domingo, 31 de maio de 2009

Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento

Nova Unidade de Cuidados Continuados em 2010

O Entroncamento vai ter, ao que tudo indica, uma nova Unidade de Cuidados Continuados a funcionar já em 2010, sob a responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento. Jaime Ramos anunciou nesta cerimónia que o município já cedeu o terreno e que o projecto foi desenvolvido, aguardando-se o lançamento do concurso. “A obra será iniciada tão breve quanto possível”, afiançou a O MIRANTE.
A nova unidade é composta por quatro pisos e vai ter uma lotação para 20 camas de convalescença, 20 camas para média duração e 30 camas para longa duração. A abertura desta nova unidade de saúde prevê a criação de 30 postos de trabalho. O edifício vai ser construído num terreno com cerca de 4.500 m2 na Quinta do Bonito, na zona norte da cidade, em terrenos onde se localizou uma unidade fabril. O investimento global é de 3 milhões e 300 mil euros, com a comparticipação de 750 mil euros do Estado no âmbito do Programa Modelar lançado pelo Ministério da Saúde. Apesar de ainda não ter sido iniciada, a autarquia prevê que a obra esteja concluída até ao final deste ano.
O Mirante

Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento

Valência foi inaugurada pelo primeiro-ministro numa visita relâmpago que fez à cidade Novo lar no Entroncamento dá resposta a duzentos idosos

Pouco mais de um ano decorrido desde o início da obra, foi inaugurado no sábado, 2 de Maio, o novo Lar da Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento que se apresenta com uma resposta para cerca de 200 idosos: 60 em regime de residência, 50 em Centro de Dia e 80 em apoio domiciliário. Estas duas últimas vertentes encontram-se ainda com dezenas de vagas por preencher, existindo igualmente algumas oportunidades para internamento. O equipamento foi inaugurado pelo primeiro-ministro, José Sócrates, e foi considerado pelo secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, como a “primeira grande obra” do Programa PARES a ficar concluída, sendo a mesma representativa de uma “nova geração de lares para idosos”.
A valência, um edifício amplo que ocupa uma área total de 9.133 metros quadrados, localiza-se na rua Maria Serrana, na zona norte da cidade, junto à estrada da Barroca. O espaço envolvente contempla uma vasta área ajardinada com bancos para descanso. O outro Lar da Terceira Idade da Misericórdia, a quem foi dado o nome de Fernando Eiró Gomes, vai continuar a funcionar na cidade. Os utentes vão ser transferidos para as novas instalações a partir de 11 de Maio.
O novo lar custou cerca de 2,5 milhões de euros. Foi comparticipado em 1,2 milhões pela administração central e com 800 mil euros pela Misericórdia através de recurso a crédito bancário. A Câmara Municipal do Entroncamento contribuiu com a cedência do terreno e apoio técnico. A valência vai permitir a criação de cerca de duas dezenas de postos de trabalho e, segundo o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento, Manuel Fanha Vieira, “trata-se de um equipamento de construção de muito boa qualidade, com salas amplas e quartos confortáveis”, acrescentando que a cozinha está preparada para fornecer até 600 refeições por dia.
A presença de José Sócrates, denunciada pelo aparato mediático montado à porta da instituição, constituiu uma surpresa para muitos dos presentes dado que o convite enviado às redacções anunciava que a valência ia ser inaugurada pela secretária de Estado adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz.
O presidente da Câmara do Entroncamento, Jaime Ramos (PSD), reportou-se à inauguração do novo lar como “um sonho tornado realidade”. O autarca frisou a estreita colaboração que tem existido entre a autarquia e a Santa Casa da Misericórdia com vista a permitir a criação de melhores condições para a população idosa do concelho, razão pela qual a autarquia cedeu o terreno. Jaime Ramos terminou a sua intervenção homenageando o provedor Manuel Fanha Vieira “cuja visão e sentido empreendedor tornaram esta obra possível”. A cerimónia terminou, já sem José Sócrates e a sua comitiva, com um almoço convívio no interior das instalações, que agregou centenas de convidados.
O Mirante

Santa Casa da Misericórdia de Fátima-Ourém


Santa Casa lança serviço de apoio permanente
A Santa Casa da Misericórdia de Fátima-Ourém apresentou publicamente o serviço de apoio permanente, destinado sobretudo aos idosos que vivem sozinhos.
O serviço consiste na colocação de um dispositivo que permite ao utente, em sua casa, aceder directamente a uma central accionando para isso apenas um botão de uma pulseira. O operador da central de assistência tem acesso imediato a todos aos dados da pessoa em questão, nomeadamente em termos de saúde, e faz uma espécie de triagem, podendo, se necessário, enviar o INEM ou os bombeiros para o local.
Fernanda Rosa, provedora da instituição, realçou que este serviço “é de grande utilidade para a população de Fátima, porque há muitas pessoas que escolhem Fátima para passar muitos dias do ano ou viver os seus últimos dias. “Isso acarreta factores de risco e por vezes provoca situações dramáticas”, disse a provedora, esclarecendo que o objectivo deste projecto “é evitar que essas situações possam acontecer”.
Por enquanto, o serviço está em fase experimental, contemplando cinco idosos residentes na freguesia, mas a Santa Casa quer pô-lo à disposição de todas as pessoas do concelho, independentemente de serem ou não utentes da instituição. O serviço tem um custo mensal de 15 euros. Mas “a pessoa não pagará se tiver numa situação de total isolamento e não tiver possibilidade de pagar a mensalidade”, assegurou Fernanda Rosa. A instalação do serviço também é gratuita. E a sua instalação é muito simples – a única exigência é ter uma linha telefónica fixa. O serviço pode não ser permanente. É possível recorrer a este serviço apenas durante as férias dos familiares do idoso, por exemplo.
Este projecto conta com o apoio da Câmara Municipal de Ourém e da Junta de Freguesia de Fátima. A cerimónia de apresentação contou com a presença dos presidentes das duas entidades. Para Vítor Frazão, actual presidente da Câmara e antigo provedor da Santa Casa, este projecto merece todo o apoio da autarquia, já que “a solidão é das coisas que mais atormenta a sociedade”. Também o presidente da Junta de Freguesia de Fátima encarou este projecto “com muito carinho e sensibilidade”, porque “nunca é de mais pensar nos mais necessitados”.
A presidente da Assembleia Municipal que também esteve presente na sessão e felicitou a Santa Casa por “mais uma vez pensar nos mais desfavorecidos”. Deixou ainda uma palavra de reconhecimento a todos os voluntários desta instituição.
Fernanda Frazão2009-05-29

Notícias de Fátima

Santa Casa de Misericórdia de Ílhavo


Ribau Esteves volta a visitar comunidade ilhavense nos EUA

Ribau Esteves partiu, ontem, para os Estados Unidos da América, onde estará em visita oficial até segunda-feira
Mais uma viagem a convite da comunidade ilhavense radicada na cidade de Newark e arredores, que decidiu voltar a organizar mais uma acção de angariação de fundos, desta vez a favor da obra do Hospital de Cuidados Continuados da Santa Casa de Misericórdia de Ílhavo (SCMI). A iniciativa, a ter lugar no domingo, no Restaurante Ibéria, denomina-se “Grande Pic-nic”, contando já com a inscrição de “algumas centenas de pessoas”, tal como consta em comunicado da autarquia.
Entretanto, Ribau Esteves encontra-se de visita à cidade de New Bedford, onde presidirá a um jantar oficial com a comunidade ilhavense, bem como inaugurará a nova sede da Associação Humanitária “Os Amigos de Ílhavo”.
Fernando Maria Duarte, provedor da SCMI, acompanha o autarca nesta viagem.
Diário de Aveiro

Santa Casa da Misericórdia de Sabrosa

Ministro da Presidência inaugura nova creche em Sabrosa
O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, inaugura na próxima segunda, dia 1 de Junho, pelas 12 horas, a nova creche da Santa Casa da Misericórdia de Sabrosa, comparticipada no âmbito do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES).
O novo equipamento situa-se no terreno anexo ao Lar de Idosos e à Unidade de Cuidados Continuado, também da responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Sabrosa.

Notícias de Vila Real

Santa Casa da Misericórdia do Porto


Cavalos, hortas e tiro ao arco no Parque da Prelada
Ontem
CARLA SOFIA LUZ
Os 16 hectares da Prelada, que acolheram campistas até 2006, poderão converter-se num parque urbano lúdico-desportivo que recuperará a memória da quinta do século XVIII.É essa a proposta da arquitecta Marta Cudell e do ateliê Menos É Mais.
Finalista no concurso de ideias lançado pela Santa Casa da Misericórdia do Porto, a equipa, composta também pela Quaternaire que delineou os modelos de gestão do espaço, concebeu um parque com valências distintas ao de Serralves e ao Parque da Cidade, procurando integrar um conjunto de equipamentos recreativos, desportivos (formais e informais) e voltados para a educação ambiental. O conceito assenta numa filosofia ambientalmente sustentável com destaque para o recurso a energias renováveis.
Os 16 hectares são organizados de acordo com os futuros usos e sem esquecer o passado. Embora esteja num estado de degradação acentuada, a maioria da vegetação (inclui plátanos, carvalhos, sobreiros e pinheiros) e a alameda de tílias que liga a entrada principal pela Rua de Monte dos Burgos ao torreão serão mantidas. Alguns edifícios dos anos 60 serão readaptados a novas funções. A proposta prevê a reabilitação de alguns imóveis para instalar um restaurante e um salão de chá, próximo do torreão, uma loja de produtos biológicos e uma sala de eventos (como festas para crianças). Aponta-se para a demolição dos restantes edifícios e a construção de novos equipamentos nas clareiras existentes no parque.
Uma das marcas distintivas do projecto do ateliê Menos É Mais e da arquitecta paisagista Marta Cudell é a adopção da "metáfora formal" do círculo. Os novos espaços são circulares e transparentes, embora espelhem a natureza na envolvente. "Recorremos a essa metáfora do círculo, porque está sempre presente no desenho dos jardins dos séculos XVIII e XIX", esclarece a arquitecta Cristina Guedes, do ateliê Menos É Mais, sublinhando a ligação à outra margem da quinta (onde fica a casa senhorial e o Hospital da Prelada) rasgada pela VCI.
No eixo do torreão que se estende até à VCI, está projectado um jardim formal de buxos e hortas pedagógicas complementadas por uma estufa de plantas exóticas, uma pequena vacaria e um centro hípico. Será possível passear a cavalo no parque. A Norte da alameda de tílias surgem os equipamentos desportivos: os três courts de ténis, o campo de tiro ao arco, o ginásio e os dois polivalentes para a prática de futebol e de basquetebol.
A Sul da alameda, os arquitectos desenham um parque infantil e um mini-golfe com jogos de água e pequenas máquinas movidas pela força da água. Os utentes poderão mergulhar numa piscina ecológica (a filtragem da água é garantida por plantas aquáticas). Não muito longe, ficará um lago orgânico com cais de embarque para pequenos barcos. O centro do parque urbano é tomado por uma plataforma circular pronta para receber os protagonistas de diferentes espectáculos. O túnel, existente por baixo da VCI, será reabilitado para aproximar as duas margens da quinta.
A ambição da equipa projectista é que o espaço verde multifuncional seja apelativo para públicos variados, podendo articular-se com as unidades de reabilitação do Hospital da Prelada. Caberá à Misericórdia do Porto escolher a proposta vencedora. Após a primeira avaliação, foram seleccionados dois finalistas: a solução do Sport Club do Porto e o projecto do ateliê Menos É Mais, da arquitecta paisagista Marta Cudell e da Quaternaire. Como noticiou, ontem, o JN, o vice-provedor António Tavares encara com bons olhos a eventual fusão dos dois conceitos. O vencedor será conhecido no final do Verão.
JN

