sábado, 7 de janeiro de 2012

Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira

Santa Casa nasceu ainda a cidade não era concelho

Os 90 anos da Santa Casa da Misericórdia foram assinalados com uma homenagem aos mais antigos funcionários e utentes da instituição e a vários beneméritos
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“Tudo nasceu do sonho quase impossível de um homem que acreditava ter um papel importante a desempenhar na defesa dos doentes e dos mais carenciados da nossa terra. O homem sonhou, criou alguns meios financeiros, os seus conterrâneos acreditaram e a obra nasceu.” Assim o explicou o atual provedor da Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira (SCMSJM), José António Pais Vieira. O provedor apontou a SCMSJM como a “primeira prestadora de serviços sociais à comunidade” e traçou um “grato reconhecimento” aos colaboradores da instituição. José António Pais Vieira dirigiu-se aos funcionários e beneméritos, disse que continuavam a ser “grandes exemplos e contributos” e deixou um “profundo, sincero e eterno agradecimento”.
Em representação da União das Misericórdias, o secretário executivo enalteceu a manutenção da identidade e do objeto da formação destas instituições. Seguiu-se a intervenção do presidente da câmara que enalteceu as “pessoas inteligentes e as instituições com memória”. Castro Almeida lembrou algumas das pessoas mais importantes na vida da instituição como os provedores Pais Vieira (pai do atual) e Alberto Pacheco, Sidónio Pardal, José Duarte da Silva. O presidente da câmara lembrou-os como “pessoas de bem, de honra, de palavra e exemplos a serem apontados aos sanjoanenses e aos demais”. Castro Almeida apontou para os “profissionais destacados” e o profissionalismo dos técnicos como a “chave do sucesso” da instituição e enalteceu o “pioneirismo” da casa. “Esta mania de ir à frente”, disse, nota-se até no facto de S. João da Madeira ter sido a primeira freguesia do distrito a ter misericórdia, ainda antes, até, de ser concelho. Castro Almeida pediu a palavra para falar em nome dos sanjoanenses ao expressar “respeito, consideração e imensa gratidão”.
Foram homenageados os colaboradores com mais de 25 anos de casa, bem como os utentes mais antigos de todas as valências residenciais da SCMSJM. Foi também assinalada uma homenagem póstuma à benfeitora Maria Ramos Souto. Honras também para o irmão Fausto Martins Brandão.
Durante a cerimónia solene que teve lugar no passado dia 8, foi descerrado o quadro do antigo provedor Alberto Pacheco que agora figura no salão nobre da santa casa. Foi também assinalada na creche/ludoteca a doação por parte da autarquia dos terrenos da cidade à instituição, na figura do presidente da câmara.
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Homenagem a Alberto Pacheco e Castro Almeida
O provedor da santa casa sublinhou o “relacionamento amistoso e de boa colaboração” com a autarquia, garantindo que o atual presidente “dá continuidade” a uma linhagem de excelência. O retrato a óleo, pintado por Dagoberto Silva, que homenageia Castro Almeida pode agora ser visto na creche da Santa Casa.
Do homem que o antecedeu, o provedor quis salientar a “lisura” e as décadas de trabalho voluntário. A homenagem a Alberto Pacheco ficou a dever-se aos quase sete anos de mandato de “trabalho profícuo e cheio de realizações” como Pais Vieira notou. O secretário da união das misericórdias entregou a Alberto Pacheco um diploma de mérito e dedicação. Da santa casa de Vale de Cambra, de onde Pacheco é original, chegou uma salva de prata. Visivelmente emocionado, o antigo provedor disse não se considerar merecedor de figurar ao lado dos beneméritos da instituição no salão nobre da mesma. Contudo, Alberto Pacheco, disse também “não esconder alguma vaidade” relativamente à homenagem recebida. A homenagem ao anterior provedor fica expressa na nova denominação Creche Alberto Manuel de Aguiar Pacheco, na antiga ludoteca, em Fundo de Vila.
Por: Liliana Guimarães
labor.pt

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