sexta-feira, 29 de maio de 2009

Santa Casa da Misericórdia de Valpaços

Segurança Social vai investigar Misericórdia
2009-05-22
MARGARIDA LUZIO
O Instituto da Segurança Social vai investigar a Misericórdia de Valpaços por denúncias de trabalhos pesados realizados por alguns utentes em propriedades da instituição, publicadas pelo "Jornal de Notícias".
O departamento de fiscalização do Instituto da Segurança Social (ISS) abriu um processo de averiguações à Misericórdia de Valpaços. A deligência foi desencadeada pela notícia do JN sobre o facto de alguns utentes estarem a executar trabalhos, árduos, para a instituição. Ao que foi possível apurar, os inspectores do ISS deverão visitar a Misericórdia a qualquer momento.
A participação ao departamento de fiscalização do ISS foi feita pelo Centro Regional de Segurança Social de Vila Real após a publicação da notícia, no passado dia 24 de Abril. "A matéria já chegou e vai ser averiguada", confirmou, ao JN, fonte do departamento de fiscalização do ISS. A confirmar-se, a Misericórdia deverá ser obrigada a "corrigir" a situação.
A notícia em causa dava conta do facto de quatro homens, com idades compreendidas entre os 40 e os 52 anos, executarem, com regularidade diária e há vários anos, trabalho para a Santa Casa. Dois utentes, de 40 e 52 anos, trabalham, sobretudo, na quinta que a Misericórdia possui em Valverde, onde fazem todo o tipo de trabalho, desde cavar vinhas ao cultivo de todo o tipo de hortícolas. Outros dois utentes estariam a trabalhar no bar e na barbearia. Ao que foi possível apurar, após a publicação da notícia, só terão deixado de trabalhar os utentes que estavam no bar e na barbearia. Os outros dois continuaram a ir diariamente para a quinta.
Na altura, o provedor da Misericórdia, Eugénio Morais, apesar da dureza de algumas tarefas, falou em "entretenimento". "Não obrigamos ninguém, eles é que querem. Se não trabalham, não se sentem realizados. É isso. Não escravizamos ninguém", considerou.
"Os utentes não devem trabalhar para as instituições e não o fazem. As mulheres podem fazer bordados, os homens outro tipo de coisas para se entreter ou se sentirem mais ágeis, mas de forma voluntária e sempre como actividade considerada ocupacional", defendeu, em "abstracto", por sua vez, o coordenador do Centro Distrital de Segurança Social de Vila Real, Rui Santos, que acabou por enviar uma cópia da notícia para a fiscalização do ISS.
JN

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