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Santa Casa da Misericórdia de Alcantarilha

17 Maio 2009 - 00h30
Algarve: Contas da Misericórdia de Alcantarilha investigadas
Uísque em facturas de lar e infantárioUísque, licores, conhaque, vodka, gin, vinho do Porto e cerveja. São alguns dos produtos que constam da facturação da Santa Casa da Misericórdia de Alcantarilha (Silves), cuja antiga direcção está a ser investigada por suspeitas de corrupção. Um ex-funcionário está ainda sob suspeita por apropriação dos bens de uma idosa, entretanto falecida.
Estes dados constam de um relatório de auditoria efectuada à instituição, que gere um lar de idosos, um jardim infantil e um ATL, nos anos de 2005 e 2006. Foram estas e outras irregularidades graves que levantaram suspeitas à Segurança Social e que, após uma denúncia de familiares de uma idosa, levaram à abertura de uma investigação por parte da Polícia Judiciária (PJ) de Portimão.
O relatório, a que o CM teve acesso, foi elaborado por um oficial de contas de Albufeira, por deliberação do Conselho Fiscal da instituição. Alerta para a "aquisição de bens alimentares que podem não se enquadrar nas necessidades e consumo habitual da instituição".
Uma funcionária contou ao CM, sob anonimato, que "uma grande parte das compras ia para casa da antiga provedora" e era "tudo pago com o mesmo dinheiro". A auditoria detectou ainda compras de material de escritório e escolar de "valor elevado" e com "diversas inconsistências" a uma papelaria de Faro. As facturas eram passadas à mão e foram detectadas diferenças no registo oficial de vendas acima de 20 mil euros num ano.
Mas, segundo apurou o CM junto de fonte da PJ, há coisas mais graves. Há suspeitas de apropriação e venda de propriedades de idosos, cujo dinheiro possa ter ido parar a uma espécie de ‘saco azul’.
Segundo uma funcionária, além da reforma, "cada idoso tinha de pagar no mínimo 5 mil euros para entrar no lar e muitos desses pagamentos não entraram nas contas".
O CM tentou contactar a antiga provedora e a advogada do ex-funcionário mas sem sucesso.
PORMENORES
60 MIL EUROS E CASA
Gabriela Alves, sobrinha de uma idosa já falecida, diz que "desapareceram 60 mil euros e tentaram apropriar-se de uma casa".
VISITAS CONTINUAM
A antiga provedora continua a frequentar o lar para visitar o fundador.
CM

Santa Casa da Misericórdia de Valpaços

Segurança Social vai investigar Misericórdia
2009-05-22
MARGARIDA LUZIO
O Instituto da Segurança Social vai investigar a Misericórdia de Valpaços por denúncias de trabalhos pesados realizados por alguns utentes em propriedades da instituição, publicadas pelo "Jornal de Notícias".
O departamento de fiscalização do Instituto da Segurança Social (ISS) abriu um processo de averiguações à Misericórdia de Valpaços. A deligência foi desencadeada pela notícia do JN sobre o facto de alguns utentes estarem a executar trabalhos, árduos, para a instituição. Ao que foi possível apurar, os inspectores do ISS deverão visitar a Misericórdia a qualquer momento.
A participação ao departamento de fiscalização do ISS foi feita pelo Centro Regional de Segurança Social de Vila Real após a publicação da notícia, no passado dia 24 de Abril. "A matéria já chegou e vai ser averiguada", confirmou, ao JN, fonte do departamento de fiscalização do ISS. A confirmar-se, a Misericórdia deverá ser obrigada a "corrigir" a situação.
A notícia em causa dava conta do facto de quatro homens, com idades compreendidas entre os 40 e os 52 anos, executarem, com regularidade diária e há vários anos, trabalho para a Santa Casa. Dois utentes, de 40 e 52 anos, trabalham, sobretudo, na quinta que a Misericórdia possui em Valverde, onde fazem todo o tipo de trabalho, desde cavar vinhas ao cultivo de todo o tipo de hortícolas. Outros dois utentes estariam a trabalhar no bar e na barbearia. Ao que foi possível apurar, após a publicação da notícia, só terão deixado de trabalhar os utentes que estavam no bar e na barbearia. Os outros dois continuaram a ir diariamente para a quinta.
Na altura, o provedor da Misericórdia, Eugénio Morais, apesar da dureza de algumas tarefas, falou em "entretenimento". "Não obrigamos ninguém, eles é que querem. Se não trabalham, não se sentem realizados. É isso. Não escravizamos ninguém", considerou.
"Os utentes não devem trabalhar para as instituições e não o fazem. As mulheres podem fazer bordados, os homens outro tipo de coisas para se entreter ou se sentirem mais ágeis, mas de forma voluntária e sempre como actividade considerada ocupacional", defendeu, em "abstracto", por sua vez, o coordenador do Centro Distrital de Segurança Social de Vila Real, Rui Santos, que acabou por enviar uma cópia da notícia para a fiscalização do ISS.
JN

Santa Casa da Misericórdia – Obra da Figueira

Maria Cavaco Silva inaugurou creche e jardim de infância da Misericórdia – Obra da Figueira
Atenta, interessada e comunicativa, a Primeira-dama visitou, esta quarta-feira, as instalações da Misericórdia – Obra da Figueira, onde falou com todos: idosos e crianças, responsáveis e funcionários. “Logo à noite tenho lá em casa alguém que vai querer saber tudo”, explicou, em tom de brincadeira. “Eu é que agradeço”, disse a Primeira-Dama a quantos a aplaudiram na inauguração do Edifício António Biscaia, onde estão já em funcionamento a creche e o jardim-de-infância com que a instituição Misericórdia – Obra da Figueira, nas palavras do seu Provedor, Joaquim de Sousa, “estende a sua acção à infância”. A obra, que integra o plano de expansão da instituição, custou um milhão de eu¬ros, tendo o Estado comparticipado com cerca de 300 mil euros. O complexo, constituído por creche, jardim-de¬-infância e ATL, agradou à Primeira-Dama, que percorreu as salas coloridas e animadas pelas crianças. Casas “com alma” “É sempre muito bom encontrar pessoas tão empenhadas, e projectos tão válidos”, sintetizou Maria Cavaco Silva, naquela que foi a sua terceira visita à instituição, mas a primeira na qualidade de Primeira-Dama. Antes de, com o filho do homenageado no nome do novo edifício, o advogado Luís Melo Biscaia, inaugurar o novo edifício, a Primeira-dama visitou as “casas onde se vive com alma”, o Lar de Sto. António (Terceira Idade) e o Lar Costa Ramos (Juventude), demorando-se ainda na passagem pela Igreja de Santo António, cuja beleza e bom estado de conservação fez questão de realçar. Mas foi junto dos mais pequeninos que a Primeira-Dama mais se revelou. Recebida com um ramo de rosas por um casal de crianças, Pedro e Inês, Maria Cavaco Silva não se fez rogada: leu um trecho de um conto infantil, apreciou os trabalhos que decoram as paredes e até ajudou nas fichas que alguns dos pequeninos se atarefavam a completar. Nos discursos oficiais, mais do que o protocolo, imperou o interesse mútuo. Joaquim de Sousa e o Presidente da Autarquia Figueirense, Duarte Silva, agradeceram-lhe a disponibilidade e testemunharam-lhe o apreço por ver o novo edifício inaugurado por alguém que se vem destacando por “uma postura de valores de solidariedade e dedicação à família”, com que a própria Misericórdia – Obra da Figueira se identifica. Por sua vez, a Primeira-Dama afirmou o seu prazer em estar ali, e repetiu, por diversas vezes, que os aplausos eram devidos a quem construiu a obra, a quem a tornou possível (ver caixa) e a quem lhe deu nome. Primeira-Dama preocupada com deficientes e pais O Provedor da Misericórdia – Obra da Figueira aproveitou a pre¬sença de Maria Cavaco Silva para recordar que a candidatura para a construção de um lar residencial para deficientes foi chumbado por duas vezes, com a vice-provedora, Virgínia Pinto, a esclarecer os motivos: custos ultrapassados na primeira tentativa e, corrigidos estes, foi invocada a prioridade aos equipamentos para a infância para recusar a candidatura. A Primeira-dama recebeu em mão um cd com os dados do projecto, e demonstrou-se particularmente sensível à questão, referindo “o desespero dos pais” que não sabem como ficarão os seus filhos, que necessitam de cuidados especiais, quando morrerem. Maria Cavaco Silva expressou o seu desejo de que o projecto, há poucos dias recandidatado, seja agora viabilizado. Generosidade e exemplo Lídia Abegão Magalhães e Maria Manuela Taxares Rodrigues. A primeira deixou uma herança generosa à Misericórdia – Obra da Figueira, e a segunda, que esteve presente e emocionada na inauguração, abdicou da sua parte da herança para aumentar o legado entregue à instituição. A ambas, frisou Joaquim de Sousa, se fica a dever o Edifício António Biscaia que, fruto também do empenho da vice-provedora Virgínia Pinto, ajuda agora a formar cerca de 75 crianças, nas valências de creche e jardim-de-infância. Quanto ao patrono da creche, António da Silva Biscaia, foi um nome “consensual”. António Biscaia (1892-1970) dedicou 47 anos a apoiar crianças e idosos, como dirigente da então Obra da Figueira, que mais tarde se fundiria com a Misericórdia. Na cerimónia de inauguração do equipamento esteve o filho, Melo Biscaia, que enalteceu, emocionado, o legado humanista do pai, agradecendo a homenagem.
Andreia Gouveia
O Figueirense

