domingo, 6 de fevereiro de 2011

Santa Casa da Misericórdia de Marco de Canaveses

Urgência do hospital pode fechar
2011-02-04
António Orlando
As urgências do Hospital Santa Isabel, no Marco de Canaveses, podem estar em risco de fechar. É a própria direcção clínica hospitalar quem o admite, após a ARS/Norte ter decretado o alargamento do atendimento no Centro de Saúde aos fins-de-semana e feriados.


O serviço de Urgência do hospital propriedade da Santa Casa da Misericórdia é financiado pelo Ministério da Saúde desde 1985. Desde essa data, a tutela, por protocolo, minimizava a falta de médicos de família no concelho, financiando as consultas da população nas urgências. Ou seja, os utentes faziam das urgências uma espécie de consulta de recurso.

Agora, com a transformação dos centros de saúde em Unidades Saúde Familiares (USF), a ARS (Administração Regional de Saúde) dá sinais de pretender não renovar o protocolo com a Misericórdia, até pelo prolongamento do horário de funcionamento desses equipamentos.

"Não vou entrar em competição com ninguém", admite, ao JN, Alípio Mesquita, director clínico do Hospital Santa Isabel, salvaguardando, contudo, que não queria deixar de oferecer à população "aquilo que ela sempre teve".

O responsável não esconde que vê com apreensão o alargamento do horário de atendimento no Centro de Saúde anunciado pela ARS/Norte, numa altura que os protocolos d cooperação estão a ser renegociados pela tutela e União das Misericórdias.

Alípio Mesquita diz que percebe que o Centro de Saúde deveria resolver todos os problemas da população a que está afecto, mas questiona: "Até que ponto os resolverá? E com que custo para o erário público?".

Através do protocolo com o Ministério da Saúde, a Misericórdia do Marco de Canaveses recebia 5,99 euros por cada consulta a utentes isentos de taxas moderadoras e 13,79 euros por consulta aos não isentos. O hospital, por sua vez cobra entre 14 a 15 euros por cada consulta.

Inconformado, Alípio Mesquita, entende que "devia de haver uma justificação pública sobre os critérios que foram seguidos". "O concelho de Baião também quer ter um serviço de atendimento permanente (SAP) a funcionar 24 horas, acho que o Marco de Canaveses não pode prescindir deste tipo de serviço. Os grupos de risco têm de ser vistos em consulta própria e agora nem todos tem médico de família", concluiu o responsável.

JN

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