segunda-feira, 9 de março de 2009

Santa Casa da Misericórdia de Penafiel

Sessão solene contou com a presença de Eurico Ataíde de Malafaia
Arrancaram comemorações dos 500 anos da Misericórdia de Penafiel

Realizou-se, no passado dia 7, a sessão solene que marcou o início das comemorações dos 500 anos da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, um evento que contou, entre outras entidades, com a presença do engenheiro Eurico Brandão de Ataíde Malafaia, da Academia Portuguesa de História.
O presidente da assembleia-geral da Misericórdia penafidelense, António Gil Guedes, apresentou esta data (500 anos) como motivo de orgulho "para a terra e para o país", realçando o desejo de que além de terem herdado esta responsabilidade consigam lançar bases para que continue.

Já o provedor Fernando Gonçalves salientou a agenda de comemorações, preenchida com eventos todos os meses, de Março a Outubro, e o trabalho dos funcionários, que são a "alavanca" desta instituição. "Fazer bem sem olhar a quem" continua a ser o lema de uma das Santas Casas mais antigas do país, sendo a sua criação datada de 1509, mas havendo registos de que a sua actividade teria começado anos antes.

Manuel Lemos, presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, ao todo 400 no país, partiu das diferenças do mundo de há 500 anos atrás para dizer que já nessa altura um conjunto de homens em Penafiel se juntou para ajudar os que mais necessitavam. "Vivemos e vamos viver tempos de grande dificuldade e o país vai precisar das Misericórdias para encarar esta crise", realçou.



Misericórdia deve olhar para "a nova pobreza"



O convidado de honra, Eurico Brandão de Ataíde Malafaia, cujas raízes estão em Penafiel, procurou ser pedagogo e apoiou-se na história para falar das origens das misericórdias. Referindo as albergarias, que prestavam apoio aos peregrinos, pobres e doentes, como as instituições mais antigas de atendimento assistencial, Malafaia disse que foram as doações em testamento que permitiram a realização de grandes obras. Destacou ainda a Misericórdia de Penafiel como instituição conhecedora das carências locais e que deve dar prioridade na assistência à "nova pobreza": "perante esta tempestade social deve-se conceber um plano de acção ponderada, prudente, lúcido e efectivo".

No encerramento da sessão, Alberto Santos considerou este o "ano de ouro" da cidade, já que a comemoração de 500 anos de uma instituição é algo de raro. Enquanto autarca, Alberto Santos achou que esta efeméride deveria ser assinalada para que a população tenha conhecimento da história, tendo lançado o repto à Misericórdia e pondo ao seu dispor apoio logístico e mesmo financiamento por parte da Câmara Municipal. "O espírito de servir da Santa Casa está pleno de actualidade. Os pobres de hoje são diferentes mas também são pobres", adicionou. Alberto Santos adiantou ainda que está a ser escrito um livro sobre as misericórdias e a história, no qual foi convidado a dar o seu contributo, tendo escrito um conto intitulado "Maria Carriça".

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