Santa Casa da Misericórdia

Pernes já tem novo posto de saúde
As novas instalações do Centro de Saúde de Pernes foram inauguradas no sábado dia 23 num dia de festa em que se assinalou também os 422 anos da Santa Casa da Misericórdia e em que foi inaugurado o Edifício Social e de Saúde, para onde foi transferido a Unidade de Saúde Familiar do Alviela. Maria dos Anjos Patusco, provedora da Santa Casa e presidente da Fundação Comendador Gonçalves Pereira, lembrou que esta obra foi feita exclusivamente com capitais próprios da Fundação, sobretudo provenientes das rendas do legado de património edificado que a fundação detém em Lisboa. A provedora não quis, para já, adiantar quanto custou a obra, até porque diz estar ainda a acertar facturas, mas foi dizendo que foi uma obra construída “a muito custo”.
A renda da unidade de saúde familiar vai custar à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo qualquer coisa como 1100 euros por mês, pouco mais do que os cerca de 900 euros que já pagava nas antigas instalações, que não tinham metade do espaço nem metade das condições que agora existem neste novo espaço. “Esta é a nossa forma de contribuir também para o bem-estar das populações. Faz parte do nosso papel enquanto Misericórdia”, frisou Maria dos Anjos. Saiba mais sobre este assunto na próxima edição impressa do Jornal O Ribatejo.

Santa Casa da Misericórdia de Pernes

Misericórdia de Pernes celebra aniversário com inauguração polémica

As comemorações do 422º aniversário da Santa Casa da Misericórdia de Pernes ficaram marcadas pela inauguração do Edifício Social e de Saúde, que resultou da remodelação de um antigo jardim-de-infância situado na zona alta da vila. No imóvel encontra-se já a funcionar há cerca de dois meses a Unidade de Saúde Familiar (USF) do Alviela, cujo raio de acção abrange também as freguesias vizinhas. O processo foi moroso e envolveu alguma polémica entre a Misericórdia e a Junta de Freguesia de Pernes.
Nas cerimónias de sábado não esteve presente o presidente da Junta de Pernes, José Viegas, que não foi convidado. Os autarcas da freguesia foram representados pelo presidente da assembleia de freguesia. “O presidente da junta de freguesia foi a pessoa que mais problemas criou. Esteve o senhor presidente da assembleia de freguesia que esteve sempre connosco”, justificou a provedora aos jornalistas, no final da sessão.
No seu discurso, a provedora da Misericórdia de Pernes não esqueceu essas quezílias. “Não foi uma caminhada fácil. Muitos obstáculos foram colocados no caminho, desde invasão de terrenos da Santa Casa ao corte de acessos. Enquanto alguns criticavam e pensavam em soluções desastrosas, nós fizemos as obras”, declarou Maria dos Anjos Patusco perante cerca de uma centena de convidados que enfrentaram a chuva que se fez sentir.
Uma indirecta ao presidente da junta José Viegas e aqueles que defenderam a instalação provisória da USF em contentores até que estejam construídas as novas instalações, no Largo do Rossio. Recorde-se que a unidade de saúde funcionava noutras instalações da Misericórdia que não reuniam as condições ideais e que a instituição reclamou para poder alargar a sua resposta no lar de grandes dependentes. O contrato de arrendamento terminou em Fevereiro passado.
Presidente da junta não comenta
O presidente da Junta de Freguesia de Pernes recusou-se a comentar a ausência de convite para o aniversário da Santa Casa da Misericórdia local. “As atitudes ficam com que as pratica. O nosso espírito é de união e não de divisão e de colocar pessoas contra pessoas, por isso não vou alimentar polémicas”, disse ao nosso jornal
O Mirante

Santa Casa da Misericórdia Fátima-Ourém


OURÉM
Misericórdia lança tele-assistência para idosos
26 05 2009 12.08H
A Santa Casa da Misericórdia Fátima-Ourém está a lançar um serviço de tele-assistência para apoiar os idosos do concelho em situação de isolamento, disse hoje à Agência Lusa a provedora da instituição, Fernanda Rosa.
Destak/Lusa destak@destak.pt
O projecto consiste na colocação de uma pulseira no pulso do idoso ou de um colar no pescoço, dotados com um botão, enquanto na casa do utente é instalado um equipamento com intercomunicador que exige uma linha telefónica fixa.
Ao ser pressionado o botão, é feita a ligação a uma central de assistência da empresa Helpphone, parceira no projecto, explicou Fernanda Rosa, adiantando que os operadores afectos a esta central fazem uma primeira triagem da situação.
Dependendo do problema, o passo seguinte passa por accionar bombeiros, forças de segurança, técnicos da Santa Casa, familiares ou vizinhos.
“A experiência da Helpphone revela que 80 por cento dos contactos que são feitos é para os idosos, que se sentem sozinhos, conversarem”, disse a responsável, acrescentando que o serviço de apoio permanente pode ainda ser usado para recordar aos utentes a toma de medicação.
Sublinhando que esta iniciativa funciona como uma “bengala psicológica”, a provedora da Misericórdia Fátima-Ourém acredita que as “pessoas sentem-se mais seguras e mais tranquilas”.
“Este apoio dá resposta ao nível da saúde e da segurança, além de combater a solidão”, realçou ainda Fernanda Rosa, acrescentando que o serviço se destina a pessoas que vivam sozinhas ou que se encontrem temporariamente sem apoio social ou familiar.
Neste momento, o projecto está numa fase experimental, contemplando cinco idosos residentes na freguesia de Fátima, mas, até ao final do ano, a Misericórdia quer alargar o serviço até, pelo menos, 25 pessoas.
“Temos capacidade de resposta para chegar a todo o concelho”, afirmou a provedora, adiantando que o serviço tem um custo de 15 euros mensais. Mas, "ninguém deixa de o ter se não puder pagar”, assegurou.
São ainda entidades parceiras deste apoio permanente a Junta de Freguesia de Fátima e a Câmara Municipal de Ourém.
A Santa Casa da Misericórida Fátima-Ourém tem 31 idosos na valência de lar, 30 no centro de convívio e 24 a receberem apoio domiciliário.
Acompanha ainda 10 utentes no Gabinete de Apoio ao Familiar e ao Doente de Alzheimer.

Destak

Santa Casa da Misericórdia de Penafiel

Penafiel
Misericórdia “voltou” ao século XVII
Largas centenas de pessoas, vestidas a rigor e com indumentárias da época fizeram a recriação histórica da Misericórdia de Penafiel no século XVII.
Nuno Falcão, responsável pelo Museu de Arte Sacra da Misericórdia, recordou que o objectivo desta iniciativa era retratar de forma lúdica e trazer para o conhecimento actual o modo como vivia a Santa Casa no séc. XVII. "Este é o século a partir do qual temos informações seguras sobre o modo de vida da instituição. Por esse motivo escolhemos este século e fizemos uma recriação de alguns dos momentos que mais marcaram a vida da Santa Casa, nomeadamente, o funeral do Irmão. Uma das obrigações das Misericórdias e das Irmandades era acompanhar na morte os confrades e os irmãos", salientou. Todo o espaço envolvente à Misericórdia foi aproveitado para realizar uma típica feira do século XVII, palco importante de troca de produtos, espaço de comunicação e encontro das pessoas.

Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira

“Se nos sentarmos à espera que outros venham trazer dinheiro, não se faz nada”
Manuel Pais Vieira Júnior é dos poucos sanjoanenses que assistiu à emancipação do concelho, em 1926. Nasceu e cresceu num tempo de “bairrismo doentio” que forçava os homens à acção. Teve tarefas primordiais na construção do hospital, do estádio de futebol e de grande parte das valências da Misericórdia. É nome de rua desde o passado 16 de Maio, mas garante que é mais uma homenagem que não procurou. “Tudo foi feito com vontade de prestar serviço”, afirma. “Entendia que, tomando conta daquele encargo, tinha de dar conta do recado”. E deu.
Se há vidas que mereciam um livro, a de Pais Vieira é uma delas, embora esse registo já esteja a modos que feito. Nos dois volumes dos “Subsídios para a História da Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira” que escreveu e publicou em 2000, não é só o percurso da instituição que conta. É também o da cidade e o seu próprio, já que dedicou 45 anos dos 96 que tem a esta casa.
Por ocasião da atribuição do seu nome a uma rua da cidade, o labor foi ao encontro de Manuel Pais Vieira Júnior na casa de repouso com o seu nome, onde reside há cerca de três anos e onde ainda é tratado como provedor. Durante duas horas, lá foi desfiando alguns capítulos da sua vida com a satisfação de quem cumpriu uma missão. “Dei conta do recado”, repete, vezes sem conta, quando recorda um ou outro episódio.
Manuel Pais Vieira Júnior é um daqueles homens cuja história se confunde com a da cidade. Provedor da Santa Casa da Misericórdia durante 36 anos, industrial de relevo e autarca, é um dos últimos sanjoanenses vivos que assistiu à emancipação do concelho, em 1926, à chegada da luz eléctrica à vila, mas, ainda antes disso, à conquista da Taça La Salette, o troféu futebolístico que havia de atiçar o bairrismo dos sanjoanenses até à independência administrativa. “Ainda é a mais bonita taça que está na sede da Associação Desportiva Sanjoanense”, diz, emocionado.
A vitória de 5-0 sobre Oliveira de Azeméis, na altura sede do concelho, haveria de ser cantada durante os anos que se seguiram em versos e canções. Pais Vieira tinha nove anos à época. “Vivíamos um ambiente de bairrismo bastante inveterado, quase doentio”, lembra. “Para reconhecer uma assinatura - qualquer coisa -, tínhamos de ir a Oliveira de Azeméis. Éramos obrigados a ir lá para tudo e para nada. E aqui é que estava a grande indústria! De forma que, com este bairrismo todo, formei a minha personalidade ao gosto daquela época”.
Nascido e criado naquele ambiente, Pais Vieira passaria 11 anos no Brasil, antes de se dedicar com mais afinco aos assuntos da terra. Durante os anos em que foi vereador na câmara municipal foi também membro da comissão de obras que construiu o Estádio Conde Dias Garcia. Manuel Luís Leite Júnior, que presidia à comissão, foi entretanto para Lisboa e Pais Vieira ficou “com a criança nos braços”. “Levei a coisa a sério e com os demais membros da comissão fizemos a obra que lá está”, recorda. “Isto em 1947. Ainda hoje está como está. As novas direcções arrelvaram o campo, mas a estrutura é a mesma”, conta, orgulhoso. “Dei conta do recado”, conclui.
De chapéu estendido
Divergências com Renato Araújo, à época presidente de câmara, acabaram por provocar a saída de Pais Vieira do executivo. Terá sido por essa altura que foi convidado a integrar a mesa da Santa Casa da Misericórdia, onde passou 45 anos, 36 dos quais como provedor.
Aos seus mandatos estarão para sempre ligados os anos áureos do hospital de S. João da Madeira. Em três anos, o edifício estava concluído, apetrechado e a funcionar. Mais tarde, ainda antes do 25 de Abril de 1974, o provedor consegue a licença para a sua ampliação, cuja primeira fase concluiu, elevando para 110 o número de camas disponíveis naquela unidade. Até à altura, tinha apenas 66. “Tudo isso foi feito com vontade de prestar serviço”, garante Pais Vieira. “O meu julgador era a minha consciência e eu entendia que, tomando conta daquele lugar, tinha de dar conta do recado”. Para cumprir a sua missão, o ex-provedor teve mesmo que “cruzar” o seu nome e o de outros, mas “tudo se fez e tudo se pagou, sem hipotecas”. “Em 1967/68, não devíamos nada a ninguém”, garante.
“Até que veio o 25 de Abril e destruiu tudo”, lamenta. Hoje, Pais Vieira, que andou no passado de chapéu estendido a angariar dinheiro para a valorização do hospital, olha para o equipamento com tristeza. “Está quase inválido. Sinto brutalmente”, desabafa.
Depois da revolução, os irmãos da Santa Casa revalidaram o mandato de Pais Vieira como provedor da instituição. Foi nessa altura que este pôs mãos à obra para a construção do lar de idosos, um dos primeiros no país. Conseguiu uma comparticipação de 21 mil contos, gastou 60 mil e o dinheiro apareceu.
Depois do lar veio o infantário com 150 lugares. “Também nessa altura foi terrível arranjar o dinheiro mas ele apareceu”, conta. Vendeu-se o hospital velho e fez-se a obra. Como? “A principal razão é esta: acção. Se nos sentarmos à espera que os outros venham trazer dinheiro, não se faz nada. Mas se andarmos com um chapéu na mão e bater às portas certas, arranja-se dinheiro para tudo”. Embora hoje com mais dificuldades, admite.
Santa Casa tem muitas responsabilidades
Com a criação do Centro Hospitalar Aveiro Norte e a possibilidade do retorno do hospital de S. João da Madeira à administração da Misericórdia, a instituição viu-se a braços com nova contenda. Apesar das inúmeras viagens de Pais Vieira, Sidónio Pardal e outros mesários a Lisboa, foi Santa Maria da Feira que acabou por ganhar um hospital de raiz. Uma decisão que para o ex-provedor foi motivada pelo peso eleitoral do concelho. “A Feira tem muitos votos, S. João da Madeira tem poucos e o primeiro-ministro lá decidiu em favor da Feira. O hospital custou talvez quatro vezes mais do que custaria aqui, porque o nosso estava meio feito. Lá, foi preciso fazê-lo todo”.
Assim, quando viu que a coisa não tinha solução, Pais Vieira dedicou-se à construção da Casa de Repouso, onde reside, desde que a esposa faleceu. A ideia surgiu durante uma visita à Suécia, onde o ex-provedor viu um equipamento semelhante. “Pensei que podíamos fazer melhor e saiu isto que aqui está. Tenho uma mulher a dias e uma filha lá em casa, mas prefiro estar aqui. É a disposição e preparação que esta gente tem para tratar dos utentes”, justifica.
Foi durante a mesma altura que a Santa Casa, por sugestão do Estado, criou uma casa de acolhimento de menores em risco e simultaneamente assumiu a gestão do IOS. Este infantário “tem sido ruinoso” para a instituição, “mas lá se tem aguentado”. Entretanto, já depois da retirada de Pais Vieira, a Misericórdia ainda criou a Unidade de Apoio a Toxicodependentes, entre outros serviços que ainda presta. “É demais”, conclui. “O Estado encontrou sanjoanenses devotados para tomar conta e as instituições não podem recusar”.
No entanto, considera que “hoje, a Santa Casa está bem”, depois de um período mais conturbado a seguir à provedoria de Sidónio Pardal. Da sua passagem pela instituição lembra as constantes provas de confiança dos irmãos e algumas sessões mais disputadas. “Ninguém estava contra mim”, esclarece logo. “Eram uns contra os outros e eu no meio. Eu tinha a confiança de todos”.
Considera que, na área social, ainda muito pode ser feito, mas delega a responsabilidade noutras entidades que não a Misericórdia. “Mas, cautela, é preciso que sejam pessoas responsáveis”, avisa. “Não aceito a desculpa que câmara não faz, ou não ajuda… porque nos trabalhos em que me meti não estava a contar com a câmara, estava a contar connosco, com os parceiros. Nós é que tínhamos de fazer”.
O industrial corre riscos
Como muitos sanjoanenses, Manuel Pais Vieira Júnior admite ter ficado chocado com o comportamento de algumas pessoas depois do 25 de Abril. “Nunca fui político”, justifica. Mas, mais do que isso, lamenta os efeitos da revolução no crescimento do hospital de S. João da Madeira e na indústria de chapelaria.
Ligado à fundação da Fepsa, onde manteve funções mesmo depois de completar 80 anos, é com alguma amargura que recorda os tempos difíceis da indústria logo após a revolução. “Até aí ainda se ia de chapéu para o Alentejo, mas depois passou-se a ir de boné”, recorda. “Foi preciso mão forte, mas segurámos a Fepsa. Começamos a fabricar para a França e para os EUA. Hoje, a empresa aguenta-se a exportar para os EUA”.
Para além da Fepsa, Pais Vieira foi também sócio e administrador da Vieira Araújo – hoje, gerida pelo filho -, e à Viarco, onde exercia a função de técnico de contas, desde sempre a sua principal actividade.
É dos poucos sanjoanenses que conseguiu aliar com sucesso uma carreira na indústria e a dedicação às causas sociais. E, por isso, foi-lhe atribuída já a Medalha de Mérito Municipal em Ouro e, mais recentemente, o seu nome virou nome de rua em S. João da Madeira. Homenagens que aceita, mas, garante, não procurou.
Questionado sobre o bairrismo que se vê hoje, Manuel Pais Vieira Júnior ri-se primeiro e depois desabafa. “Encontram-se bairristas, mas não à mão de semear. É um bocadinho mais raro”, afirma. “Foi uma desilusão para mim ver os filhos dos industriais a contentarem-se com um ordenado certo. O industrial não tem ordenado certo, corre riscos. Aquele bairrismo, aquela capacidade, aquela coragem que nós diziamos é desta massa que eles se fazem, já não se pode dizer que é geral. Está longe disso”.
Diz com orgulho que é do tempo em que, em S. João da Madeira, havia sete funcionários públicos: quatro professores, dois funcionários dos correios e um coveiro. “Tudo o resto trabalhava”, exclama. Agora, “é o emprego público”, define assim o sonho de uma sociedade que, na sua perspectiva, amoleceu.
Por: Anabela S. Carvalho
Labor

Santa Casa da Misericórdia de Penafiel

A quatro crianças com deficiências visuais Santa Casa da Misericórdia de Penafiel entregou material didáctico

Integrada nas comemorações do seu V Centenário, a Santa Casa da Misericórdia de Penafiel promoveu no passado dia 27 de Maio, quarta-feira, pelas 18h00, no salão das Assembleias Gerais (localizado no Largo de Santo António dos Capuchos) uma sessão de entrega de material didáctico a crianças com deficiências visuais. A finalidade foi contribuir para potenciar a sua formação académica e humana. "Servir sem ser servido, dar de si sem pensar em si" é o lema da Santa Casa.

Deste modo, quatro jovens invisuais do concelho receberam material que os irá ajudar a ter um futuro melhor. Três rapazes, Germano Sousa Pereira, Duarte Queiroz, e David Queiroz, assim como uma menina, nomeadamente, Margarida Campos, todos provenientes do concelho de Penafiel foram os contemplados. Cada um deles esteve na cerimónia com os respectivos pais.
Germano Pereira tem baixa visão resultante de tumor cerebral; Duarte Queiroz é cego de nascença; David Queiroz tem baixa visão de nascença e Margarida Campos é cega. Entre as variadas prendas receberam encontram-se, por exemplo, jogos didácticos, formas geométricas, estojo de desenho, pauta de braille e bola de futebol.
Ao VERDADEIRO OLHAR, o provedor da Santa Casa de Penafiel, Fernando Gonçalves disse "que é para os tornar mais felizes". Explicou que um médico estudou cada caso particularmente e viu o que era mais necessário. De acordo com o provedor, a última vez que entregaram material foi há cerca de dois ou três anos, o que demonstra que não têm surgido muitos casos.
Contudo, no total, ao longo de todos os anos já ofereceram material a invisuais por sete ou oito vezes. Lembrou, por exemplo, os dois computadores entregues a alunos da Escola Secundária Joaquim Araújo.

