terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Santa Casa da Misericórdia de Barcelos


  • Barcelos: Corpos Sociais da Santa Casa tomaram posse
    2012-01-10
     

    autor Redacção

    Os corpos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, para o triénio de 2012-2014, tomaram posse, na passada sexta-feira, numa cerimónia antecedida por uma Missa solene, presidida por sua Excia Rev. D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga, e como acompanhamento do Coral Magistroi.

    Após a eucaristia, realizou-se o juramento dos Corpos Sociais e o auto de posse na Igreja da Misericórdia, a que se seguiram várias intervenções.

    O Presidente da Assembleia Geral, Dr. José Nogueira de Brito, antes de “considerar empossado nos seus cargos os Irmãos que para eles foram nomeados na Assembleia Geral de 4 de Dezembro de 2011” prestou uma homenagem pública ao Dr. Vasco de Faria, que serviu exemplarmente como presidente da Assembleia Geral e ao Sr. Engenheiro Mário Azevedo, que foi Provedor durante vários mandatos e cuja obra por todos é reconhecida.

    O Sr. Provedor, Dr. António Pedras, traçou, “em linhas muito gerais, o programa que norteará a ação da Mesa Administrativa na gestão dos destinos desta Misericórdia”. Assim, apresentou como principais objetivos da Mesa: “regresso em força à área da saúde, através da construção e exploração de uma UCCI e da retoma do hospital; Desenvolvimento de projetos solidários para combater situações de grave carência de famílias barcelenses; Requalificação dos lares mais antigos; e Projetos culturais de envergadura”.

    No que diz respeito à área da saúde, o Sr. Provedor, depois de realçar os enormes benefícios que, para Barcelos, trará uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados, afirmou que: “concluída que está a fase de concurso público para seleção da empresa que executará a obra, iremos proceder em breve à adjudicação da mesma, logo que obtenhamos da ARS Norte ou do próprio Ministério da Saúde resposta aos esclarecimentos que vamos solicitar relacionados com a situação das finanças públicas do país”.

    No que diz respeito à devolução do hospital, disse estar persuadido de que, “se nas negociações previstas para o 1.º trimestre do corrente ano, entre representantes da UMP e do Ministério da Saúde, forem dadas às Misericórdias condições de estabilidade e sustentabilidade, suportadas em protocolos e acordos de cooperação hospitalar válidos por períodos de tempo duradouros, a SCMB estará em condições de aceitar de volta o seu hospital, tanto mais quanto se sente capaz de inovar na área da saúde em práticas de gestão de serviços, aplicando aí a sua vasta experiência, acumulada ao longo de séculos, e os conhecimentos que, mais recentemente, vem adquirindo no campo específico da fisioterapia e da hemodiálise e em todas as valências da área social.

    Determinantemente no sector de tecnologias de informação e comunicação, estará a SCMB em condições de promover a economia digital e aplicar os seus saberes à área da telemedicina, por forma a atender às consequências do progressivo envelhecimento da população”.

    No que concerne aos projetos solidários, o Sr. Provedor destacou “para o corrente ano, a abertura de um refeitório social. Em articulação com este projeto e com idêntico sentido, propomo-nos agasalhar quem mais precisa, promovendo a distribuição e/ou troca de vestuário, calçado ou outros acessórios usados, através de infraestruturas desta Santa Casa.

    Cremos que estes projetos podem e devem ser desenvolvidos em conjunto com outros que o Estado ou o Município de Barcelos venham a desenvolver no âmbito mais alargado do anunciado Plano de Emergência Social (PES)”.

    Relativamente à requalificação dos lares, as atenções virar-se-ão, em particular, para o Lar da Misericórdia que disse ser “o equipamento que mais desatualizado se mostra em relação ao cumprimento das condições impostas pela legislação em vigor”.

    O futuro museu, a estátua de S. Nuno de Santa Maria, a publicação do livro do Dr. Almeida Ferraz e o trabalho de investigação com vista à publicação da história da Misericórdia são os projetos culturais a que deu maior importância.

    O Provedor concluiu que “Vamos precisar do apoio dos cidadãos e das instituições barcelenses, dos nossos benfeitores e de todos os irmãos que connosco queiram trabalhar mais de perto, mas especialmente dos nossos funcionários, cujo zelo e dedicação, é justo sublinhá-lo, têm sido inexcedíveis e do nosso recém-formado corpo de voluntariado, cuja ajuda tem sido preciosa”.

    Interveio, depois, o Vice-Presidente da Câmara, Domingos Pereira, distinguindo o importante papel desempenhado, na atualidade, pelas Misericórdias e IPSS’s. Reconheceu que o “Estado não tem capacidade para acudir a todos os problemas” e que a economia social “emprega milhares de pessoas e chega onde o Estado não consegue”.

    Ficou a promessa de que a Câmara vai continuar a desenvolver programas de cooperação com a Santa Casa e que têm resultado, concluindo que “só assim poderemos ser úteis a quem mais precisa”.

    A finalizar o período de intervenções, o Sr. Dr. Manuel Lemos, presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, após reforçar a ideia de que o país atravessa um momento muito difícil, como não tem paralelo desde 1974, afirmou: “As Misericórdias são chamadas a desempenhar um papel particularmente difícil porque nos últimos 30 anos/ 15 anos as Misericórdias cresceram muito e o Estado Português, no Estado Social, foi confiando sucessivamente às misericórdias e IPSS’s um conjunto de responsabilidades sociais.

    Constatamos agora que o Estado não está muito vocacionado, o que nos toca a nós a dificílima tarefa de fazer muito mais com muito menos. Não só temos que manter a sustentabilidade das nossas instituições, como também acolher um número muito maior de pessoas que vêm ter connosco. Isto obriga-nos a ser particularmente rigorosos na gestão, a ser inventivos e de saber que o Estado dificilmente, nos próximos anos, poderá voltar aos níveis de apoio que nos deu nos últimos anos. Não é razão para desistirmos.

    Estou certo que se trabalharmos em conjunto e se o estado perceber uma vez por todas Estado que fazemos parte da solução e não do problema nós conseguiremos ajudar os portugueses a superar esta crise. Isto é tão verdade no setor social como no setor da saúde”, concluiu.
    Seguiu-se o encerramento da exposição de trabalhos de conceção da Estátua a S. Nuno de Santa Maria.


    *** Nota do Departamento de Comunicação da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos ***
    Correio do Minho

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