Sónia Coleta, gestora do Hospital da Mealhada, que ainda garantiu: “Vamos continuar a trabalhar para que estes números subam ainda mais”.

João Peres disponibiliza-se para continuar no cargo de provedor

Antes de a assembleia terminar, João Peres afirmou: “Se a minha equipa quiser e a assembleia aceitar, eu estou disposto a continuar a liderar esta equipa”. A notícia foi recebida com agrado e Jacinto Silva, presidente da mesa da assembleia-geral, declarou: “Sou da opinião que na equipa que joga bem não se deve mexer” No final, o irmão Orlando Semedo fez um apelo: “No futuro, quando tivermos mais folgados, não nos podemos esquecer de alguns funcionários, que foram praticamente todos, que têm e devem ser recompensados pelos esforços que fizeram”. “Também espero que haja aumento nos salários dos funcionários, porque todos têm necessidades”, acrescentou Jacinto Silva.

Mónica Sofia Lopes


Data Publicação: 2010-04-07
Autor: JM

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