Santas Casas da Misericórdia de Montalegre e de Valpaços

Assaltos às misericórdias de Montalegre e Valpaços renderam milhares de euros
As secretarias das Santas Casas da Misericórdia de Montalegre e de Valpaços foram assaltadas. Pelo mesmo grupo, presume-se, tendo em conta o modo de operar. Na Misericórdia valpacense, o valor do roubo ainda não está apurado, mas o Semanário TRANSMONTANO sabe que terá sido levado dinheiro proveniente do pagamento das mensalidades dos utentes e ouro. Em Montalegre, terão desaparecido cerca de sete mil euros em cheques, vales e em dinheiro. Na mesma noite, na vila barrosã foi ainda assaltada a igreja nova. Desapareceram as moedas do lampadário.
O Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Chaves está a investigar uma série de assaltos levados a cabo no final e no início desta semana. Os mais proveitosos para os assaltantes foram os das secretarias das Santas Casas da Misericórdia de Montalegre e de Valpaços. Em ambos os casos, dos cofres das instituições foi levado dinheiro proveniente das mensalidades pagas pelos utentes. Em Valpaços, também terá desaparecido ouro dos utentes, que estaria guardado no cofre.
O roubo à Misericórdia de Valpaços terá acontecido na madrugada da quinta-feira da semana passada. Os ladrões terão entrado por uma janela, que não terá ficado trancada e que só terá sido necessário forçar. Para abrir o cofre de ferro, com cerca de 1,5 metros de altura, os ladrões terão usado um alicate de pressão.
Em Montalegre, o assalto terá sido levado a cabo na madrugada de domingo. Os ladrões terão estado no gabinete do provedor e na secretaria. Para abrir o cofre, os ladrões usaram uma broca. Além de dinheiro, terão levado vales com as reformas dos idosos e pagamentos em cheque dos serviços de lar e creche prestados pela instituição. Na Santa Casa, só se aperceberam do assalto quando a GNR se dirigiu ao local com alguns cheques passados à ordem da instituição, que terão sido encontrados no adro da igreja que fica nas imediações, e que também foi assaltada na mesma noite. Do templo, os ladrões levaram as moedas de um lampadário. Estima-se que a quantia roubada ronde os 150 euros.
Ao que o Semanário TRANSMONTANO conseguiu apurar, os assaltantes não terão deixado qualquer impressão digital.
Em Chaves, no lar de Vilar de Nantes da Santa Casa da Misericórdia também se registado uma tentativa de assalto, mas os ladrões não terão conseguido rebentar o cofre.
No entanto, estes não foram os únicos assaltos levados a cabo no Alto Tâmega esta semana. No concelho de Chaves, foram ainda assaltados os nichos das Campinas, de São Pedro de Agostém, e do Seixo, em Vidago. Foram levadas as imagens religiosas.
Em Boticas, na madrugada de terça-feira, foi assaltada a óptica Flávia.
Em poucos minutos, os ladrões partiram os vidros da porta com a ajuda de uma marra e levaram vários pares de óculos de marca. Na mesma noite, em Sapiãos, foi assaltado um armazém de materiais de construção. Depois de matarem a tiro o cão que guardava o local, os assaltantes furtaram um báscula de um camião.
Postos da GNR reforçados com mais 39 militares
O presidente da Junta da Venda Nova, em Montalegre, viu cumprida, esta semana, uma reivindicação antiga: o reforço do posto local da GNR com mais militares. Ao que o Semanário TRANSMONTANO conseguiu apurar, o posto conta, desde a passada terça-feira, com mais cinco elementos. Até agora, só exerciam ali funções três militares. Segundo fonte do Comando Distrital da GNR, no total, o distrito foi reforçado com mais 39 homens, que foram colocados nos postos “mais deficitários”.
Por: Margarida Luzio
Semanário Transmontano

Santa Casa de Misericórdia de Ílhavo

Ribau Esteves volta a visitar comunidade ilhavense nos EUA
Ribau Esteves partiu, ontem, para os Estados Unidos da América, onde estará em visita oficial até segunda-feira
Mais uma viagem a convite da comunidade ilhavense radicada na cidade de Newark e arredores, que decidiu voltar a organizar mais uma acção de angariação de fundos, desta vez a favor da obra do Hospital de Cuidados Continuados da Santa Casa de Misericórdia de Ílhavo (SCMI). A iniciativa, a ter lugar no domingo, no Restaurante Ibéria, denomina-se “Grande Pic-nic”, contando já com a inscrição de “algumas centenas de pessoas”, tal como consta em comunicado da autarquia. Entretanto, Ribau Esteves encontra-se de visita à cidade de New Bedford, onde presidirá a um jantar oficial com a comunidade ilhavense, bem como inaugurará a nova sede da Associação Humanitária “Os Amigos de Ílhavo”. Fernando Maria Duarte, provedor da SCMI, acompanha o autarca nesta viagem.
Diário de Aveiro

Santa Casa da Misericórdia do Porto

Parque da Prelada pode acolher um hipódromo
Sport Club quer espaço verde de lazer com equipamentos desportivos e eventos culturais
00h30m
CARLA SOFIA LUZ
O Parque da Prelada (Porto) pode converter-se num espaço verde lúdico-desportivo com um hipódromo, circuito de manutenção e campo de râguebi. A proposta é do Sport Club do Porto, um dos finalistas do concurso de ideias.
O júri do concurso, lançado em Dezembro pela Santa Casa da Misericórdia do Porto (proprietária do terreno com 16 hectares utilizado como parque de campismo até 2006), escolheu duas das oito propostas apresentadas. A par do Sport Club do Porto, também o conceito da arquitecta paisagista Marta Cudell mereceu distinção. Segue-se a fase de negociação com dois concorrentes, sendo certo de que, seja qual for o vencedor, a Misericórdia não abdicará da participação no modelo de gestão do parque público.
"A avaliação do júri teve em linha de conta as componentes ambiental e económica. Ambas as propostas inserem actividades desportivas e lúdicas no pulmão verde. Também muito importante é o modelo cultural. Queremos criar uma alternativa aos parques da Cidade e de Serralves. A Santa Casa da Misericórdia não pretende afastar-se do processo e quer ter uma participação muito activa. É um ponto de honra", explica António Tavares. O vice-provedor da Santa Casa garante que a decisão será tomada até ao final do Verão. A Misericórdia não se envolverá nesse processo, mas vê com bons olhos a possibilidade de fusão dos dois conceitos para o Parque da Prelada. Tudo dependerá dos dois concorrentes.
A proposta do Sport Club do Porto, assinada pelo arquitecto Pedro Guimarães, buscou inspiração no antigo projecto para o Parque Oriental. Os 16 hectares da Prelada não serão apenas um espaço contemplativo, mas oferecerá, também, eventos culturais e equipamentos para a prática de desporto formal e informal.
O picadeiro olímpico com bancadas voltadas para exterior e para o interior do imóvel será uma das principais valências. A clareira, próxima da VCI, acolherá esse edifício (o único a erguer no parque, já que os restantes equipamentos ficarão nos imóveis existentes), uma praça de exercícios e dois dos quatro picadeiros pequenos a instalar ao ar livre. Esses espaços destinam-se ao ensino de hipismo e à hipoterapia.
A poucos passos da entrada principal do parque pela Rua do Monte dos Burgos, prevê a colocação da maioria das boxes dos cavalos na antiga zona dos cobertos para as caravanas. Ao todo, aponta-se para a criação de 250 boxes. A cantina dará lugar a um ginásio. Não muito longe ficarão os balneários para o desporto informal, servindo os utentes do parque infantil, dos jogos, da escalada e do circuito de manutenção equipado com várias máquinas que qualquer pessoa, nomeadamente os idosos, pode usar. Esses equipamentos terão inscritas as instruções para a utilização informal, dando corpo a uma componente puramente lúdica.
A primeira fase da intervenção inclui a realização de eventos culturais, em parceria com a Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, no terreno em frente ao torreão. A franja de terreno desde o lago até à VCI servirá de recinto para espectáculos ao ar livre. O arquitecto aproveita a diferença de cotas e coloca um palco amovível junto ao lago.
A segunda fase de intervenção passará pela construção de um campo adequado à prática de raguebi e de futebol e de um pequeno campo de treino de golfe.
JN

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Santa Casa da Misericórdia de Alcochete

Alunos de Alcochete oferecem cadeiras de rodas
em Quarta-feira, Maio 13, 2009, 10:20

Três alunos da Escola Secundária de Alcochete, Ana Turíbio, Carlos Lopes e Ricardo Alves, estão a realizar um projecto que trata as acessibilidades em Alcochete. Já conseguiram angariar apoios para oferecer uma cadeira de rodas à Santa Casa da Misericórdia e ainda vão doar mais duas.
Vitorino Maria Pereira recebeu a primeira cadeira de rodas angariada pelos alunos. Aos 60 anos de idade, o utente da Santa Casa da Misericórdia sofre de esclerose múltipla há 12 anos.“Vim para a Santa Casa há um ano, não conseguia estar na minha casa por causa das escadas”, conta Vitorino Pereira. “Aqui em Alcochete fazem pouco pelas pessoas com necessidades especiais, por isso iniciativas como estas de jovens estudantes são tão importantes”, acrescenta.Ana Turíbio, Carlos Lopes e Ricardo Alves, conseguiram doar esta cadeira de rodas através do apoio da empresa ‘Special Care’. Segundo os alunos, “após muitos pedidos monetários de patrocínios a várias organizações, a ‘Special Care’ de Alcochete disponibilizou-se para oferecer uma cadeira de rodas assim que conheceu o projecto”.Os jovens conseguiram angariar três cadeiras de rodas, mas ainda só atribuíram uma. “As outras duas ainda serão oferecidas, já contactámos a Cruz Vermelha de Alcochete para nos darem a conhecer duas pessoas com dificuldades monetárias”, explicam.
O projecto dos alunos da Escola Secundária de Alcochete surgiu, “no âmbito da área curricular não disciplinar da área de projecto, quando um membro do grupo teve de usar canadianas temporariamente e sentiu dificuldades em certas acessibilidades”, explicam os alunos da área de ciências do 12º ano.A iniciativa tem como objectivos oferecer cadeiras de rodas a pessoas carenciadas, consciencializar a comunidade escolar e as instituições localizadas em Alcochete para os problemas que as pessoas com deficiências enfrentam na localidade, e alertar para a necessidade de melhorar os acessos.“No âmbito do projecto já conseguimos angariar três cadeiras de rodas para serem oferecidas a habitantes carenciados, fizemos uma actividade na escola, ‘Um dia com Obstáculos’, com o objectivo de sensibilizar as autoridades e a comunidade escolar para os obstáculos existentes na freguesia e que se podem mudar, e fizemos uma demonstração de basquetebol na escola com uma equipa de deficientes motores em cadeiras de rodas”, contam os alunos.Os patrocínios para avançar com o projecto foram conseguidos através do contacto a várias organizações, dando-lhes a conhecer os objectivos pretendidos. Algumas respostas foram negativas, mas sete organizações disponibilizaram-se para ajudar, nomeadamente o Instituto de Formação para o Desenvolvimento Humano (IFH), Mondo Ibérica SA , Special Care, Câmara Municipal de Alcochete, Sporting Clube de Portugal, Sport Lisboa e Central Cervejas.
A Escola Secundária de Alcochete também tem contribuído para a causa, “tem dado todo o apoio possível, disponibilizou o pavilhão para ser realizada a actividade ‘Um Dia com Obstáculos’, possibilitou a deslocação da equipa de basquetebol à escola com o pagamento das despesas e oferta de lanche à equipa, facilitou todos os contactos telefónicos às organizações, fotocópias e impressões de cartazes”, sublinham os alunos.Para Ana Turíbio, Carlos Lopes e Ricardo Alves “este projecto foi muito importante, uma vez que sensibilizou bastante a comunidade escolar”. Os alunos esperam “que a qualidade de vida em Alcochete melhore para as pessoas com deficiências motoras, visuais e genéticas”.“Pretendemos que futuros alunos da área curricular não disciplinar continuem o nosso trabalho, deixando assim a possibilidade de trabalhar as restantes deficiências, uma vez que se trata de um tema tão vasto e com tantas necessidades de apoio”, acrescentam.

Santa Casa da Misericórdia de Fátima-Ourém

Combate ao isolamento
Tele-assistência apoia idosos
A Santa Casa da Misericórdia Fátima-Ourém lançou um serviço de tele-assistência para apoiar idosos em situação de isolamento
Cada idoso terá uma pulseira ou um colar, enquanto na casa do utente é instalado um equipamento com intercomunicador que exige uma linha telefónica fixa. Ao ser pressionado o botão é feita a ligação a uma central de assistência da empresa Helpphone, parceira no projecto, .A provedora da instituição adianta que, numa primeira fase serão operadores afectos a esta central a fazer uma triagem da situação. Posteriormente serão accionados bombeiros, forças de segurança, técnicos da Santa Casa, familiares ou vizinhos.«A experiência da Helpphone revela que 80 por cento dos contactos que são feitos é para os idosos, que se sentem sozinhos, conversarem», afirma Fernanda Rosa. O serviço pode ser usado para recordar aos utentes a toma de medicação. «Este apoio dá resposta ao nível da saúde e da segurança, além de combater a solidão», assinala.O processo em fase experimental contempla cinco idosos residentes na freguesia de Fátima. Até ao final do ano, a Santa Casa da Misericórdia deve alargar o serviço a 25 pessoas. «Temos capacidade de resposta para chegar a todo o concelho», afirmou a provedora. O serviço tem um custo de 15 euros mensais. Mas, «ninguém deixa de o ter se não puder pagar», assegurou.
Lucília Oliveira FÁTIMA MISSIONÁRIA26-05-2009 • 16:00

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Santa Casa da Póvoa de varzim

Misericórdia entrega Medalhas de Reconhecimento
Sáb, 23 Mai 2009 18:53

A Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim entregou, esta tarde (23 de Maio), algumas Medalhas de Reconhecimento, no âmbito das cerimónias de comemoração dos 253 anos de existência da instituição. A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim recebeu a distinção de grau Ouro, Inês Guerreiro, Coordenadora Nacional da Rede de Cuidados Continuados Integrados, e Fernanda Guerra, directora da Unidade de Desenvolvimento Social do Centro Distrital do Porto da Segurança Social, receberam a medalha de grau Prata e Bernardino Vieira, comerciante do ramo automóvel e Irmão Honorário da Misericórdia foi distinguido com o galardão de grau Bronze. Silva Pereira, provedor da Santa Casa, explicou que a entrega da distinção à autarquia poveira já foi feita com 23 anos de atraso, pois o executivo camarário já tinha agraciado a Misericórdia com a Medalha de Ouro do município em 1986. O líder da instituição falou, também, do futuro, lembrando que o “grande desafio da Santa Casa vai chegar em 2013, quando o novo hospital estiver concluído e esta voltar a tomar conta do edifício onde está instalado o actual”. O objectivo é “manter-se na área da Saúde e prestar um bom serviço aos poveiros”. Inês Guerreira, uma das homenageadas na cerimónia, sublinhou que a distinção recebida, “mais do que o reconhecimento do trabalho, é um gesto de muito afecto e amizade do provedor pelo caminho que temos construído juntos”. Já Manuel Quintas, presidente da Mesa da Assembleia-Geral, aproveitou a cerimónia de entrega de medalhas para desafiar Silva Pereira a continuar a frente dos destinos da instituição nesta “altura de grandes dificuldades a nível mundial”, tanto mais que é nesses momentos que “se deve investir”. O dirigente está certo que o provedor se vai “manter no cargo” e “lançar a primeira pedra de novos projectos até ao final de 2009”. As celebrações do aniversário da Santa Casa poveira começaram ontem à tarde, com a inauguração da exposição ‘As catorze obras da Misericórdia’, mostra que vai estar patente ao público até ao próximo dia 7 de Junho no museu da instituição. No mesmo dia, mas à noite, chegou a vez da realização de um momento musical, da responsabilidade do Grupo Coral ‘Ensaio’, na igreja da Misericórdia. Já esta tarde, Inês Guerreiro foi convidada para a conferência ‘Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados - Utopia ou Realidade?’. As cerimónias chegaram ao fim com um Missa Solenizada de Aniversário, celebrada pelo padre Fernando Telmo e que contou com cânticos pelo Grupo Coral da Misericórdia.
Jornal da Póvoa

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Santa Casa da Misericórdia de Benavente

Coronel Norte Jacinto é o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Benavente
“Há muita miséria envergonhada e há pessoas viciadas em pedir ajuda”

Joaquim António Norte Jacinto passou boa parte da vida perto do céu a pilotar aviões e helicópteros da Força Aérea Portuguesa. A caminho dos 60 anos resolveu colocar a experiência de gestor ao serviço dos outros e aceitou ser provedor da Misericórdia de Benavente. Gere um orçamento de 1,2 milhões de euros e mais de uma centena de funcionários. Garante que o faz com razão e com o coração, sempre com os pés assentes na terra, para evitar derrapagens que comprometam o futuro da instituição que apoia centenas de pessoas.





Como é que parece ligado à Misericórdia de Benavente?

Já tinha sido convidado várias vezes, mas era militar do quadro permanente da Força Aérea Portuguesa e só passei à reserva há um ano. Entendo que só se pode aceitar esta intervenção social quando se tem tempo e condições para dar. Achei que estavam reunidas essas condições e aceitei esta missão há dois anos e meio quando fui convidado para ser provedor.


Já estava ligado à solidariedade social enquanto militar?

Eu era director do Centro de Apoio Social de Runa, Torres Vedras, um equipamento do Ministério da Defesa que dá apoio aos militares das Forças Armadas. Esta missão era semelhante e eu já tinha experiência e conhecimento. Decidi ajudar a Misericórdia, nunca imaginando que para ser provedor teria de dar uma disponibilidade de tempo a 100 por cento.


É um cargo exigente?

O provedor que vinha duas vezes por semana à Misericórdia acabou. Hoje, tenho de passar aqui uma boa parte do meu dia e acompanhar a vida da instituição como se fosse uma grande empresa. Movimentamos 1,2 milhões de euros e temos 120 colaboradores.


É a favor dos gestores remunerados nas misericórdias?

Os provedores e as mesas administrativas não devem ser remunerados para não desvirtuar a filosofia que preside a estas instituições de solidariedade, onde o voluntariado é condição importante. Cada vez mais necessitamos de ter um director-geral que garanta a gestão da instituição e esse cargo terá de ser remunerado e ter um quadro de funções bem definido.


Gere a misericórdia com o coração ou com a razão?

Procuro gerir com um equilíbrio entre o coração e a cabeça. Não podemos gerir só com o coração porque temos de acautelar a estabilidade financeira da instituição. E não pode ser só com a cabeça e com o objectivo de dar lucros. A gestão tem de ser equilibrada para que se gerem receitas na área da saúde para compensar na área social. Sem as receitas da saúde, esta instituição entrava em colapso.


Na Misericórdia há consultas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e privadas com os mesmos médicos…

Não pode ser de outra forma. Os médicos têm de ter alguma compensação e não aceitam fazer só consultas pelo SNS. A Misericórdia tem de permitir que os médicos façam algumas consultas particulares. Mesmo assim é um serviço importante para os utentes porque evita que tenham de se deslocar a Lisboa ou a Santarém. Temos aqui alguns dos melhores especialistas nas várias áreas, mas alguns não aceitam sequer trabalhar no âmbito do SNS.


Mas é uma situação que os doentes não aceitam.

Nós gostaríamos que todas as consultas fossem gratuitas, mas não é possível. As listas de espera existem em todo o país. Mesmo, com algumas críticas, julgamos que é preferível continuar a ter aqui os médicos.


O Bloco Operatório de Benavente ainda não está a funcionar.

Não temos condições para ter um bloco operatório como se previu, porque seria uma grande responsabilidade para a Misericórdia e não podemos arriscar. Vamos ter um bloco para cirurgia em ambulatório (sem internamento). Aguardamos o licenciamento das obras na Câmara Municipal de Benavente e depois iremos equipar o bloco e colocá-lo em funcionamento. Será uma melhoria das condições para a especialidade de cirurgia que já funciona na Misericórdia e cumpre o desejo de uma benemérita que doou uma quantia para este fim há muitos anos.


Com o agudizar das dificuldades, há mais pessoas a bater à porta da Misericórdia?

Temos sentido uma maior procura e temos um plano de contingência para colocar em marcha no futuro. Com a colaboração da rede social do concelho, vamos colocar no terreno equipas a distribuir alimentação e bens essenciais porque ainda há muitos constrangimentos e vergonha de vir pedir. A sociedade ainda censura a pobreza.


Há pobreza envergonhada fechada em quatro paredes?

Há muita miséria envergonhada e há pessoas viciadas em pedir ajuda. As pessoas mais idosas que sempre honraram os seus compromissos, embora com dificuldades, não vêm à Misericórdia pedir. Têm dificuldades, mas têm vergonha de pedir. Depois temos os outros dependentes do pedir e que não têm vergonha nenhuma. Há muita gente sem necessidade que aparece todos os dias a pedir. Temos sempre dificuldade em negar a ajuda a alguém, mas há claros abusos.


Há uma preocupação particular com os funcionários para evitar problemas sociais?

Procuramos dar as melhores condições possíveis aos nossos colaboradores e quando admitimos alguém temos em conta a nossa função social. A Misericórdia tem obrigação de prevenir o aparecimento de problemas sociais e deve começar com aqueles que estão connosco. Uma actualização de um por cento nos salários custa 12 mil euros mensais. Para os funcionários é pouco, para a instituição é pesado.


Há mais voluntários na Misericórdia?

Nós temos dois voluntários e nunca conheci mais de três. Não podemos ir a casa das pessoas e obrigá-las a vir. Não há predisposição das pessoas para assumirem compromissos. O voluntário é mobilizado com facilidade para um acção pontual mas não quer assumir responsabilidades. Nem as pessoas que estão a ser ajudadas pela Misericórdia se disponibilizam para ajudar a instituição. As pessoas vêem o apoio que recebem como um dever do Estado. Os idosos, mesmo os que ainda têm condições, acham que já trabalharam muito e não estão disponíveis para ajudar.


Os utentes estão mais exigentes?

Há pessoas muito exigentes. Se ao jantar sugerimos uma refeição mais ligeira com uma sopa e uma peça de fruta, reclamam logo porque querem o segundo prato, mesmo que lhes seja prejudicial à saúde. Há um problema cultural e nós temos que saber lidar com isso. As famílias são importantes para nos ajudar.


Há aqui idosos que não recebem visitas durante meses?

Temos idosos abandonados e o abandono é um crime grave. Os filhos têm a obrigação de tratar dos idosos. Há filhos que colocam aqui os pais e depois nunca mais os procuram. Insistimos, pedimos para virem, e não aparecem nem assumem o pagamento da comparticipação que lhes compete.


Isso gera um débito na tesouraria. Já houve idosos que perderam o lugar por não pagar?

Nunca ninguém foi expulso por não pagar a mensalidade, mas temos de ter a noção de que a instituição não tem capacidade para suportar tudo. Uma coisa é não poder e outra é não querer. Temos filhos com bons rendimentos e bens pessoais que não pagam porque não querem. Temos de ter uma postura mais exigente com os que se demitem da sua responsabilidade porque a lei obriga os filhos a assumirem esses custos. Temos um défice na área social que é suportado com as verbas da área da saúde.


Há casos em que a Misericórdia assume todas as despesas?

Temos idosos a quem pagamos fraldas, medicamentos e até os funerais porque a família recusa pagar e a instituição avança, recebendo depois o subsídio da segurança social.


Nos casos de abandono, já houve denúncias ao Ministério Público?

Nunca o fizemos porque um pai ou uma mãe, mesmo quando é abandonado, defende sempre os filhos e não quer que eles sejam punidos. Não há nenhum idoso que não desculpe os filhos por piores que eles sejam.




Um choque frontal nos céus da guerra do Ultramar e o parto a bordo



Porque é que se deixou prender pelo fascínio dos aviões?

Quando se tem 17 ou 18 anos temos sonhos e ambições. Gostava muito de aviões e achava que devia ser piloto. Inscreveram-se 500 para entrar 20 ou 30 e eu tive a felicidade de ter entrado porque era um jovem médio. A Força Aérea Portuguesa não era para génios, era para jovens normais com um conjunto de condições definidas por estudos. Não podia ter problemas de saúde e tinha de ter uma boa condição física e mental.


Esteve no Ultramar?

Estive entre 1971 e 1973, mas nunca vivi nenhuma situação crítica. N guerra de guerrilha estamos sempre a correr riscos. Transportei muitos militares feridos em combate porque estava nas evacuações e vi morrerem pessoas a bordo dos helicópteros.


Foi duro…

Foi uma experiência de vida violenta porque era ainda muito jovem. Mas consegui ultrapassar e continuei a minha carreira. Fui instrutor de voo e mais tarde fiz busca e salvamento, que foi uma experiência muito interessante. Voar de noite a 150 milhas para tirar uma pessoa de um navio com o mar agitado e com o mínimo de luz, não é fácil. Para mais quando fazíamos muitas horas de voo por semana.


Havia um verdadeiro espírito de missão?

Sem dúvida. Se tínhamos de fazer, fazíamos. Nunca deixei uma tarefa por cumprir e voei até há poucos anos.


Nas missões de evacuação de vítimas, há várias histórias interessantes…

Uma vez quando evacuava uma mulher grávida nos Açores, o bebé nasceu a bordo e tivemos de ajudar a parturiente com poucas condições no helicóptero. Tudo correu bem porque estávamos preparados para as várias situações.


Teve alguns acidentes?

Tive vários. O mais grave foi no Ultramar quando um helicóptero Puma chocou com outro, mas felizmente não houve vítimas. Fiz várias aterragens de emergência, mas correu sempre bem.


Quando se manobra um avião não se pensa na morte?

Nunca. Se pensasse na morte nunca teria voado. Temos é que ser profissionais e cumprir todas as regras e normas de segurança. Se fizermos tudo bem, nada acontece. As emergências resolvem-se. O combustível nunca falta porque a gente planeia e sabe onde pode ir. As emergências só não são resolvidas quando as pessoas estão mal preparadas.


A sua experiência de militar e líder ajuda na gestão da instituição?

Eu fui piloto e tinha que decidir em segundos e decidir bem porque senão já cá não estava. Consigo ter a cabeça fria, mas tenho um coração do tamanho dos outros e isso dificulta.


Costuma levar os problemas das pessoas para casa?

Ao longo da minha vida militar vivi com cenários complicados e procurei sempre manter alguma distância para me proteger. Chegava a casa e esquecia por completo. Hoje tento fazê-lo, mas não é fácil. A luta pelo equilíbrio entre a cabeça e o coração é difícil e por vezes a nossa consciência não fica totalmente tranquila porque temos que dizer não em nome da sustentação da Misericórdia. Não podemos abrir precedentes e temos de ter a coragem de dizer não.


Cada vez que encerra um lar particular na região, há mais problemas para a Misericórdia?

Temos que acolher os idosos que lá estavam e muitas vezes são idosos de outros concelhos que vêm ocupar camas que nos fazem falta. Há lares particulares que não têm condições nenhumas, mas há outros que foram fechados por não ter licença e tinham condições. A lei deve ser cumprida, só que o fecho de um lar origina sempre situações delicadas.


A Misericórdia mudou-o como pessoa?

Sou um cidadão com mais consciência da realidade que me rodeia. Saía de manhã de Benavente e regressava á noite. Não vivia estes dramas que me chegam agora. Vivendo as situações temos maior consciência da nossa responsabilidade.





Aeroporto no campo de tiro é a melhor opção e não prejudica envolvente



O coronel Norte Jacinto foi comandante do Campo de Tiro de Alcochete (CTA) e é um especialista em aviação. A localização do novo aeroporto foi bem escolhida?

Foi a melhor escolha. O CTA tem uma área de 7,5 hectares que é património do Estado e tem todas as condições para acolher o aeroporto. Não é necessário haver expropriações e aquelas negociatas que demoram muito tempo. Por outro lado, 99 por cento das árvores a cortar são eucaliptos que não têm nenhum valor acrescido porque são cortados de sete em sete anos. A parte dos sobreiros vai permanecer. O aeroporto irá ocupar apenas uma sétima parte da área da propriedade do CTA.


Não há nenhum prejuízo para as populações que vivem em redor?

Os aviões a meio da pista já têm uma altitude que não prejudica o meio envolvente. O ruído é mínimo e não vai haver problemas para a cidade que vai nascer à volta do aeroporto. Daqui a 20 anos teremos uma cidade com milhares de famílias a viver perto do aeroporto, mas não terão problemas com o ruído e com a segurança.


Esta é uma obra prioritária para o país?

No imediato não me parece, porque há outros problemas para resolver. A médio prazo é uma obra necessária porque é uma decisão estratégica para servir o país e aproveitar todo o tráfico aéreo da vizinha Espanha. Se os espanhóis construírem um aeroporto perto da fronteira este perde importância.


O senhor, pelo seu currículo e notoriedade, é um homem cobiçado pelos políticos da região. Está disponível para ser autarca?

Nunca tive convites, nunca estive ligado a nenhum partido ou força política. Como militar estava-me vedado esse direito. Agora, passei à reserva, mas não estou interessado. Quero ajudar a fazer obra social com toda a dedicação, mas longe da vida política que deve ficar para quem tem jeito e condições para a fazer.


Não está vocacionado?

Eu seria sempre um mau político porque sou pragmático. Respeito o trabalho feito por alguns dos nossos políticos e censuro o aproveitamento e oportunismo de outros.


Vai candidatar-se para mais um mandato?

Gostaria de concluir alguns dos projectos onde estou envolvido, como o lar da Maxoqueira, mas ainda não tomei a decisão e estou disponível para fazer o que for melhor para a instituição. Também gostaria de dar mais tempo à minha família, especialmente à minha mulher que se reformou agora. Já transmiti aos irmãos e aos órgãos sociais da Misericórdia que não estou agarrado ao lugar.

O Mirante

Santa Casa da Misericórdia de Chaves

Chaves

Misericórdia e privados garantem abertura dos serviços em Outubro


Hospital privado dá lugar a Unidade de Cuidados Continuados e lar de luxo

O novo projecto foi apresentado na passada terça-feira
A Casa de Saúde particular que a Santa Casa da Misericórdia de Chaves ia construir na zona da Fonte do Leite em parceria com investidores privados vai, afinal, dar lugar a uma Unidade de Cuidados Continuados e uma residência para idosos de “classe média-alta”. A abertura dos dois serviços está prevista para Outubro.

O edifício que a Santa Casa da Misericórdia de Chaves estava a construir na zona da Fonte do Leite para a criação de um hospital particular, numa parceria com várias empresas privadas, vai ter outra funcionalidade. O rés-do-chão vai agora dar lugar a uma Unidade de Cuidados Continuados, comparticipada pelo Governo, e os dois pisos superiores, a uma residência para idosos de “classe média-alta”, um investimento de uma sociedade entre a Misericórdia e as mesmas empresas privadas, a Flavicórdia.

O novo projecto foi anunciado na passada terça-feira.

O provedor da Santa Casa, Nuno Rodrigues, referiu que o projecto do hospital “ficou no papel por várias vicissitudes”, que, no entanto, não esclareceu. Em relação à Unidade de Cuidados Continuados, um local para onde são encaminhados os doentes que já não precisam dos cuidados prestados num hospital, mas que também não estão ainda em condições de ir para casa, garantiu que a mesma estará pronta em Outubro e que terá uma comparticipação do Estado na ordem dos 750 mil euros. “Chaves carecia desta unidade. Agora, os que necessitam deste tipo de cuidados são obrigados a ir para Sabrosa, Murça, Vila Real ou Ribeira de Pena”, revelou Nuno Rodrigues, lembrando que, por isso, recebem apenas “visitas uma vez por outra dos familiares”.

A capacidade da Unidade será de 30 camas, 15 destinadas a internamentos de média duração e outras tantas para os de longa duração.

O resort sénior, explicou o vice-provedor da Misericórdia, Hernani Teixeira, será uma unidade de “qualidade superior”. “Não lhe quero chamar de luxo”, precisou Hernani Teixeira, garantindo que o equipamento ficará pronto em Outubro e que o mesmo será gerido pela Flavicórdia, uma sociedade constituída por vários empresários locais, entre as quais a empresa de construção à qual o próprio está ligado.

A residência sénior terá capacidade para 58 utentes. Além de cuidados médicos e enfermagem permanentes, os utentes poderão usufruir de fisioterapia, hidromassagem, entre outros serviços, como biblioteca. Hernani Teixeira realçou ainda o facto de todos os quartos estarem voltados para dois enormes terraços.

O presidente da Câmara de Chaves, presente na cerimónia, comprometeu-se concluir os acessos ao local, “pelo menos do nó da auto-estrada até à Capela de São João”, na data prevista de abertura. O governador civil de Vila Real, Alexandre Chaves, realçou, por sua vez, a importância das parcerias público-privadas.

Por: Margarida Luzio

Santa Casa da Misericórdia de Espinho

José Oliveira pertence à direcção da Santa Casa da Misericórdia desde Dezembro de 1981
Três décadas de completa dedicação

Desde Dezembro de 1981, José Oliveira é o primeiro secretário da direcção da Santa Casa da Misericórdia de Espinho. Ao longo destes 28 anos, o espinhense tem uma história de dedicação total à instituição, na qual já fez de tudo, desde chefe de compras até agricultor e responsável pelo gado.

Lília Marques

José Oliveira tem 83 anos e há 28 que pertence à direcção da Santa Casa da Misericórdia de Espinho, ocupando o cargo de primeiro secretário. Pode-se afirmar, sem dúvida, que o espinhense de gema é um exemplo vivo da dedicação à instituição, onde empenhou já quase três décadas da sua vida.
Antes dessa ligação, José Oliveira começou por trabalhar na Garagem Abel, onde esteve nove anos e onde se tornou mecânico. Depois de regressar da tropa, trabalhou mais de cinco anos na Fosforeira Portuguesa e daí rumou para a Venezuela para trabalhar para a mesma empresa. Ao fim de nove anos regressou a Portugal, mas não foi de vez.
O espinhense voltou a emigrar, desta vez para o Peru, por 11 meses, onde não ficou mais tempo porque teria que se nacionalizar e José Oliveira não quis “vender a pátria”. Voltou para a Venezuela, onde ficou mais três anos e meio. Regressando definitivamente a Portugal, trabalhou numa tipografia e estava na administração do Nosso Café há quatro anos quando surgiu, na sua vida, a Santa Casa da Misericórdia.
Foi em Dezembro de 1981 que tudo começou. Saído da administração do estabelecimento comercial espinhense, José Oliveira foi abordado para formar uma direcção para a instituição. Após uma manhã à procura, sem resultados, de elementos para a mesa, foi contactado o pai do actual provedor da Misericórdia, também ele chamado de Amadeu Morais, que, com meia dúzia de telefonemas, conseguiu formar uma nova direcção. José Oliveira ficou com o cargo de primeiro secretário, lugar que ocupa ainda hoje.

Dedicação total à Santa Casa
Foi nessa altura também que o espinhense esteve envolvido na negociação do terreno na Idanha onde agora se situa a instituição. Esse local foi doado à Santa Casa da Misericórdia de Espinho por José Carvalho, tio do advogado e membro da Assembleia Municipal Jorge Carvalho. No dia seguinte, lembrou José Oliveira, a direcção tomou posse nos Bombeiros Voluntários Espinhenses. Dessa equipa, explicou, poucos são os que ainda se mantêm na direcção da instituição, como é o seu caso.
Depois da doação de alguns terrenos e da compra de outros, a construção do edifício da Santa Casa arrancou rapidamente. “O projecto estava feito, falou-se com o empreiteiro e começaram a construir as fundações”, recordou o espinhense. As obras foram evoluindo sob o olhar atento de José Oliveira, que permanecia no local durante uma parte do dia (na outra, dedicava-se a cobrar as quotas dos sócios da instituição). Dessa altura, lembrou um episódio caricato: “uma vez, estava a Junta de Freguesia a pôr terra no terreno, quando o encarregado da autarquia me disse que mais tarde o pessoal e a máquina iam ser precisos noutro local. Eu pus-me a pensar como poderia pôr as pessoas a trabalhar e conclui que só indo buscar uma pá e começando eu a trabalhar. Antes da hora de eles irem embora, já estava tudo pronto”.
Depois da conclusão do edifício, José Oliveira assumiu um papel maior dentro da Santa Casa da Misericórdia e a sua dedicação era total. O espinhense, além de primeiro secretário, fazia de tudo dentro da instituição. “Eu fui serralheiro, chefe de compras, mecânico, condutor. Plantava o quintal, criei galinhas e porcos”, lembrou. E acrescentou: “passava tanto tempo cá que a minha mulher até dizia se eu não queria mudar a cama para aqui”. Apesar de lhe custar, o trabalho tinha que ser feito e José Oliveira encarregava-se disso. “Levantava-me às cinco da manhã para ir buscar peixe gratuito a Matosinhos, ia ao supermercado aos Carvalhos, à feira a Espinho. Na lota, trazia dois cabazes de peixe pelo preço mais barato”. O importante era trazer sempre os produtos, senão de borla, aos preços mais baratos possíveis para não pesar no orçamento da Santa Casa.

Título de benemérito
Passados 28 anos, José Oliveira olha para trás com carinho, afirmando que tudo correu bem e que a obra vê-se, sentindo-se muito orgulhoso. No entanto, confessou ao JE que nunca sonhou que “nada disto se ia fazer”. O espinhense fez também questão de vincar que nunca levou “um tostão” pelo seu trabalho e dedicação. “Um dia, ofereceram-me 100 contos para meter uma pessoa aqui na Santa Casa. Meti cá a pessoa e, passado um mês, entregaram o dinheiro, mas fui logo passar um recibo da Misericórdia”. José Oliveira garante que não lhe pesa nada na consciência, nunca aceitou nenhum dinheiro porque, nas suas palavras, “não precisava e gostava muito disto”.
Pela sua dedicação, José Oliveira já recebeu, por parte da instituição, medalhas de bronze e de ouro, já deu nome a uma sala e recebeu o título de irmão benemérito. Garante estar satisfeito e sente que cumpriu o seu dever, mas gostaria de ainda poder ajudar. Aos 83 anos, o espinhense vive há dois na suite que comprou na Santa Casa da Misericórdia e que pensava não usufruir. Por motivos de saúde, mudou-se para a instituição, juntamente com a sua esposa, mas afirmou sentir-se bem, com saúde e com o desejo de querer viver até aos 100 anos.

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José Resende

Benfeitor doa terrenos

José Resende, actual utente do Lar da Terceira Idade da Santa Casa da Misericórdia de Espinho, é outro exemplo de um benfeitor. Na altura da construção do actual edifício da misericórdia, o espinhense tinha prometido doar dois terrenos que possuía na zona para lá se construir a capela da instituição. No entanto, o projecto feito acabou por não contemplar essa área. Mesmo assim, José Resende fez “uma doação de 250 contos”. Mais tarde, e como os terrenos já estavam destinados para Santa Casa, o espinhense acabou por doá-los à instituição. Além destes, doou também um terreno de mais de sete mil metros quadrados para o Centro de Dia da Associação de Moradores da Idanha, da qual é presidente.




in Jornal de Espinho

Santa Casa da Misericórdia de Penafiel

Santa Casa da Misericórdia online

A Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, que está a comemora o seu V centenário, já tem disponível uma página online. De acordo com o provedor, Fernando Gonçalves, o novo sítio pretende ser um espaço de base tecnológico ao serviço a comunidade. "Temos consciência de que a qualidade na prestação dos nossos serviços depende, sobretudo, do grau de clareza da informação que prestamos e da optimização dos canais de comunicação que disponibilizamos à comunidade, tendo como objectivo final o cumprimento integral da nossa missão principal: "Misericórdia ou Santa Casa é, no mais genuíno sentido da palavra, a casa ou o espaço comum onde todas e cada um podem dar e receber consoante as suas possibilidades ou necessidades", salienta na mensagem que está disponível no site.

A apresentação do novo sítio coincidiu com os 500 anos de serviço da Santa Casa à comunidade que dão o mote às comemorações promovidas pela Santa Casa da Misericórdia (em parceria com a Câmara Municipal de Penafiel), com eventos abertos à comunidade que terão lugar entre 7 de Março e 31 de Outubro.

Santa Casa da Misericórdia do Montijo

Forum Montijo
Inauguração da Sala de Actividades do Lar de S. José da Santa Casa da Misericórdia

O Forum Montijo, centro comercial gerido pela Multi Mall Management, inauguraçam a Sala de Actividades do Lar de S. José da Santa Casa da Misericórdia, que apoia pessoas idosas com dependência visando proporcionar-lhes melhores condições de vida.

A Inauguração realiza-se no dia 5 de Maio, às 15h00, e contará com a presença de João Manuel Gaspar (Provedor), Rosa Carrão (Vice Provedora), Dra. Fátima Lopes (Directora do Centro Distrital de Segurança Social de Setúbal), Dra. Deolinda Nunes (Directora do Lar de S. José), Dr. Ricardo Esteves (Director do Forum Montijo), Eng.º Francisco Santos (Presidente da Junta de Freguesia do Montijo).

A remodelação da Sala de Actividade do Lar de S. José levada a cabo pelo Forum Montijo, com as receitas angariadas pela Pista de Gelo, pretende proporcionar um maior bem-estar e qualidade de vida aos utentes através de um conjunto de equipamentos que permitem uma maior flexibilidade, equilíbrio, coordenação psicomotora, resistência e aumento de força, assim como a promoção de actividades de animação e ocupação.

4.5.2009 - 0:53